15 de set. de 2016
4 de jul. de 2016
ANÚNCIO GP PRINCESA DO SUL 1953
OS PROGRAMAS DO GP PRINCESA DO SUL, ESTE AQUI O DE 1953, VENCIDO POR DANSARINO,
RAZÃO DESSA PROPAGANDA TODA, ERA O QUE SIGNIFICAVA O TURFE, NA ESFERA SOCIAL DO
MUNICÍPIO DE PELOTAS, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL E DO BRASIL NO PASSADO. ERA
UMA TRADIÇÃO EM POPULARIDADE, ATÉ MESMO NO EXTERIOR, A PROVA MAGNA TURFEANA DE
PELOTAS, NO MAJESTOSO HIPÓDROMO DA TABLADA DE ENTÃO. - FONTE.: - PAULO FISS -
DOMINGO 03.07.2016 - 22:36
19 de jun. de 2016
Lá… por Francisco LOBO DA COSTA
Na minha terra,
lá…quando
o luar banha o potreiro
passa cantando o tropeiro,
cantando…sempre cantando…
depois descobre-se o bando
do gado que muge adiante,
e um cão ladra bem distante…
Lá… bem distante!…na serra!
– Nunca foste a minha terra?
o luar banha o potreiro
passa cantando o tropeiro,
cantando…sempre cantando…
depois descobre-se o bando
do gado que muge adiante,
e um cão ladra bem distante…
Lá… bem distante!…na serra!
– Nunca foste a minha terra?
Enfrena, pois, teu
cavalo,
ferra a espora, alça o chicote,
e caminha a trote…a trote…
se não quiseres cansá-lo.
Ainda não canta o galo,
é tempo de viajares,
deixarás estes lugares,
irás vendo novas cenas,
sempre amenas…muito amenas!
ferra a espora, alça o chicote,
e caminha a trote…a trote…
se não quiseres cansá-lo.
Ainda não canta o galo,
é tempo de viajares,
deixarás estes lugares,
irás vendo novas cenas,
sempre amenas…muito amenas!
O laranjal enverdece
ao disco argênteo da lua,
e a estrada deserta e nua
logo aos olhos te aparece…
Uma figueira ali cresce
beijando a fralda ao regato:
e lá… no fundo do mato,
arde o rosado e fumega
a vassourinha, a macega…
ao disco argênteo da lua,
e a estrada deserta e nua
logo aos olhos te aparece…
Uma figueira ali cresce
beijando a fralda ao regato:
e lá… no fundo do mato,
arde o rosado e fumega
a vassourinha, a macega…
Se um grito de fero
açoute
estruge no ar austero,
não tremas! É o quero-quero
que vem te dar a boa noite.
Um conselho porém dou-te:
um pouso tens a teu lado;
mas não lhe batas…cuidado!
Antes procura outros meios
dormindo sobre os arreios.
estruge no ar austero,
não tremas! É o quero-quero
que vem te dar a boa noite.
Um conselho porém dou-te:
um pouso tens a teu lado;
mas não lhe batas…cuidado!
Antes procura outros meios
dormindo sobre os arreios.
Não que se negue a
tais horas
agasalho ao forasteiro,
mas, porque, foras primeiro
assustado sem demora!
“Ó Juca” põe-te pra fora! “
solta o cão…traz o trabuco…”
“matemos este maluco!”
para no fim do rebate
ir contigo tomar mate.
agasalho ao forasteiro,
mas, porque, foras primeiro
assustado sem demora!
“Ó Juca” põe-te pra fora! “
solta o cão…traz o trabuco…”
“matemos este maluco!”
para no fim do rebate
ir contigo tomar mate.
Logo ao romper da
alvorada
põe a soga o teu cavalo:
podes passar-lhe um pealo,
uma maneia trançada,
depois vai pedir pousada;
de dia nada receias;
verás meninas sem meias…
“Eh pucha!” que lindas moças
de pernas grossas…bem grossas!
põe a soga o teu cavalo:
podes passar-lhe um pealo,
uma maneia trançada,
depois vai pedir pousada;
de dia nada receias;
verás meninas sem meias…
“Eh pucha!” que lindas moças
de pernas grossas…bem grossas!
Hão de fazer-te mil
festas,
dar-te atenção e carícias,
porquanto minhas patrícias
são modestas, bem modestas!
Mil vezes os mimos destas
porque são filhos da estima.
Aceita-os, pois, e por cima
come o bom churrasco insosso,
que elas dirão que és bom moço!
dar-te atenção e carícias,
porquanto minhas patrícias
são modestas, bem modestas!
Mil vezes os mimos destas
porque são filhos da estima.
Aceita-os, pois, e por cima
come o bom churrasco insosso,
que elas dirão que és bom moço!
À noite, escuso
avisar-te,
dança-se a parca “Tirana”;
tira a primeira serrana
que não há de recusar-te,
ali, a um canto…de parte,
o velho fuma um cigarro;
de quando em quando um escarro,
ao passo que um mariola
arranha numa viola.
dança-se a parca “Tirana”;
tira a primeira serrana
que não há de recusar-te,
ali, a um canto…de parte,
o velho fuma um cigarro;
de quando em quando um escarro,
ao passo que um mariola
arranha numa viola.
