8 de abr. de 2016

Liga pró defesa de Pelotas


“Com uma concorrida sessão, tendo por local o Theatro 7 de abril, era fundada em 16 de janeiro de 1931 a liga Pró Defesa de Pelotas, era uma entidade sem cores pertidárias e nem religiosas.
Era seu objetivo exclusivo:

  • Conseguir a execução de um programa administrativo- economico, aprovado em sessão da fundação da liga.
  • Cuidar de todos os interesses gerais, principalmente dos do município.
    Art. 2° - A liga procurará conseguir a junção de ligas com o mesmo fim, no maior numero de municípios.”
Fonte: Fascículo Pelotas Memória n° 5 - Ano 1999 - Ano 10 - Nelson Nobre Magalhães

“Aproveitando-se do clima otimista de patriotismo e civismo que reinava na cidade, em novembro de 1930, o getulista Cássio Tamborindeguy, que desenvolvia atividades ligadas ao comércio, lançou a idéia de que fosse criado o movimento “Em defesa de Pelotas”, devendo ele contar com a participação de vários setores da sociedade Pelotense. Para tanto, inicialmente, enviou correspondência com minuciosos relatórios sobre a situação econômica da cidade àqueles que organizavam e viabilizariam o movimento: o Rotary Club e a Associação Comercial de Pelotas, o intendente João Py Crespo e o secretário de Estado dos Negócios da Fazenda, o pelotense Francisco Antunes Maciel."
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"Para impulsionar a cidade na retomada de seu desenvolvimento, algumas estratégias foram pensadas pelos integrantes da liga “Em Defesa de Pelotas”, suscitando certas medidas, tais como, construir uma estrada de ferro que fosse unir Pelotas a Santa Maria e outras ações de menor projeção, como reduzir a arrecadação tributária no porto de Pelotas, pois, segundo Amaral (2003, p.63), “os impostos cobrados vinham travando a circulação de mercadorias, paralisando o comércio e produzindo a depressão de outras fontes de renda”."
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Sessão em 17 de dezembro de 1930 no Grande Hotel

"Outros fatores preocupavam às autoridades engajadas no movimento “Em Defesa de Pelotas” e recaiam sobre a precariedade das vias de comunicação e transporte o que impunha a necessidade da desobstrução de canais condutores ao porto, e a possibilidade de acesso de navios de maior tonelagem. Objeto de inquietação foram, além disso, a construção de rodovias com acesso à zona rural e medidas referentes à intervenção do município quanto à saúde pública devido aos altos índices de mortalidade infantil e outras enfermidades que acometiam os pelotenses, como a febre tifóide e a tuberculose. Quanto à infra-estrutura urbana e social, no tangente à higienização nas ruas, havia denúncias da sujeira, um grande flagelo, bem como a proliferação de cachorros pesteando o ambiente, provocando incidentes e doenças, e a mendicância, que poluía e desqualificava a idéia de progresso de uma urbe." 

Fonte: Futebol, memória e identidade operária: uma análise sobre a prática futebolística em Pelotas nas décadas de 1930 a 1960. ALINE NUNES DA CUNHA. Maio de 2008. Pelotas-RS 

Fonte fotos: Reprodução por de Arthur Victória do álbum "Rotary - Defesa de Pelotas - 1930".

Reminiscências do Calçadão de Pelotas - Década de 80

Dois registros lá do início do recém construído Calçadão, as imagens são do livro de Mário Rosa, Geografia de Pelotas - A economia, publicado em 1985. Com fotografia de Luis Carlos Netto e Luiz Carlos Vaz. Parece que tanto o público como os comerciantes já tinham aceitado o "Shopping a céu aberto" visto que no início do projeto o calçadão sofreu uma certa rejeição, principalmente por parte dos lojistas. 
Na primeira fotografia nota-se: Entre Floriano e Sete: Bromberg, Velocino Torres, Trilhotero, A gruta, Empório dos Tecidos, Favorita, Poupança Habitação. Em um segundo momento podemos observar entre Sete e Neto: Imcosul, Procópio, Marisa. Entre Neto e Voluntários: Lojas Mazza. Orelhões nos tradicionais acrílicos laranja, caixas de correios. Sem vários vendedores ambulantes e nem pessoas olhando para o celular.

Reprodução enviada por Margareth Vieira.