30 de jul. de 2015
Clube Caixeiral - Pelotas
Imagem 1: Fachada Clube Caixeiral. Foto de Carlos Queiroz |
Imagem 3: Fachada do Clube Caixeiral em 1904, ainda com as duas torres. Foto: Nelson Nobre Imagem 4: Clube Caixeiral visto da Praça Cel. Pedro Osório |
17 de jul. de 2015
Dr. Francisco Ribeiro da Silva "O Xico louco" e seus causos.
O médico e o louco |
Dr. Francisco Ribeiro da Silva, conhecido por Xico louco. |
"Dono de talento e humor inconfundíveis, o médico Francisco Ribeiro da Silva - ou como ficou conhecido em Pelotas, Doutor Chico "Louco"-, tornou-se uma das figuras mais populares da cidade no século 20. Foi médico, professor e vereador. Conforme o jornalista Mairo Cavalheiro - autor do livro Dr. Xico Silva - O homem que curava brincando - ao longo dos 51 anos de profissão ele atendeu mais de 150 mil pacientes e realizou mais de um milhão de procedimentos médicos. De milhares destes pacientes nunca cobrou um centavo. "É uma troca de serviço por carinho e gratidão, solidariedade, amizade. Até por uma piada nova", teria explicado algum dia, conforme Cavalheiro.
Afora a profissão e a família, as piadas e os carros eram as grandes paixões do médico. Contam que era do tipo que perdia o amigo, mas não a piada. Um dia teria ido visitar uma idosa, que estaria na cama há seis meses. Silva tirou os sapatos e enfiou-se embaixo das cobertas junto com a mulher, que no mesmo instante saltou para fora da cama. "Rarrááá. Te peguei. Então não podias levantar, né?", teria dito.
"Doutor Xico aliviou dores e salvou vidas, entre uma risada e outra, semeando pelo caminho a lição de que bem poderíamos ser todos mais generosos, saudáveis e felizes", escreveu Cavalheiro."
Dr. Francisco Ribeiro da Silva faleceu no dia 4 de março de 1996 aos 76 anos, tal notícia saiu nos jornais de maior circulação do estado. Foi médico, legista por 34 anos, professor e vereador por 3 legislatura, porem nunca deixou de atender seus pacientes. Foi homenageado por mais de 30 turmas de formandos em cursos superiores.
ALGUNS CASOS:
* Conta Rose Martins:
"Quando eu era pequena - uns 8 anos - meu pai ligou para a casa dele pedindo que fosse atender a minha mãe , que não estava se sentindo bem . Tinha ido pescar em algum lugar distante , estava incomunicável .
No dia seguinte a minha mãe melhorou bastante ( já devia ser alguma virose ) e à tarde fomos visitar minha avó paterna , adoentada também . Voltamos à noitinha e encontramos uma penca de peixes pendurados na maçaneta da porta da frente , com um bilhete em que ele escreveu - " Se não estão em casa e não tem velório , a doente já ficou boa . Trouxe peixes para a janta ! ""
* Conta Rosangela Torres:
"Eu o conheci pessoalmente. quando entrei no consultório para a consulta, não o encontrava, ele estava escondido em cima de um balcão. Levei um grande susto quando ele desceu com um pulo, quase caindo por cima de mim."
* Conta Sandra Mara Colvara Bachilli:
"Ainda tinha a lápide do seu tumulo, no seu consultório, onde trocava todos os dias a data."
"O caixão também. ..
Levei um grande susto quando entrei no consultório dele..." Conta José Wagner Sallis.
* Conta Paulo Fernando Moraes Dytz:
"Realmente foi meu professor na cadeira de Medicina Legal na UCPEL em 1973. Aficionado por armas, gostava de dar demonstrações de seu conhecimento na prática. Tiros em madeira , com uma garrucha carregada com cascas de laranja, ou de pistola em um toco de madeira trazido a aula ,e disposto sobre a mesa do anfiteatro, assustavam a todos e em especial às colegas que sentavam nas primeiras filas. Anfiteatro que servia de freio ao seu Jeep , do qual pulava fora quando chegava próximo, deixando o infeliz e eventual carona, sozinho e esperando o choque do carro na parede lateral, atrás da Santa Casa Antes de todos, ele se divertia. Grande figura. Suas histórias ,aparentemente inacreditaveis ,são muito próximas à pura verdade."
