20 de jan. de 2017

Patrimônio Cultural e Turístico de Pelotas: O Trapiche José Marcos Leite Magalhães

Foto de Daniel Gianequine

Ponto de encontro para os pelotenses e turístas, assim se tornou um dos locais mais visitados na cidade. No inicio, em 1968, era apemas uma estrutura construída e coodenada pelo Valverde Praia Clube, para pesca na lagoa dos patos, há 500 metros da praia (hoje a parte horizontal), o acesso era através de um barco a remo. Na década de 70 foi construída a passarela de madeira utilizada até meados de 2009, quando teve sua interdição decretada pelas más condições. Após reforma foi entregue a sociedade no ano de seu bicentenário, em 2012, pelo então prefeito Adolfo Fetter, uma iniciativa conjunta do Grupo de Apoio ao Trapiche, da Prefeitura e do Sindicato da Indústria da Construção e Mobiliário (Sinduscon) de Pelotas. O projeto original para o novo trapiche contemplava uma plataforma de concreto, porém, para essa obra não foi concedida a autorização dos órgãos competentes.

Foto de Leandro Selister Jan 2017

Abaixo reprodução do texto publicado no jornal Diário Popular de 01 de Setembro de 2013.

Como tudo começou
No dia 31 de janeiro de 1963 diversos veranistas e moradores do balneário Valverde se reuniram. A pauta era a fundação de um clube social e desportivo capaz de oferecer momentos de entretenimento e descontração. Nascia assim o Valverde Praia Clube. Entre as tantas atividades desportivas que o clube oportunizava a seus sócios, a pesca foi a cada dia ganhando mais adeptos e agregando simpatizantes. Por muito tempo, o Valverde promoveu inúmeros campeonatos de pesca em nível estadual, nacional e até mesmo internacional.

Foi a partir do crescimento e da popularização da pesca como modalidade desportiva que um grande contingente de associados, frequentadores e moradores articulou-se perante o clube e reivindicou um local apropriado para “atirarem suas linhas” sossegadamente na Lagoa dos Patos.

O Valverde Praia Clube levou adiante a ideia e conseguiu com a Marinha a concessão do espaço onde foi construído, na década de 1970, o Trapiche José Marcos Leite Magalhães ou como popularmente é conhecido, o Trapiche do Valverde. José Magalhães ou Jojo como era chamado, foi um obstinado personagem que defendeu a fundação da estrutura.

Sua militância e assídua participação em todas as etapas do projeto são aspectos que até hoje estão vivos na memória de associados e moradores mais antigos do Laranjal. Já falecido, Jojo tem seu nome vinculado ao patrimônio pelotense.

Sócios eram conduzidos de barco
Sobre a construção do trapiche, sabe-se ainda, partindo de relatos, que a cabeceira (parte horizontal situada no final da edificação) foi a primeira etapa a ser finalizada. Posteriormente foi erguida a casa de apoio, segunda parte da construção, onde as pessoas tinham a possibilidade de se refugiar caso houvesse viração de tempo. Esse local ainda servia para guardar o aparelhamento de pesca utilizado pelos usuários durante suas estadas no trapiche.

Os sócios do Valverde Praia Clube eram conduzidos de barco, com horário previamente marcado com a direção, para praticarem a pesca esportiva e usufruírem ainda da bela paisagem da Lagoa dos Patos a seu redor. Era o conhecido “seu” Darcy o funcionário responsável por levar e buscar os associados até o trapiche.

Ressaca inviabiliza estrutura
O ponto mais crítico na história do trapiche foi 2001. Após uma ressaca que atingiu implacavelmente toda a extensão da orla da praia do Laranjal, o trapiche teve suas estruturas completamente danificadas, restando somente melancólicos resquícios de sua edificação original.

Atualmente, passados dez anos, o trapiche ressurge. Imponente e vistoso como uma fênix renascente das cinzas de um passado opaco que hoje dá lugar a um presente de consagração onde o povo pelotense prestigia com satisfação e alegria.”

Trapiche Laranjal 30 07 14 by Fly Camera Pelotas

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