Não te espante os
cavalheiros,
muitos verás de tamancos
outros de sapatos brancos
ou de “botas de terneiros”;
esses serão os primeiros
na “competência dos pares…”
nem te rias se escutares:
-”Eu danço “cá siá” Maruca,
“A Chica dança cô Juca!”
muitos verás de tamancos
outros de sapatos brancos
ou de “botas de terneiros”;
esses serão os primeiros
na “competência dos pares…”
nem te rias se escutares:
-”Eu danço “cá siá” Maruca,
“A Chica dança cô Juca!”
Ouvirás após
cantiga
de versos de pés quebrados,
coisas de tempos passados
que talvez a rir te obriga;
se queres porém que o diga:
acho mais graça e beleza
naquela simples rudeza,
que neste folgar sem lei
de muita gente que eu sei.
de versos de pés quebrados,
coisas de tempos passados
que talvez a rir te obriga;
se queres porém que o diga:
acho mais graça e beleza
naquela simples rudeza,
que neste folgar sem lei
de muita gente que eu sei.
Ali, verás como
incita
o viver da solidão,
tomando o teu “chimarrão”
feito por moça bonita;
verás vestidos de chita,
muita vida em cada rosto…
Mas, se duvidas do exposto,
é fácil: – volta pra aqui,
e dirás se te menti.
LOBO DA COSTA
o viver da solidão,
tomando o teu “chimarrão”
feito por moça bonita;
verás vestidos de chita,
muita vida em cada rosto…
Mas, se duvidas do exposto,
é fácil: – volta pra aqui,
e dirás se te menti.
LOBO DA COSTA
16 de jun. de 2016
Um calçadão recém nascido
Olha só o registro do Sr. Vitor Hugo Lautenschläger, fotografou os filhos no recém nascido calçadão central de Pelotas em maio de 1981. Na foto os irmãos Leonardo Lautenschläger e Alessandra Lautenschläger nos orelhões da antiga CTMR. Podemos ver algumas lojas do comércio da época, como Hercílio, Favorita, Emporio de tecidos, Trilhoteiro. O chafariz das "três meninas" (1874), lá ao fundo, nem tinha sido transferido da Praça Domingos Rodrigues para o calçadão das Rua Andrade Neves esq. com a Rua Sete de Setembro, a inauguração do chafariz neste local aconteceu no dia 18 de dezembro de 1981.
Envie sua foto para preteritaurbe@hotmail.com
13 de jun. de 2016
Rua das flores "um nome que deveria ter sido eternizado"
Postal da atual Rua Andrade Neves (Rua das Flores) esq. Mal. Floriano (Rua São Jerônimo), antes do Edifício Glória, que só fora construído em 1934. Esta foto provavelmente seja do inicio do século XX.
Antiga rua das flores, como disse Mario Osório Magalhães, em um de seus livros, "um nome que não deveria ter sido mudado e sim eternizado."
6 de jun. de 2016
1° Feira Nacional do Doce de Pelotas 1986
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Foto: Reprodução enviada por Margareth Vieira |
Rememoramos os idos de 1986, com o cartaz da primeira feira nacional do doce, quando era realizada em janeiro no Laranjal e sua história no texto abaixo
UM POUCO DE HISTÓRIA.
“Com a duração de apenas 5 dias surgiu então a 1ª Fenadoce, ocorrendo de 15 a 19 de janeiro de 1986. Foi realizada na área pertencente a Universidade Católica de Pelotas, na praia do Laranjal e realizada pela FUNDAPEL com o apoio do Governo do Município.
A festa surgiu com o objetivo de divulgar os produtos na área de doces, enlatados e confeitarias da cidade e tendo o propósito de estimular a comercialização destes produtos. O sonho era que a festa do doce fosse como a festa da uva, mas isso não aconteceu devido à falta de promoção publicitária.
A Fenadoce teve sua abertura no dia 14 de janeiro de 1986 ao som do Hino Nacional tocado pela Banda da Brigada e com a presença do prefeito da cidade Bernardo de Souza.
À noite o show pirotécnico que durou 20 minutos, encantou a todos que prestigiaram a festa. O sistema de som de 50 mil watts era equivalente à metade do som do Rock in Rio, prometendo incentivar a festa.
Com uma lancheria montada em estilo circense numa área de 1.500 m², haviam dentro do pavilhão cerca de 55 estandes e 20 ao ar livre. Assim começou a trajetória da Fenadoce que buscava mostrar a doçaria, indústria, comércio, artesanato e os serviços de Pelotas.
Pelotas contava com a cooperativa das doceiras que inicialmente tinham 100 doceiras associadas, mas que se reduziu à metade, pois estavam desviando a verba. Pelotas distribuía seus doces para vários estados como Santa Catarina, São Paulo, Porto Alegre, Curitiba. A preferência na época eram pelos doces cristalizados.
A presidente da cooperativa, Amadelina Marini nos colocou a importância da realização desta festa, dizendo: “Com a Fenadoce o doce de Pelotas voltará a se impor no mercado e o mais importante vai ser a imagem da festa, onde haverá uma constante procura o ano todo”.
O sucesso da Fenadoce possibilitou que a rádio Cosmos transmitisse um programa especial sobre a 1ª Fenadoce, integrando uma série: “Coisas da Província”, apresentando um painel sobre Pelotas, suas riquezas, potencialidades e sua gente. O especial foi gerado pela rádio do Mec no Rio de Janeiro.