* Conta Balduino Fantinel: "Quem o conheceu não esquece. Contou ele que gostava de dar carona e se divertia, num de seus primeiros carros. Como a velocidade era baixa, poucos carros e estradas, muitas vezes andava pelo campo. A diversão era deixar frouxa a direção do carro e dizer ao carona que estava cansado de dirigir. Ai ele retirava a direção e colocava nas mãos do carona. Sem risco de acidente, dizia ele, o susto valia a pena."
* Conta Elenara Brasil:
"Eu o conheci e fui tratada por ele tenho várias historias que poderia contar. Na parede atrás da mesa dele, no consultório, tinha uma cabeça de alce e na galhada do animal ele espetava todos os convites de casamento q recebia."
* Conta Silvio Perez: "Fui seu aluno na Faculdade de Medicina em 1972, disciplina de Medicina Legal. Durante a aula de balística, sacou de um revólver, calibre 32 se não me falha a memória e atirou na parede da sala, para mostrar aspectos práticos sobre o assunto. Uma colega se retirou da sala aos prantos."
* Conta Nina Isnardi:
"APRENDENDO COM O DR.XICO LOUCO!
" No primeiro dia, o vizinho telefonou para o Chico Louco às 2h30min da madrugada, reclamando dos latidos dos cachorros. Ele atendeu, ouviu, e se despediu. No segundo dia, durante a madrugada, o Chico Louco retribui a ligação ao vizinho no mesmo horário, dizendo que NÃO tinha cachorro em casa."
* Conta Professor Pedro A. C. Teixeira:
“Estava na sala de espera sozinho enquanto Doutor Xico atendia com a porta do consultório fechada. Era em uma antiga casa cujo acesso era franco, pois nem secretária havia. De repente a porta se abriu e dela um velho casal de negros, mas bem negros saiu. Logo após chegou à porta o carismático Doutor Xico, momento em que o senhor, já de cabelos brancos, virou-se com a carteira de dinheiro na mão e perguntou ao Doutor quanto ficara a consulta. Rapidamente Doutor Xico tirou a carteira da mão do cidadão e abriu-a e examinou o seu conteúdo. Devolveu a carteira e disse ao velho senhor:
- Tá mal o negócio!
O homem sem jeito ficou observando o Médico, enquanto Doutor Xico enfiava a mão no bolso de sua calça marrom claro e desse tirou um maço de notas. Pegou uma nota de dez cruzeiros (cruzeiros novos) e disse ao velho senhor:
- Ponha isto aí na tua carteira e vá comprar lá no Mercado uma ou duas belas galinhas para fazer uma canja das boas para tua velha. Ela precisa ser bem alimentada. Não precisa de remédios.
O homem embasbacado não sabia o que fazer, mas Doutor Xico tomou-lhe novamente a carteira de suas mãos e nela enfiou aquela nota, bateu-lhe no ombro dando ao casal um até logo, alegre e sorridente. Foi-se o casal e aí fui então atendido.”
Outra:
"Certa vez, contavam que ele ia pela Rua 15 de Novembro, no centro da cidade, com um forte torcicolo que não lhe permitia mexer a cabeça. Alguém que passava pela outra calçada disse:
- Bom dia, Doutor Xico.
Instintivamente virou a cabeça para cumprimentar a pessoa que rapidamente havia passado e seu pescoço travou em violenta dor. Paralisado ficou e aos poucos se aproximou de um poste de iluminação pública, nesse se agarrando. Lá pelas tanta vinha um senhor pela mesma calçada e ele chamou o cidadão sem poder levantar a cabeça de tanta dor no pescoço. Quando o cidadão, que não o conhecia, meio desconfiado se aproximou, ele disse ao homem para segurar firme sua cabeça, puxar para cima com força e torcer rapidamente para os dois lados. O cidadão sem entender não se atreveu a fazer, aí Doutor Xico, que continuava agarrado ao poste, foi impositivo.
- Ou tu fazes o que te peço ou te meto uma bala.
