26 de set. de 2019

Folha ilustradas "O Cabrion (1879-1880)"


"Houve grande quantidade de pequenos periódicos, de formato, tiragem e periodicidade muito variada, que são classificados como jornais ou também como revistas literárias. Havia ainda as folhas ilustradas, que mesclavam literatura e sátira social, possuindo ilustrações a bico de pena, das quais as principais foram O Cabrion (1879-1880) e A Ventarola (1887-1889). A primeira pertenceu a Eduardo Guerra e Eduardo Chapon e se distinguiu pelo tom agressivo de suas sátiras ilustradas, causando polêmica em alguns momentos. A segunda, de propriedade exclusiva de Eduardo Chapon, tinha um estilo mais moderado, mas bateu-se pela Abolição e foi um dos importantes semanários de seu tempo, dedicando-se também à literatura. A campanha da Abolição também fez surgir outros periódicos, destacando-se A Penna,O Pervígil (1882-1883) e O Democrata (1886-1888). Mesmo sem ilustrações, outros jornais misturavam humor, crítica literária e crônicas do cotidiano, como O Invisível (1887) e a Revista Popular (1888), ambos tendendo ao republicanismo. O Farrapo (1889) é exemplo de semanário político e republicano com produção literária, mesmo caso de O Radical (1890) que, publicado na época da proclamação da República, aos poucos perdeu seu caráter político, tornando-se mais literário." 
O nome do periódico foi uma adaptação de um dos personagens do romance Mistérios de Paris de Eugène Sue. No enredo, Cabrion era um pintor travesso que perturbava o personagem Pipelet. Publicado originalmente no Journal des Debats, entre junho de 1842 e outubro de 1843, o romance recebeu grande notoriedade não só na França, como em outros países. No Brasil, foi publicado no folhetim do Jornal do Comércio, a partir de 1º de setembro de 1844 (Balaban, 2005, p. 99). Serviu também para intitular o periódico de Angelo Agostini veiculado na década de 1860, em São Paulo. 

Abaixo reprodução da folha ilustrada "O Cabrion" de n° 94, datada de 21 de novembro de 1880, segundo ano de circulação da folha. Na capa uma ilustração de Jacques Offenbach, compositor e violoncelista francês de origem alemã, foi um paladino da opereta e um precursor do teatro musical moderno que havia morrido no mês anterior.

Foi publicado em pequeno formato (22 x 32cm), com circulação semanal.
A forma de apresentação do periódico seguia o modelo adotado pelos jornais congêneres do século XIX, sobretudo, os do Rio de Janeiro.

A impressão era realizada pela tipografica do Jornal do Comércio. A parte ilustrada era produzida sob a responsabilidade artística de Eduardo de Araújo Guerra, desenhista e encarregado também pela direção literária.



Eduardo Chapon e Eduardo Guerra utilizaram a sátira social para tratar dos mais variados assuntos que nortearam a sociedade pelotense. Para eles, tudo e todos eram passíveis de suas críticas e ilustrações caricaturais.



Fonte do texto.— 

- A Imprensa de Pelotas em um século”. Diário Popular, 7 de novembro de 1951. Bibliografia.– Loner, Beatriz. Jornais pelotenses diários na República Velha. Ecos Revista. Pelotas, v.2, n.1, abril de 1998, pp. 5-34; Lopes, Aris-teu. Traços da política: representações do mundo político na imprensa ilustrada pelotense do século XIX. Porto Alegre: UFRGS, Dissertação (Mestrado em História), 2006; Rudiger, Francisco. Tendências do jornalismo. Porto Alegre: Editora da Universidade UFRGS, 1993. (Beatriz Ana Loner);

- Artista do lápis: as ilustrações de Eduardo de Araújo Guerra no periódico Cabrion. Pelotas, 1879-1881, acesso em 26 de setembro de 2019 em: http://revistas.unisinos.br/index.php/historia/article/view/5087

Fonte de reprodução do Jornal.— Acervo de Vinicius Porto.


Offenbach - Barcarolle , from 'The Tales of Hoffmann'



25 de set. de 2019

Fábrica de malas, 7 de Setembro com Barão de Santa Tecla

Rua 7 de Setembro esq. Payssandu (entre 1861 e 1937), atual Barão de Santa Tecla.

Reprodução de uma Ilustração da etiqueta da fábrica de malas do uruguaio Sr. Trajano Ignácio de Medeiros (participou da primeira diretoria do Club de Regatas Pelotense e foi presidente no ano de 1921). 


Reprodução da etiqueta enviada por Margareth Vieira. S/D.

23 de set. de 2019

Chafariz da Praça Coronel Pedro Osório, década de 60.

A esquerda do postal notamos a construção do Condomínio Edifício Barão de Jarau. 
O edifício foi projetado pelo arquiteto Ari Marangon em 1968, foi construído na esquina da Praça Coronel Osório com a Rua Anchieta. O início da obra foi através da Construtora Menna Barreto, em parceria com o Sr. Lauro Ribeiro. Em um segundo momento passou para Roberto Ferreira S.A., empresa na qual o Senhor Lauro era sócio. (Fonte: Equipe Exclusive Sul)

Agradecimento a Luciano Silveira pelo envio da foto.

19 de set. de 2019

Parque da Baronesa antes do museu. Senzala da Baronesa? Década de 70

Antes do Museu...

O terreno onde hoje está localizado o Solar da Baronesa foi comprado em 1863 pelo Cel. Annibal Antunes Maciel e passou para as mãos de Annibal Antunes Maciel Júnior por herança materna no ano de 1871.
No ano de 1978 a propriedade foi doada pela família ao município de Pelotas, sendo especificado no documento de doação que o parque e o prédio fossem transformados em espaços abertos ao público. Após quatro anos de reforma, o museu foi inaugurado em 25 de abril de 1982 e tombado pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico (COMPHIC) do município de Pelotas no ano de 1985.

Foto pertencente ao acervo do Museu.

No processo de reforma algumas edificações do entorno foram demolidas, pois não apresentavam o mesmo padrão estético do casarão (foto abaixo), apagando da memória local a materialidade que representava as classes trabalhadoras que também fizeram parte da história da Chácara da Baronesa.  Fonte: Página Facebook "Onde está a Senzala da Baronesa?" https://www.facebook.com/Onde-est%C3%A1-a-Senzala-da-Baronesa-101676177894663/?__tn__=HH-R

Foto pertencente ao acervo do Museu. Doação desta foto ao Museu suscitou uma questão que sempre gerou dúvidas aos frequentadores do Parque... seriam essas casinhas as antigas senzalas do Solar da Baronesa?


"Onde está a Senzala da Baronesa?" é uma pesquisa arqueológica que procura entender a escravidão e pós-abolição na Chácara da Baronesa, assim como contribuir na discussão pública das representações do passado, onde convida a participação da comunidade pelotense.

1 de set. de 2019

Palácio do Comércio

Foto do então Palácio do Comércio, atual Associação Comercial de Pelotas, na esquina das Ruas Sete de Setembro e XV de Novembro, reprodução da imagem impressa na série de monografias municipais, n°5, 2°edição, revista e atualizada do IBGE em março de 1958.