Dia 19 de janeiro de 1986, último dia da festa, na coluna Marina Especial, do jornal Diário Popular foi mencionada a importância da festa, já que os turistas hospedados no Hotel Manta adoraram o atendimento e prometeram voltar em outras festas.
Um dos maiores estandes que merece ser mencionado foi da Agapê, que superou as expectativas e também ofereceu degustação de alguns produtos.
O desejo era que a cidade se tornasse um seu pólo turismo, gerando dinheiro, riqueza e trabalho.
Entre os comentários da festa, o presidente do diretório municipal do PDS, Adolfo Fetter, criticou a feira dizendo que não tinha infra-estrutura e que deveria ter sido realizada na Associação Rural e ainda reclamou que a cidade esta mal cuidada e suja. Carlos Alberto comentou “Um velho sonho meu vejo em realidade. O turismo de Pelotas sendo conduzido pelos doces”.
Maria do Carmo Haertel Sobral falou sobre as confeitarias de Pelotas, recordando a Confeitaria Nogueira, Confeitaria Gaspar, Confeitaria Brasil, Confeitaria Abelha, homenageando-as por terem aberto o caminho para Pelotas se tornar a capital do doce.
A Prefeitura e a Fundapel, os setores de comércio, indústria e turismo que há muito desejavam que a cidade tivesse a sua festa ficaram realizados com a sua merecida promoção.
O prefeito Bernardo de Souza falou sobre a festa: “Há a crença e o entusiasmo de muitos. Há também a certeza de que nada nasce perfeito, mas de que é preciso ousar e começar. A grande festa que Pelotas quis!”
A Fundapel avaliou que o sucesso da 1ª Fenadoce estava garantido, pois até o sábado mais de 60 mil pessoas já haviam visitado a festa, sendo que na sexta-feira o mau tempo havia prejudicado o movimento. Mesmo assim a Fundapel comunicou uma reunião para avaliar os possíveis erros.
A 1ª Fenadoce foi sinônimo de grande alegria e satisfação para os pelotenses, abrindo portas, dando esperanças de crescimento e desenvolvimento para o município.”
Texto extraído Trabalho Acadêmico “FENADOCE: CULTIVANDO E DIVULGANDO O PATRIMÔNIO DE PELOTAS” de Taíza Corrêa Schmidt Triarca. Pelotas, 2008.
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Taça distribuída para os convidados da 1° FENADOCE, no primeiro dia
. Foto enviada por Paulo Irigon |
A página do Jornal do Laranjal (26 de maio 2016) postou uma foto do local onde foi realizada a 1° FENADOCE
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"Quem se dirige ao Balneário Santo Antônio, Balneário dos Prazeres e Colônia de Pescadores Z-3, visualiza à direita, antes de chegar na Avenida José Maria da Fontoura, um grande pavilhão." |
Acima o comercial da 1° Fenadoce Feira Nacional do Doce Pelotas 1986 vinculado na RBS
31 de mai. de 2016
20 de mai. de 2016
A Chopeira do "A Gruta" por Paulo Lanzetta
Registro de Paulo Lanzetta da Chopeira do Bar "A Gruta", que ficava na Rua Andrade Neves (hoje calçadão). Foto de meados da década de 70, enviada por Guto King.
8 de abr. de 2016
Liga pró defesa de Pelotas
“Com uma concorrida
sessão, tendo por local o Theatro 7 de abril, era fundada em 16 de
janeiro de 1931 a liga Pró Defesa de Pelotas, era uma entidade sem
cores pertidárias e nem religiosas.
Era seu objetivo
exclusivo:
- Conseguir a execução de um programa administrativo- economico, aprovado em sessão da fundação da liga.
- Cuidar de todos os interesses gerais, principalmente dos do município.Art. 2° - A liga procurará conseguir a junção de ligas com o mesmo fim, no maior numero de municípios.”
Fonte: Fascículo Pelotas Memória n° 5 - Ano 1999 - Ano 10 - Nelson Nobre Magalhães
“Aproveitando-se do clima otimista de patriotismo e civismo que reinava na cidade, em novembro
de 1930, o getulista Cássio Tamborindeguy, que desenvolvia atividades ligadas ao comércio,
lançou a idéia de que fosse criado o movimento “Em defesa de Pelotas”, devendo ele contar com
a participação de vários setores da sociedade Pelotense. Para tanto, inicialmente, enviou
correspondência com minuciosos relatórios sobre a situação econômica da cidade àqueles que
organizavam e viabilizariam o movimento: o Rotary Club e a Associação Comercial de Pelotas, o
intendente João Py Crespo e o secretário de Estado dos Negócios da Fazenda, o pelotense
Francisco Antunes Maciel."
...
"Para impulsionar a cidade na retomada de seu desenvolvimento, algumas
estratégias foram pensadas pelos integrantes da liga “Em Defesa de Pelotas”,
suscitando certas medidas, tais como, construir uma estrada de ferro que fosse unir
Pelotas a Santa Maria e outras ações de menor projeção, como reduzir a
arrecadação tributária no porto de Pelotas, pois, segundo Amaral (2003, p.63), “os
impostos cobrados vinham travando a circulação de mercadorias, paralisando o
comércio e produzindo a depressão de outras fontes de renda”."
...