O homem apavorado fez conforme ele mandara.
- Ai! Alívio.
Agradeceu ao homem, identificou-se como Doutor Xico Louco, conversou um pouco e foi-se rua a fora. Só que agora aliviado da dor. O cidadão foi-se em sentido contrário mais apavorado ainda, mas feliz por ter conhecido e ajudado o DOUTOR XICO LOUCO.
Fonte: http://eusabiaetusabias.blogspot.com.br/2014/10/francisco-ribeiro-da-silva.html
O homem embasbacado não sabia o que fazer, mas Doutor Xico tomou-lhe novamente a carteira de suas mãos e nela enfiou aquela nota, bateu-lhe no ombro dando ao casal um até logo, alegre e sorridente. Foi-se o casal e aí fui então atendido.”
Outra:
"Certa vez, contavam que ele ia pela Rua 15 de Novembro, no centro da cidade, com um forte torcicolo que não lhe permitia mexer a cabeça. Alguém que passava pela outra calçada disse:
- Bom dia, Doutor Xico.
Instintivamente virou a cabeça para cumprimentar a pessoa que rapidamente havia passado e seu pescoço travou em violenta dor. Paralisado ficou e aos poucos se aproximou de um poste de iluminação pública, nesse se agarrando. Lá pelas tanta vinha um senhor pela mesma calçada e ele chamou o cidadão sem poder levantar a cabeça de tanta dor no pescoço. Quando o cidadão, que não o conhecia, meio desconfiado se aproximou, ele disse ao homem para segurar firme sua cabeça, puxar para cima com força e torcer rapidamente para os dois lados. O cidadão sem entender não se atreveu a fazer, aí Doutor Xico, que continuava agarrado ao poste, foi impositivo.
- Ou tu fazes o que te peço ou te meto uma bala.
O homem apavorado fez conforme ele mandara.
- Ai! Alívio.
Agradeceu ao homem, identificou-se como Doutor Xico Louco, conversou um pouco e foi-se rua a fora. Só que agora aliviado da dor. O cidadão foi-se em sentido contrário mais apavorado ainda, mas feliz por ter conhecido e ajudado o DOUTOR XICO LOUCO.
Fonte: http://eusabiaetusabias.blogspot.com.br/2014/10/francisco-ribeiro-da-silva.html
* Em "A Pelotas que vivi" o Sr.Luiz Carlos Marques Pinheiro conta mais alguns causos do seu Xico "Loco" Silva.
"Do Chico Louco, que eu tive a sorte de conhecer pessoalmente, conheço muito pouca coisa; mas o meu primo Zuza, que mora em Pelotas até hoje (eu estou afastado há muitos anos) me lembra de algumas, que vou me atrever a reproduzir:
1) No primeiro dia, o vizinho telefonou para o Chico Louco às 2h30min da madrugada, reclamando dos latidos dos cachorros. Ele atendeu, ouviu, e se despediu. No segundo dia, durante a madrugada, o Chico Louco retribui a ligação ao vizinho no mesmo horário, dizendo que NÃO tinha cachorro em casa.
2) Certa vez uma rapaziada adentrou no Clube Regatas e se deparou com o Chico Louco, pescando com caniço e anzol sem isca, em uma poça d'água formada pela chuva. Vendo aquilo, um dos rapazes alertou a ele:
- O senhor, por acaso, acha que vai pescar alguma coisa, sem isca?
E ele respondeu:
- E o senhor, por acaso, acha que aqui tem peixe?
3) Gozador que era, o Chico Louco postou-se em frente a uma casa, onde havia um velório, e para chegar até o morto era preciso percorrer um baita corredor escuro. Para cada um que chegava, ele dizia: - cuidado com o degrau! E lógico, evidentemente, as pessoas que entravam iam até o fundo, levantando os pés, como se estivessem entrando na água. E ele não dava risada.
