26 de mai. de 2017

2° FENADOCE - 1° a 8 de maio de 1988


Dois anos após sua primeira edição, ocorrendo de 1° a 8 de maio de 1988, teve-se então a abertura oficial da 2ª Fenadoce, tendo como local o parque da Associação Rural de Pelotas.
A festa mostrava aos visitantes de todo o Brasil e até do exterior, porque Pelotas é conhecida como a capital nacional do doce. Os primeiros viajantes que passavam pela região na época áurea do desenvolvimento das charqueadas saíram encantados com a cultura dos moradores da vila e pela delicadeza e requinte dos doces artesanais servidos nos saraus. Buscava-se na Fenadoce mostrar as delícias que eram aqui produzidas além de motivar o comércio local em geral. Além das doceiras, dezenas de indústrias conserveiras do município exportavam para todo o Brasil e exterior, contribuindo de forma expressiva para a pujança da economia local. A idéia do prefeito em transformar a terra do doce em multifeira concretizou-se com sucesso. Além dos setores artesanais e industriais da doçaria pelotense, dezenas de empresas dos mais diversos ramos mostravam em seus estandes espalhados por toda área do parque o potencial econômico da zona sul.
Em apenas dois dias de feira 70 mil pessoas já haviam a visitado e ainda faltavam seis dias para a população prestigiar a festa. O volume de vendas continuava superando as expectativas e os expositores festejavam o êxito da festa.
O sucesso da 2ª edição da Fenadoce, segundo o presidente da Fundapel, estava atribuído entre outros fatores ao local, a infra-estrutura, a organização dos expositores, o volume e qualidade dos doces.
O responsável pelo estande da Padaria Círculo Operário, Mário Medeiros Filho, disse que a expectativa de vendas até o final da semana estava em torno dos 30 mil doces, pois em apenas um dia a venda no estande já havia superado as mil unidades. A feira foi idealizada pelo prefeito José Maria Carvalho da Silva e atingiu seus objetivos. A opinião geral era que esta realmente havia sido a primeira grande Fenadoce, pois a anterior não obteve o mesmo êxito. O sindicato rural mostrou ser um excelente lugar para a festa. Os planos para a 3ª Fenadoce eram algumas obras de infra-estrutura a mais, principalmente para as doceiras artesanais e pavimentação devido à instabilidade climática.
Amadilina Sodré Marine, associada e ex-presidente da cooperativa das doceiras de Pelotas criticou a feira devido as doceiras terem ficado em baixo das lonas rasgadas, extrados quebrados e estandes separados por canas. Ela achou péssimas as instalações para as doceiras já que elas faziam a fama na cidade e que deveriam ter recebido mais atenção dos organizadores. Outro comentário relevante na época foi o de Ricardo Crochmore que sugeriu para a próxima edição que fossem oferecidos doces gratuitos aos visitantes, já que na festa da uva eles ofereciam vinho.

Texto extraído Trabalho Acadêmico “FENADOCE: CULTIVANDO E DIVULGANDO O PATRIMÔNIO DE PELOTAS” de Taíza Corrêa Schmidt Triarca. 2008

Na foto Governador Pedro Simon e o Prefeito José Maria Carvalho da Silva conferindo, com o empresário Hugo Poetsch, as embalagens de exportação das Conservas Agapê. Mais ao fundo o jovem Henrique Pires.

Um comentário:

  1. Paradoxalmente com Fenadoce a industria conserveira Pelotense iniciou longo período de declínio, justamente sob governo do próprio Simon se prolongando até seu sucessor (Colares) sem nenhuma politica de apoio. Felizmente a Fenadoce sobreviveu e é motivo de orgulho para Pelotas.

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