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Sessão em 17 de dezembro de 1930 no Grande Hotel |
"Outros fatores preocupavam às autoridades engajadas no movimento “Em
Defesa de Pelotas” e recaiam sobre a precariedade das vias de comunicação e
transporte o que impunha a necessidade da desobstrução de canais condutores ao
porto, e a possibilidade de acesso de navios de maior tonelagem. Objeto de
inquietação foram, além disso, a construção de rodovias com acesso à zona rural e
medidas referentes à intervenção do município quanto à saúde pública devido aos
altos índices de mortalidade infantil e outras enfermidades que acometiam os
pelotenses, como a febre tifóide e a tuberculose. Quanto à infra-estrutura urbana e
social, no tangente à higienização nas ruas, havia denúncias da sujeira, um grande
flagelo, bem como a proliferação de cachorros pesteando o ambiente, provocando
incidentes e doenças, e a mendicância, que poluía e desqualificava a idéia de
progresso de uma urbe."
Fonte: Futebol, memória e identidade operária: uma análise sobre a prática futebolística em Pelotas nas décadas de 1930 a 1960. ALINE NUNES DA CUNHA. Maio de 2008. Pelotas-RS
Fonte fotos: Reprodução por de Arthur Victória do álbum "Rotary - Defesa de Pelotas - 1930".
Reminiscências do Calçadão de Pelotas - Década de 80
Dois registros lá do início do recém construído Calçadão, as imagens são do livro de Mário Rosa, Geografia de Pelotas - A economia, publicado em 1985. Com fotografia de Luis Carlos Netto e Luiz Carlos Vaz. Parece que tanto o público como os comerciantes já tinham aceitado o "Shopping a céu aberto" visto que no início do projeto o calçadão sofreu uma certa rejeição, principalmente por parte dos lojistas.
Na primeira fotografia nota-se: Entre Floriano e Sete: Bromberg, Velocino Torres, Trilhotero, A gruta, Empório dos Tecidos, Favorita, Poupança Habitação. Em um segundo momento podemos observar entre Sete e Neto: Imcosul, Procópio, Marisa. Entre Neto e Voluntários: Lojas Mazza. Orelhões nos tradicionais acrílicos laranja, caixas de correios. Sem vários vendedores ambulantes e nem pessoas olhando para o celular.
Na primeira fotografia nota-se: Entre Floriano e Sete: Bromberg, Velocino Torres, Trilhotero, A gruta, Empório dos Tecidos, Favorita, Poupança Habitação. Em um segundo momento podemos observar entre Sete e Neto: Imcosul, Procópio, Marisa. Entre Neto e Voluntários: Lojas Mazza. Orelhões nos tradicionais acrílicos laranja, caixas de correios. Sem vários vendedores ambulantes e nem pessoas olhando para o celular.
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Reprodução enviada por Margareth Vieira. |
24 de mar. de 2016
"Pessoas que fizeram a diferença..." Empresário Clóvis Villar.
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Empresário Clóvis Villar. |
Sr.
Clóvis Villar, natural de Pelotas, foi comerciante de 1964 a 1993.
Foi fundador e diretor das lojas Esporte
Princesa
e Capézio
(Shopping calçadão).
Em
1964 começou com a Loja
Elite
na Rua Lobo da Costa que fazia sociedade com Carlos Silveira. Anos
depois foi proprietário da Casa
Norma,
na Andrade Neves junto com seu amigo José Azário. Abriu
individualmente a Loja
Esportes Princesa,
antes conhecida como Fábrica
de Bolsas Princesa,
que abastecia Rio Grande, Jaguarão e arredores da colônia. Quando
faleceu em 1993, aos 59 anos, era diretor do Departamento de Apoio à
Área Central do Clube de Diretores Lojistas de Pelotas (Daac/CDL),
também diretor suplente do Sindilojas e integrava o quadro de sócios
da Associação Comercial de Pelotas. Atuante e preocupado com a
área central de Pelotas procurava realizar melhorias, e estava
sempre em comunicação com outros comerciantes para tentar atender
suas solicitações. Realizava várias campanhas, enquanto esteve a
frente do Daac/CDL, uma delas em relação a segurança do centro,
conservação e limpeza do calçadão. Foi o Sr. Clóvis que junto
com o CDL, que viabilizou a colocação de lixeiras e alargamento das
calçadas de Rua Marechal Floriano.
Em contato com Roberto
Villar,
neto do Sr. Clóvis, que nos forneceu informações, reportagem e
algumas fotos que postaremos a seguir. Sendo assim, deixamos com este
texto e fotos, uma singela homenagem ao Sr. Clóvis, que muito se
preocupou com a nossa Pelotas e fez a diferença, estendemos esta
homenagem a família e em especial a Sra. Terezinha Vieira Villar que
sempre esteve ao seu lado no caminho que trilhou por aqui.
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Sr. Clóvis Villar nos anos 40, a esq. encima na foto, no Colégio Gonzaga. |
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Foto da Fábrica de Bolsas Princesa nos anos 70, que depois se chamou Esporte princesa. |
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Sr. Clóvis Villar no seu casamento em 1957, com Terezinha Villar. |
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Homenagem oferecida ao Sr. Clóvis, 1993, do CDL pelo seu trabalho junto ao comércio. |
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Empresário Clóvis Villar. |
Fonte:
Diario
Popular,1993.
Roberto
Villar, 2016.
