6 de abr. de 2015

CANALETE DA ARGOLO

    Em 1927, o engenheiro sanitarista Saturnino de Brito aponta em seus estudos a existência de uma sanga na Rua General Argolo que resultava em frequente inundação transformando a rua em “torrentoso esgotamento”.




Canalete da Argolo (1928)

    Diante do problema ele sugere “Preferimos os canaletes abertos às galerias quando se tenham de esgotar águas pluviais volumosas. Podem constituir, quando bem tratados, elementos decorativos das ruas, com as pequenas pontes, passadiços e jardineiras... Façamos então um canalete.”
    O canalete começou a ser construído em abril de 1928. As obras avançaram lentamente devido a dificuldade em realizar o trabalho na estação chuvosa e o pessoal ser insuficiente. Assim em 30 de junho apenas 170 metros da obra estavam prontos.
    A obra do canalete causou descontentamento e reclamações na imprensa local que alegava que uma galeria subterrânea seria mais conveniente e que por ser a rua plana o canalete quase não teria declive. Saturnino rebateu as críticas afirmando que as galerias subterrâneas ocasionavam obstruções e que a inclinação do canalete era suficiente para manter o escoamento conveniente.




Construção Do Canalete (Julho 1928)

    Posteriormente, com o canalete concluído, foram feitas medições durante os períodos de precipitação e comprovada a sua eficácia na drenagem.
Inicialmente o canalete começava na Rua Marechal Deodoro, esquina Padre Felício, dobrando perpendicularmente na Rua Argolo vindo a desaguar no Canal do Pepino.
    No final da década de 60 e início de 70 o trecho na Rua Marechal Deodoro foi fechado, permanecendo apenas na Rua Argolo, a partir da esquina com a Rua Andrade Neves.
Tem 1,60 metros de altura por 2,10 metros de largura, seu contorno é preenchido por floreiras em cimento, decoradas com folhas de acanto e tulipas.




Detalhe do Canalete da Argolo (2004)
Fonte:
Saneamento de Pelotas. Relatório apresentado ao Governo do Estado por Saturnino Rodrigues de Brito, Pelotas, 1927.

Saneamento de Pelotas. Relatório apresentado ao Governo do Estado por Saturnino Rodrigues de Brito, Pelotas, 1929.

Saneamento de Pelotas (Novos Estudos). Relatório apresentado a Prefeitura de Pelotas pelo Escritório Saturnino de Brito, Pelotas, 1947.





*Extraída do Museu do Saneamento
http://www.pelotas.com.br/sanep/museu-do-saneamento/drenagem-urbana/canalete-da-argolo/


Um comentário:

  1. A Casa Rosa, me parece, era na esquina da Andrade Neves. E entre a Andrade Neves e a 15 de novembro, no ano de 1962 fui morar, era um adolescente, e via no canalete uma coisa bonita que nos dias de fortes chuvas era uma atração ver a água correr célere.
    Bons tempos.
    Morava no nº 325, ao nosso lado esquerdo era a casa do seu Nóca e a direita do Petry e sua esposa uruguaia, dona Negra. E antes da esquina da 15 ficava o célebre Foto Passos, do Sr. Mozart Passos.
    Seu Nóca tinha uma única filha chamada Enilda, ela havia comprado um fusquinha, e em um dia estacionou o carro no centro da cidade e ao abrir a porta do carro para descer, desequilibrou ainda sentada ao banco, caiu e bateu violentamente com a cabeça no meio fio, tendo instantaneamente morrido desta queda. Que fatalidade.
    Um abraço.
    Prof. Pedro.

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