4) Conta o Arnóbio Zanottas Pereira que quando a Aidil matou o Zé Correia, no consultório deste, nos altos do Itatiaia, ninguém ficou dentro do Aquário. Todo mundo dando fé dali da calçada do Café. Com os populares assistia à movimentação policial o Doutor Chico. Depois, de tudo dado fé, dirigiu-se para o seu consultório, a poucas quadras dali, na Voluntários. Chegando já atrasado no escritório, por força das circunstâncias, antes de atender a clientela, despejou num canto da sala de espera tudo que tinha dentro da bolsa duma cliente. No outro canto, abriu outra bolsa de mulher e despejou tudo no chão. Depois deu a desculpa:
- Não me entram aqui dentro mulheres sem que eu reviste as bolsas. Vocês tão matando os homens."
https://pelotascronicasurbanas.files.wordpress.com/2013/03/o-livro_edicao-consolidada.pdf
Caso postado nos comentários:
- Contam que certa feita ele entrou correndo na Confeitaria Nogueira, que ficava na Quinze e lascou esta: "Nogueira, já recebeste aquele gostoso queijo mineiro, aquele casca grossa, cheio de buraquinhos", ao que o Nogueira retrucou: "Recebi sim, doutor, chegou hoje pela manhã, tá fresquinho". O dr. Chico, que não era de perder a vez, mandou brasa: "Então me pesa meio quilo de buracos, porque o meu médico me proibiu de comer queijo".
Conta Bebeto Silveira:
Como fosse fissurado em pescaria, certa feita o dr. Xico pegou suas tralhas e se mandou Tiradentes afora, estacionando seu "jipão" em uma rampa de madeira que mandara construir (não se sabe para que), às margens do São Gonçalo. Alugou um barco do falecido Darcy Pinho e lá foi ele canal a dentro. No lugar certo, largou os ferros (fatecha), iscou e largou sua linha de fundo no canal (naquele tempo não existia carretilha e nem molinete). Nisto sentiu um tremendo puxão. Recolheu a linha e lá veio uma tremenda corvina, uma verdadeira "munaia", como costumava dizer. E esbravejava: "Olha aqui só, é destas que eu gosto". Dr. Xico, como bom gozador que era, sorrateiramente fez que ia iscar novamente, espetou a corvina no anzol e largou dentro d'água. E repetiu o mesmo ritual umas quatro ou cinco vezes. Perto dali, dois outros pescadores não tiravam nada, até que um deles exclamou: "Vamos embora daqui porque este coroa tá com um "rabo" muito grande". E se mandaram. Além de médico, profissão que exerceu por mais de 50 anos foi, também, professor e vereador em Pelotas em 1959, pela extinta UDN, obtendo a última vaga com 492 votos.
a qualquer momento mais um causo...
"Do Chico Louco, que eu tive a sorte de conhecer pessoalmente, conheço muito pouca coisa; mas o meu primo Zuza, que mora em Pelotas até hoje (eu estou afastado há muitos anos) me lembra de algumas, que vou me atrever a reproduzir:
1) No primeiro dia, o vizinho telefonou para o Chico Louco às 2h30min da madrugada, reclamando dos latidos dos cachorros. Ele atendeu, ouviu, e se despediu. No segundo dia, durante a madrugada, o Chico Louco retribui a ligação ao vizinho no mesmo horário, dizendo que NÃO tinha cachorro em casa.
2) Certa vez uma rapaziada adentrou no Clube Regatas e se deparou com o Chico Louco, pescando com caniço e anzol sem isca, em uma poça d'água formada pela chuva. Vendo aquilo, um dos rapazes alertou a ele:
- O senhor, por acaso, acha que vai pescar alguma coisa, sem isca?
E ele respondeu:
- E o senhor, por acaso, acha que aqui tem peixe?
3) Gozador que era, o Chico Louco postou-se em frente a uma casa, onde havia um velório, e para chegar até o morto era preciso percorrer um baita corredor escuro. Para cada um que chegava, ele dizia: - cuidado com o degrau! E lógico, evidentemente, as pessoas que entravam iam até o fundo, levantando os pés, como se estivessem entrando na água. E ele não dava risada.