Fotos
do acervo da família Villar enviadas por Roberto Villar
1 de mar. de 2016
Na fila no início do século XX
Como seria uma sala de espera de atendimento gratuito no início do século XX em Pelotas? Mais precisamente na Faculdade de Odontologia?
O jornal Opinião pública de 04 de novembro de 1916, nos mostra em uma reportagem sobre a Faculdade de Pharmacia e Odontologia, comentando que a clínica, totalmente gratuíta funcionava das 8h às 11h e das 13h às 17h, assim como o laboratório farmacêutico, ressaltava que a jornada permitia uma longa e perfeita aprendizagem aos seus alunos que eram sempre acompanhados, em revezamento, por seus vários professores.
Com certeza os atendimentos deviam serem feitos dividindo homens e mulheres, onde nota-se que na foto só aparecem mulheres. Sabe- se que as crianças tinham atendimento separado em uma sala especial.
Fonte: Jornal Opinião Pública de 04 de novembro de 1916"
Pesquisa:Maria Augusta Martiarena de Oliveira para o trabalho Instituições e práticas escolares como representações de modernidade em Pelotas (1910-1930): Imagens e imprensa em 2012.
29 de fev. de 2016
Desfile em frente a Catedral - 1969
14 de fev. de 2016
Revolta dos Bondes - Um fato sem precedentes nos anais de Pelotas - 1914
Bondes incendiados
Com a
matéria intitulada “Bondes incendiados”
as páginas do Jornal Correio do Povo, de
Porto Alegre, no mês de Dezembro de 1914, em plena primeira guerra mundial,
noticiava que a companhia de Ferro Carril e Caes resolvera fazer greve
suspendendo a circulação dos bondes. Antes disso Dr. Cipriano Corrêa Barcelos, o
Intendente Municipal, como era chamado o prefeito, já havia mandado cortar
alguns trilhos para que os bondes não pudessem circular, pois a empresa já não possuía
a ordem para circular e a construção das linhas para os bondes elétricos pela
empresa Light and Power já havia começado. A população encontrava- se dividida
entre o atual e o novo tipo de transporte.
Exatamente
em 14 de dezembro estudantes pelotenses, do lado da intendência, somado as
insatisfações dos trabalhos oferecidos pela companhia, fizeram comício de
protesto em praça pública, no qual promoveram o “enterro” do diretor da
companhia Ferro Carril (Sr. José Máximo Corrêa de Sá) com direito a bateção de
latas, apitos e fogos de artifícios. Findo o protesto, uma multidão em torno de
1.500 pessoas atacaram o depósito dos Bondes da Ferro Carril, sendo recebidos a
tiros pelos guardas da companhia. Os depósitos tiveram seus portões arrombados
e invadidos, de onde foram tirados e conduzidos “a pulso” pelas ruas da cidade
sendo depredados e incendiados.
“A Estação foi invadida e
tudo que se encontrava lá dentro foi destruído, soltaram os muares das
cocheiras e destruíram os utensílios ali encontrados, retiraram do local vinte
e sete bondes que foram espalhados pela cidade, e posteriormente quebrados e
queimados, quatro destes foram jogados em chamas para dentro do arroio Santa
Bárbara, nas proximidades da empresa. Enquanto um grupo de populares encarregava-se
da estação dos bondes, na Praça da Constituição, o escritório central também
foi apedrejado, por outro grupo que continuava a baderna, destruindo tudo que
encontrava pela frente. O corpo de bombeiros foi acionado para combater os diversos
pontos de incêndio nos bondes, pessoas foram atingidas por balas de revolver,
várias casas foram apedrejadas. Todo este alvoroço e vandalismo pararam somente
em torno de três horas da madrugada, quando um grupo de guardas da policia
conseguiu conter a população .” (WITTMANN, 2006)
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Bondes de tração animal em frente a então Praça Pedro II.Acervos: CDOV-Biblioteca Pública Pelotense e Eduardo Arriada – A.F. Monquelat |
Curiosidades:
“Os bondes em Pelotas por tração animal
foram inaugurados em Novembro de 1873.”
“Princesa
Isabel em visita a Pelotas, em 1885, passeou com seus dois filhos em um
bondinho puxado a burros. Como em todo o lugar por onde andava a nobre senhora,
faziam-se manifestações de simpatia e às vezes um tanto exageradas. Os
pelotenses, dados a homenagens, não fizeram diferente. Ornamentaram o bondinho
com flores para os reais passageiros que os levaria ao parque Sousa Soares, o
primeiro centro turístico do Rio Grande do Sul.” (Viva o Charque - Zênia de León).
![]() |
Fig. 2 Bonde elétrico na atual Av. Duque de Caxias. |
Fontes:
Coleção do Arquivo Histórico
de Porto Alegre.
Blog conselheiro X. Pelotas.
Disponível em http://conselheirox.blogspot.com.br/ Acesso em fevereiro de
2016.
LEÓN,
Zênia de. Os bondes em pelotas - A
novidade no Rio Grande do Sul. Pelotas, 2012. Disponível em <http://www.vivaocharque.com.br/interativo/artigo22.php>
Acesso em fevereiro de 2016.
WITTMANN, Maria Cristina Gonçalves.
Trilhos Urbanos. Pelotas, 2006. Disponível em <http://wp.ufpel.edu.br/especializacaoemartesvisuais/files/2013/12/Maria-Cristina-Gon%C3%A7alves-Wittmann-%E2%80%93-2005.pdf>.
