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14 de abr. de 2021

Inauguração Posto Paulo Moreira - Ano de 1953

Fotos do ano de 1953 na inauguração do Posto Paulo Moreira da Av. Fernando Osório com D. Joaquim (antiga Av. Argentina).



Fundada em 04 de maio de 1953, com a denominação de Abastecedora de Produtos de Petróleo Ltda, a empresa deu início as suas operações de revenda de querosene, gasolina e diesel; mediante caminhão tanque, fazendo reparte diretamente aos clientes.

Lembramos que a energia elétrica ainda era restrita a zonas mais centrais das cidades, resultando em largo uso dos combustíveis citados, para acionamentos de máquinas estacionárias, em especial nos levantes de granjas de arroz e na iluminação de residências, nas vilas e zona rural, por lampiões à querosene.

Desde logo foi dado início a construção do primeiro Posto Revendedor. Com financiamento obtido junto à Esso, então a maior distribuidora do país, e a escolha de uma localização de futuro privilegiado na confluência das avenidas Argentina, hoje Fernando Osório, com D. Joaquim, na época apenas projetada.

A obra foi concluída e o Posto inaugurado em 4 de junho de 1955.
Sempre caracterizado pelo pioneirismo, já de início apresentava grande quantidade de ofertas de autopeças. Sendo sempre mais do que um simples posto revendedor, tornando-se reconhecido na região como especialista em lubrificantes.

Em 1960 foi criado um departamento específico para vendas de pneus, tendo em caminhões o foco principal. Agregando a seguir lonas e encerados a este segmento.

Com o crescimento do mercado de motocicletas, as moto-peças passaram a ter um departamento especializado em 1972, o que reafirmava o pioneirismo.

Em 1973, início das grandes safras de soja do estado, é um dos primeiros estabelecimentos na cidade a trocar ordens de frete, formando filas intermináveis de caminhões que desciam a serra até o Porto do Rio Grande.

Em 1977 passou a contar com uma cobertura sobre as ilhas de bombas, sendo a primeira na cidade de Pelotas.

Nesta mesma época adquire uma área de aproximadamente 1.650 m2, na rua Silva Paes, bairro Py Crespo, situada a menos de cem metros da importante avenida Fernando Osório. Constrói aí um grande depósito de mercadorias, e mais instalações de apoio.

Neste local instalou-se a seguir a Distribuidora Paulo Moreira, com atuação regional. Distribuindo lubrificantes, filtros, pneus de moto e diversos itens de auto e moto-peças.

O nome “abastecedora”, foi usado pela primeira vez pelo Sr. Paulo Moreira, no registro da razão social em 1953. Tendo sido este o nome fantasia usado largamente pela comunidade identificando a empresa.

Como passou a ser sinônimo de “posto de gasolina” e de sucesso, no início dos anos 80, havia no mercado outras “abastecedora”. Este fato fez com que em 1986 tenha sido alterada a razão social para Abastecedora Paulo Moreira Ltda, ou apenas PAULO MOREIRA, como é hoje conhecida.

Em maio de 1987 compra um Posto Revendedor de bandeira Ipiranga, situado no encontro da Avenida Fernando Osório com a BR 116, trevo de acesso à Pelotas.

Em 1990, tendo a Esso lançado uma competição nacional entre seus postos, mais de 3000 então, com pesquisas realizadas pelo Ibope. Sagra-se campeã ao final das cinco etapas programadas, a Abastecedora Paulo Moreira Primeiro lugar no Brasil. Salienta-se que os aspectos principais eram atendimento e desempenho.

Esta competição repetiu-se em mais quatro edições tendo Paulo Moreira sido premiado em três.

Em 1992, a Mobil Oil do Brasil, inicia um programa de Distribuidores e nomeia PAULO MOREIRA o primeiro distribuidor no país.

O grupo Paulo Moreira, em 1994, adquire seu terceiro posto. De bandeira Esso, em zona central da cidade, esquina da rua General Osório com Avenida Bento Gonçalves.