4) Conta o Arnóbio Zanottas Pereira que quando a Aidil matou o Zé Correia, no consultório deste, nos altos do Itatiaia, ninguém ficou dentro do Aquário. Todo mundo dando fé dali da calçada do Café. Com os populares assistia à movimentação policial o Doutor Chico. Depois, de tudo dado fé, dirigiu-se para o seu consultório, a poucas quadras dali, na Voluntários. Chegando já atrasado no escritório, por força das circunstâncias, antes de atender a clientela, despejou num canto da sala de espera tudo que tinha dentro da bolsa duma cliente. No outro canto, abriu outra bolsa de mulher e despejou tudo no chão. Depois deu a desculpa:
- Não me entram aqui dentro mulheres sem que eu reviste as bolsas. Vocês tão matando os homens."
https://pelotascronicasurbanas.files.wordpress.com/2013/03/o-livro_edicao-consolidada.pdf
- Contam que certa feita ele entrou correndo na Confeitaria Nogueira, que ficava na Quinze e lascou esta: "Nogueira, já recebeste aquele gostoso queijo mineiro, aquele casca grossa, cheio de buraquinhos", ao que o Nogueira retrucou: "Recebi sim, doutor, chegou hoje pela manhã, tá fresquinho". O dr. Chico, que não era de perder a vez, mandou brasa: "Então me pesa meio quilo de buracos, porque o meu médico me proibiu de comer queijo".
Conta Bebeto Silveira:
Como fosse fissurado em pescaria, certa feita o dr. Xico pegou suas tralhas e se mandou Tiradentes afora, estacionando seu "jipão" em uma rampa de madeira que mandara construir (não se sabe para que), às margens do São Gonçalo. Alugou um barco do falecido Darcy Pinho e lá foi ele canal a dentro. No lugar certo, largou os ferros (fatecha), iscou e largou sua linha de fundo no canal (naquele tempo não existia carretilha e nem molinete). Nisto sentiu um tremendo puxão. Recolheu a linha e lá veio uma tremenda corvina, uma verdadeira "munaia", como costumava dizer. E esbravejava: "Olha aqui só, é destas que eu gosto". Dr. Xico, como bom gozador que era, sorrateiramente fez que ia iscar novamente, espetou a corvina no anzol e largou dentro d'água. E repetiu o mesmo ritual umas quatro ou cinco vezes. Perto dali, dois outros pescadores não tiravam nada, até que um deles exclamou: "Vamos embora daqui porque este coroa tá com um "rabo" muito grande". E se mandaram. Além de médico, profissão que exerceu por mais de 50 anos foi, também, professor e vereador em Pelotas em 1959, pela extinta UDN, obtendo a última vaga com 492 votos.
a qualquer momento mais um causo...
"...O médico tem o título de médico,
O louco tem a loucura.
Com o título, o médico pode receitar alguns remédios e até internar alguns loucos,
Com a loucura, o louco pode mudar o mundo.
Porque se é o médico diz que é impossível,
O louco sabe que não."
Fonte: Autor desconhecido
Ultima atualização da postagem: 25.11.2015
10 de jul. de 2015
Reminiscências do Jockey Club de Pelotas Parte 2
História do Jockey Club de Pelotas
O Jockey Club de Pelotas foi fundado em 22 de junho de 1930 por um grupo de amantes do turfe que criou a Associação Jockey Club de Pelotas. A entidade, de caráter civil, nasceu pela liderança do coronel Zeferino Costa Filho e tinha como objetivo promover o melhoramento do puro sangue inglês (PSI). A data da fundação foi marcada por assembleia nos salões do Clube Comercial com a presidência de Joaquim Francisco Assis Brasil que palestrou falando ao público presente sobre as vantagens sociais, morais, culturais e esportivas da criação de cavalos. Na mesma assembleia foi eleita uma comissão provisória para estudar o projeto dos Estatutos e Código de Corridas. Uma semana depois aconteceu uma nova assembleia, onde definiram a primeira diretoria, presidida por Flávio de Souza e que teve como missão dar os primeiros passos para consolidação da entidade. No dia 22 de junho de 1932 foi eleita a segunda diretoria, liderada pelo médico José Inácio do Amaral que lançou a pedra fundamental do pavilhão (19 de setembro de 1933) do JCP e foi responsável pela demarcação das pistas e nivelamento do terreno, dando início a obra do hipódromo. Durante este mandato foram realizadas as carreiras rasas que com o apoio do Coronel Zeferino Costa foram oficializadas.