Acesso em fevereiro de 2016.
9 de fev. de 2016
O Jacaré do Fragata por Elisabete Porto de Oliveira
Em final de meados do século XX, aproximadamente, surgiu no Fragata o grupo
carnavalesco conhecido como Jacaré do Fragata.
O grupo era formado por pessoas da comunidade que se divertiam fantasiando-se
e saindo pelas ruas do bairro e conseqüentemente pelas ruas no centro da cidade.
No início os carros alegóricos eram movidos por tração animal, depois passou a
ser puxados por tratores de propriedades do Sr. José de Souza Soares, o qual, cedeu
para a realização do evento. O Jacaré do Fragata atraía o público por onde passava.
Era um grupo bem organizado e muito animado, disposto a exibir seu carnaval com
tanta exuberância e graça.
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Desfile do grupo Jacaré do Fragata, década de 60 do século XX.
Fonte: Projeto Pelotas Memória |
Segundo Nelson Nobre (2.000, p. 08, 09) faziam parte desse grupo carnavalesco
Camelinho, Jaguaré, Odilon Garcia, Gilda Nunes e sua irmã, também a rainha Zilá
Matos e a sua corte. As informações sobre os componentes e composição musical do
grupo Jacaré do Fragata foram limitadas, por falta de fontes disponíveis ou,
desconhecidas até o presente momento. O trabalho realizado pelo grupo foi o resultado
de um belo e empolgante desfile.
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Desfile do grupo Jacaré pelas ruas do centro de Pelotas, anos 60 do século XX. Fonte: Projeto Pelotas Memória. |
O Jacaré do Fragata foi o primeiro grupo burlesco que surgiu no bairro. Os
componentes do grupo desfilavam pelas ruas ao som da música executada pelos
mesmos.
Conforme o artigo do Sr. Bendjouya, publicado no Jornal Diário Popular do dia 24
de Fevereiro de 2001, o qual descreve sobre as curiosidades do carnaval de rua de
Pelotas, o mesmo relata que existiram alguns blocos que desfilavam sem nenhuma
verba pela rua 15 de novembro, na época a rua era mão dupla, depois passou a ser
mão única. Os desfiles aconteceram na por volta da década de 30 do século XX. Alguns
anos mais tarde foram surgindo outros blocos carnavalescos pela cidade com
denominações de animais, representação de bichos como a Girafa da Cerquinha; o
Camelo; o Galo; o Papagaio; o Tigre; o Jacaré do Fragata, este, como comenta o Sr.
Isaac, “tinha uma história muito interessante ligada à política pelotense”. O grupo Jacaré
fazia suas apresentações, tanto no bairro Fragata como no centro da cidade.
Alguns moradores ainda recordam de alguns trechos da cantiga do grupo Jacaré,
que desfilava pelas ruas como veremos a seguir:
Quem é que disse,
E não acreditava,
Que saísse o Jacaré [...]
Veio pra avenida lá do lago a pé,
Mostrar pra cidade,
Toda sua vaidade,
Que é o Jacaré.*
O grupo burlesco Jacaré durou poucos anos, o mesmo acabou encerrando sua
atividade carnavalesca e deixando muita saudade nas pessoas que o admirava.
Com o tempo foram surgindo outros grupos burlescos; escolas de samba com
belos desfiles como a escola de samba Imperadores da Guabiroba e Unidos do
Fragata.
Por falar em grupos carnavalescos, com o qual a população se divertia, vale a pena lembrar que no século XX, final da década 50 aproximadamente, a população do bairro freqüentava o cinema, era o Cine Fragata, o qual apresentava bons filmes, principalmente do cantor gaúcho Teixeirinha, o cinema ficava lotado como recorda alguns moradores, tinha que ter muita paciência, pois a fila era enorme. O Cine Fragata também apresentava shows, como o do cantor Cauby Peixoto, o qual atraía multidão para o local. O local também passou a ser utilizado pelas escolas que faziam apresentações de seus alunos e professores, eram usados também para outros fins. O Cine Fragata encerrou suas atividades aproximadamente, entre o final da década de 70 e inicio dos anos 80. O prédio foi reformado e hoje funciona no local um salão de baile (kazão).
Por falar em grupos carnavalescos, com o qual a população se divertia, vale a pena lembrar que no século XX, final da década 50 aproximadamente, a população do bairro freqüentava o cinema, era o Cine Fragata, o qual apresentava bons filmes, principalmente do cantor gaúcho Teixeirinha, o cinema ficava lotado como recorda alguns moradores, tinha que ter muita paciência, pois a fila era enorme. O Cine Fragata também apresentava shows, como o do cantor Cauby Peixoto, o qual atraía multidão para o local. O local também passou a ser utilizado pelas escolas que faziam apresentações de seus alunos e professores, eram usados também para outros fins. O Cine Fragata encerrou suas atividades aproximadamente, entre o final da década de 70 e inicio dos anos 80. O prédio foi reformado e hoje funciona no local um salão de baile (kazão).
*Trechos fornecidos por algumas pessoas que recordaram uma parte da letra da canção do grupo,
como a senhora Irai, o senhor Antonio Luis e dona Flora,. Maio de 2007.
Elisabete
Porto de Oliveira em Viagem na
memória do Fragata: Estudo sobre a história e cultura de um “Bairro Cidade”. Pelotas, 2007.
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Página 8 do fascículo Pelotas Memória especial sobre os carnavais do passado (2000) de Nelson Nobre. |
3 de fev. de 2016
Pedro Fickel lança: "O Mundo de Manoela Amalia - A Noiva Gaúcha de Garibaldi"
O Prof. Pedro Luiz Brum Fickel, natural de Pelotas, Rio Grande do Sul, é bacharel em Letras pela Universidade Federal de Pelotas e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Pelotas (IHGPEL) desde o ano de 2009, data que coincide com o início de sua extensa pesquisa biográfica e genealógica sobre MANOELA AMALIA FERREIRA, a “Noiva de Garibaldi”, e que culmina com a publicação deste livro. Segundo ele, a história da vida e de sublimação de um grande amor, que foi levada por Manoela até as últimas consequências, engrandece sobremaneira o ato de amar. Nessa história, a realidade por vezes ultrapassa a mais fértil ficção e nos fascina a cada momento, a cada nova descoberta. A história épica de um amor impossível, mas mesmo assim incorruptível, vivida por Manoela e Garibaldi em tempos da Revolução Farroupilha, ainda ecoa nos dias de hoje a nos dizer: é somente no amor, e através dele, que o ser humano encontrará suas derradeiras respostas.
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Manoela, a pelotense que seria eternizada como a noiva de Garibaldi, nasceu em 08 de julho de 1820, e foi batizada em 24 de agosto do mesmo ano, na Matriz de São Francisco de Paula. |
O autor Prof. Pedro Luiz Brum Fickel estará lançando seu livro dia 11 de Fevereiro, às 19:30h na Biblioteca Pública Pelotense.
Sinopse
O Rio Grande do Sul e o Brasil há muito têm ouvido falar de um romance épico, em tempos da Revolução Farroupilha, entre o corsário italiano Giuseppe Garibaldi e a bela Manoela Amalia Ferreira. Manoela e Garibaldi apaixonaram-se perdidamente, a ponto do futuro “herói de dois mundos” pedi-la em casamento somente alguns meses após seu primeiro encontro. Os pais de Manoela, entretanto, iriam impedir essa união, sob o pretexto de que ela estaria prometida a um dos filhos do Gen. Bento Gonçalves da Silva, líder das forças republicanas.
Apesar do impedimento, Garibaldi jamais esqueceria Manoela. Em suas “Memórias”, ele mencionaria o “culto divinizante” que nutrira pela gaúcha de seus sonhos. Manoela, por sua vez, optaria por manter a chama de seu grande amor eternamente acesa. E assim o fez, por toda a sua vida. Morreu solteira, no início de 1903, na cidade de Pelotas, sua terra natal, onde era conhecida como “a noiva de Garibaldi”. Respeitada por sua opção enquanto vivia, após a morte Manoela atingiria o status de verdadeira heroína no imaginário popular gaúcho. Porém, decorrido mais de um século de sua morte, e apesar de seu grande apelo, a personagem real ainda se encontrava envolvida pelo manto do desconhecimento. Esta biografia de Manoela Amalia objetiva fazer um resgate histórico há muito devido, não só através da reconstrução dos mais variados aspectos de sua vida no contexto do século XIX, como também do resgate dessa comovente história de sublimação de um grande amor, onde realidade e ficção muitas vezes se confundem ou tomam sentidos opostos. A história de um amor impossível vivida por Garibaldi e Manoela ainda ecoa nos dias de hoje, e nos revela que é somente através do amor que o ser humano encontrará as derradeiras respostas para seu conflito existencial.
Apesar do impedimento, Garibaldi jamais esqueceria Manoela. Em suas “Memórias”, ele mencionaria o “culto divinizante” que nutrira pela gaúcha de seus sonhos. Manoela, por sua vez, optaria por manter a chama de seu grande amor eternamente acesa. E assim o fez, por toda a sua vida. Morreu solteira, no início de 1903, na cidade de Pelotas, sua terra natal, onde era conhecida como “a noiva de Garibaldi”. Respeitada por sua opção enquanto vivia, após a morte Manoela atingiria o status de verdadeira heroína no imaginário popular gaúcho. Porém, decorrido mais de um século de sua morte, e apesar de seu grande apelo, a personagem real ainda se encontrava envolvida pelo manto do desconhecimento. Esta biografia de Manoela Amalia objetiva fazer um resgate histórico há muito devido, não só através da reconstrução dos mais variados aspectos de sua vida no contexto do século XIX, como também do resgate dessa comovente história de sublimação de um grande amor, onde realidade e ficção muitas vezes se confundem ou tomam sentidos opostos. A história de um amor impossível vivida por Garibaldi e Manoela ainda ecoa nos dias de hoje, e nos revela que é somente através do amor que o ser humano encontrará as derradeiras respostas para seu conflito existencial.
Fonte: https://www.chiadoeditora.com
3 de jan. de 2016
Aldo Daniele Locatelli
Aldo Locatelli nasceu em
Bérgamo, no norte da Itália no ano de 1915. Nasceu em uma família
humilde mas que tinha como valor básico o estudo e como meta a boa
formação dos filhos. Desde os dez anos de idade o menino manifestou
interesse pela pintura, a partir do contato com restauradores que
trabalhavam recuperando obras na igreja local.