A diretoria seguinte assumiu em junho de 1934 e teve a frente o cirurgião Ariano Requião de Carvalho, responsável pela implantação dos páreos clássicos e da construção do pavilhão central que foi inaugurado em dezembro daquele ano.
E foi em março de 1936 que nasceu o Grande Prêmio Princesa do Sul com a premiação de 20 mil réis para o primeiro colocado. Naquela época o sucesso foi tamanho que o evento bateu recorde de apostas no Rio Grande do Sul. Durante longos anos o JCP foi palco das relações de sociabilidade da elite pelotense do século XIX. Era o local de lazer mais frequentado pela sociedade desta época nas tardes de domingo. Em seus tempos áureos chegou a ter 1,2 mil sócios. O Grande Prêmio Princesa acabou por se tornar a mais tradicional corrida do interior do Estado, com uma média de público de 15 mil espectadores a cada edição.
Fonte do texto acima: http://www.jcpelotas.com.br/index.php/o-clube/historia
O ano é 1962, no majestoso Hipódromo da Tablada, em tarde de GP Princesa do Sul,
sendo ovante o tordilho LORD CHANEL, franco favorito do publico apostador,
enormes filas nos guichês de apostas. O menino é Paulo B. Fiss, enquanto os dois
de chapéu, o de camisa branca é Humberto Santos, já o outro chamavam por
Pózinho, e ainda o senhor Andrade, todos já falecidos e por incrível que pareça,
os dois primeiros, por acidente de automóvel ao atravessarem a rua, Humberto na
avenida Salgado Filho, enquanto o outro na avenida Argentina, atualmente
Fernando Osório, nas imediações da Praça 1º de Maio, cógnita por Praça do
Colono. Foto e texto: PAULO B. FISS
Em Jockey Club de Pelotas, Hipódromo da Tablada, em março de 1961, efeméride do
Grande Prêmio Princesa do Sul, saindo-se laurícomo o cavalo argentino STAR
MARON, tendo a frente debruçados na tela os amigos: Vargas de chapéu Panamá,
Lindolpho Longchamp ao centro e Frederico Fiss Filho. Épocas áureas do turfe
pelotense, com hipódromo lotado e mais de 20 mil pessoas nas dependências, coisa
que não voltam mais. Foto e texto: PAULO B. FISS
Chegada do Grande Prêmio Princesa do Sul /1969 vencido pelo cavalo castanho
GOBELIN por fora, e ficando em 2º KING TWIST o tordilho, que tiveram um linheiro
final de 600 metros cabeça a cabeça, até o postremo galão, cruzando o disco de
sentença, praticamente igualados, tudo indicando que estariam empatados, mas na
revelação do "photochard" de Glaiton Ruas, por escassa margem vence Gobelin por
ponta de focinho, cavalo este que pela única vez consegue vencer King Twist,
dentre todas as competições que correram juntos, e num final emocionante, pleno
de muitas ovações entre o público mirone e apostador. Páreo inesquecível para
quem assistiu esta prova magna do turfe pelotense. Foto e texto: PAULO B. FISS
Grande Prêmio Princesa do Sul
Grande Prêmio Princesa do Sul é o evento turfístico mais importante do Jockey Club de Pelotas, e é disputado no Hipódromo da Tablada em pista de areia solta, desde sua primeira realização. Reúne cavalos thoroughbred de três anos e mais idade. Inscrevem-se animais em campanha no Brasil, e, pela proximidade geográfica, Uruguai e Argentina, sendo para muitos destes animais a porta de entrada para o Brasil. Entre os ganhadores estão animais de campanha clássica e futuros reprodutores.
A primeira disputa ocorreu em 1936, na distância de 2.450m, sendo vencedor o uruguaio Cabileño. De lá para cá, apenas não foi realizado em apenas duas ocasiões, 1968, em virtude de interrupção do trânsito de equinos no Brasil e em 2010. Atualmente é disputado em 2.200 metros.
1 de jul. de 2015
Jockey Club de Pelotas Parte I
Imagem 2: Reta de 635 metros do Hipódromo da Tablada/1972. - Jockey Club de Pelotas. Foto enviada por Paulo Borges Fiss. |
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