Em 1931 fez um curso de
decoração no CursoLivre de Instrução Técnica, ligado à
Indústria Andrea Fantoni. Ali teve aulas com o pintor Francesco
Domenighini, que lhe proporcionou pela primeira vez contato com obras
de grandes mestres da pintura renascentista. Um ano depois foi
admitido na Accademia Carrara, de Bergamo, célebre instituição de
ensino superior de arte, sendo introduzido no método e filosofia
acadêmicos e tendo contato com Conrado Barbieri, diretor da
instituição, cujas ideias fascistas teriam influenciado o artista.
Nesta época teria produzido muitos estudos de retrato, paisagem e
natureza-morta, num estilo ainda incerto e tendendo à estilização.
Mas já então seu trabalho se destacava pela sua habilidade em
construir cenas complexas e dramáticas.
Premiado em 1937 com uma
bolsa de estudos para aperfeiçoar-se na Escola de Belas Artes de
Roma, aprofundou seus estudos sobre a arte da Roma Antiga e da
Renascença, cristalizando uma filiação estética que seguiu por
toda a vida.
Entre 1943 e 1945,
durante a Segunda Guerra Mundial, trabalhou em sua primeira obra na
Catedral de Gênova. Suas obras religiosas estão no Santuário de
Mulatiera, Paróquia de Santa Croce, Convento das Irmãs
S.S.Consolatrice, em Milão, Catedral de Gênova, cúpula da igreja
Nossa Senhora dos Remédios, Santuário Nossa Senhora da Pompéia,
Colégio da Consolata, em Milão entre outros.
Em 1948 viajou para o
Brasil, a convite de Dom Antônio Zattera, bispo de Pelotas, no Rio
Grande do Sul, para pintar a Catedral São Francisco de Paula. A
cidade lutava contra o declínio econômico e cultural, após ter
sido conhecida no fim do século XIX até o início do século XX
como "a Atenas do Rio Grande" e ter então dominado a
indústria do charque, uma das maiores fontes de renda estadual na
época. Neste ciclo Pelotas havia produzido um grande pintor,
Leopoldo Gotuzzo, que entretanto se mudara ainda jovem para Roma a
estudo e depois se fixara no Rio de Janeiro, o centro da vida
cultural brasileira. Seu nome permaneceu, porém, lembrado na cidade,
e seu sucesso orgulhava os pelotenses.
Locatelli passou a a
lecionar na Escola de Belas Artes em Pelotas no final da década de
1940. Organizando exposições de trabalhos de alunos e de sua
própria autoria. A contribuição de Locatelli a Escola teve uma
importância fundamental para consolidar e modernizar o sistema de
artes na cidade, embora novamente tenha enfrentado muitas
adversidades por escassez crônica de recursos.
Permaneceu no Brasil,
com sua esposa Mercedes Bianchieri, acompanhando-o desde seus
trabalhos na Itália, e com ela teve dois filhos.
Em 1950 firmou contrato
para a decoração da Igreja de São Pelegrino, em Caxias do Sul, e
logo sua fama chegou à capital, Porto Alegre, vencendo em 1951 uma
concorrência do Governo do Estado para executar um ciclo de painéis
no Palácio Piratini.
O Rio Grande do Sul,
circunstancialmente, atravessava um período de crise e se buscavam
símbolos identitários que pudessem mobilizar a população e
acender seu civismo. Não surpreende que o tema desse ciclo,
instalado na sede do poder político estadual, tenha sido a formação
histórica e étnica do povo riograndense, tratado com forte carga
emocional e monumentalidade e centrando a atenção nas Missões
Jesuíticas, nos Bandeirantes, na criação de gado e no gaúcho, no
folclore nativo, na família como unidade social básica, na aventura
da colonização e na agricultura.
Em Porto Alegre,
Locatelli foi solicitado para pintar o grande mural do Aeroporto
Salgado Filho, o painel central da Catedral Metropolitana, o mural da
UFGRS, o mural da sala dos músicos no Instituto de Belas Artes do
Estado do Rio Grande do Sul onde foi convidado a lecionar. Em 1954
naturaliza-se brasileiro.
Faleceu em 1962 em Porto
Alegre aos 47 anos, vitimado pela inalação continuada dos produtos
químicos provenientes das tintas que utilizava. A contribuição de
Aldo Locatelli para a pintura no Rio Grande do Sul foi de grande
importância, tanto como professor quanto como criador. Assim que
chegou ao Brasil sua obra exerceu impacto positivo e foi reconhecido
como um mestre.
Algumas de suas obras no
Brasil:
1949 - Catedral de São
Francisco de Paula - Pelotas
1950 - Mural ‘A
Conquista do Espaço’, Aeroporto de Porto Alegre
1951 - Igreja de São
Pelegrino, Caxias do Sul
1952 - Igreja Santa
Terezinha do Menino Jesus, Porto Alegre
1954 - ‘Do Itálico
Berço à Nova Pátria Brasileira’, Caxias do Sul
1957 - Painel Central da
Catedral Metropolitana, Porto Alegre
1958 - ‘As Profissões’
/ UFRGS
1960 - Painel para
Federação das Indústrias do RGS, Porto Alegre
Série de
pinturas sobre a Virgem Maria / Catedral de Santa Maria-RS
Fonte: Projeto Memória
Pelotas
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