Em 1995, em grandiosa festa, única realizada no Brasil, a Esso reuniu no Metropolitan, Rio de Janeiro, todos os seus revendedores. Na ocasião foi escolhido um revendedor para ser homenageado como um símbolo da revenda brasileira de sua bandeira. O escolhido pela alta direção da Esso foi o Sr. Paulo de Souza Moreira, fundador desta abastecedora.

Em junho de 2005, nas festividades do cinqüentenário do posto matriz, foi realizada uma recepção a clientes e fornecedores, tendo por local a Estância do Saladeiro, onde mais de quinhentas pessoas estavam presentes. Destaca-se a presença do presidente da Esso Brasileira, Sr Carlos Noack acompanhado de gerentes integrantes da sua equipe, do Prefeito Municipal e vereadores.

Hoje, ano 2008, com três postos totalmente remodelados, atendendo normas de proteção ao meio ambiente, com tanques de armazenagem de combustíveis construídos com parede dupla, revestidos interna e externamente em epóxi, monitorados o tempo todo.

Os postos Esso possuem modernas lojas de conveniência e padaria, modelo Hungry Tiger, ambas com área ao público de 100 m2.

Em 2006, foi implantada uma reestruturação administrativa, que incuiu uma modernização no lay out dos escritórios, unindo numa única sala, distribuidora, contas à receber, controles de estoques, contas à pagar, consultoria, tesouraria, gerentes e direção. Esta formação resultou num maior dinamismo nas ações administrativas e comerciais.

A empresa tem forte suporte educacional aos seus funcionários, incentivando o aprendizado constante. Com um efetivo aproximado de 80 pessoas, 8 com curso superior completo, sendo outros 5 universitários. Vários concluíram cursos de nível técnico.

Muito antes de ser exigência do dissídio coletivo da categoria, os funcionários já eram beneficiados com convênio de saúde.

Implantado em 2008 o PPR - Programa de Participação nos Resultados, em ação pioneira no segmento, beneficiando todos funcionários.

Participa do programa “Primeiro Emprego”, e tem convênio para desenvolvimento de estágios curriculares e de embasamento para trabalhos de conclusão de cursos de terceiro grau.

Totalmente informatizada, tendo seus pontos de venda automatizados, estando estes pontos interligados, sendo concentrados todos os dados no posto matriz onde é processada a contabilidade.

Desde seus primeiros passos, a política foi de valorizar as pessoas. Procurando prepará-las para as oportunidades que o próprio desenvolvimento da empresa oferece.

O grande diferencial competitivo do Grupo Paulo Moreira é o elemento humano. Na empresa há sempre o incentivo ao crescimento pessoal, procurando sempre recrutar em seus quadros as pessoas capacitadas para os postos gerenciais. Conciliando todo o empenho no atendimento e satisfação do cliente.
Desta forma, sabedora de seus compromissos com o futuro, todos estão preparados e focados para manter a postura de pioneirismo, sempre atentos às inovações que nossa atividade exige e às oportunidades que o momento oferece.


Fonte: http://www.paulomoreira.com.br/historia.php.

4 de set. de 2018

Planta da cidade de Pelotas de 1911 - Bondes

Planta da cidade de Pelotas com as linhas dos bondes em 24 de setembro de 1911. Tamanho 87cm x 46 cm. Apresenta relação dos principais edifícios da cidade de Pelotas. Carimbo: Guinle & Cia. Escritório Técnico. nº 55/1911. 15 set. 1911. Carimbo: Club de Engenharia - Carta Geográfica do Brasil. Arquivo Nacional.




Fonte: Arquivo Nacional. Sistema de informações do arquivo nacional. BR RJANRIO F4-(Fundo), BR RJANRIO F4.0.MAP-(Série), BR RJANRIO F4.0.MAP.623-(Dôssie).
Acesso: http://sian.an.gov.br/sianex/Consulta/Pesquisa_Livre_Painel_Resultado.asp?v_CodReferencia_id=341424&v_aba=1

25 de mai. de 2018

Fila para gasolina na década de 40

"Durante a II Guerra Mundial (1939-1945), “racionamento” e “escassez” viraram palavras de uso corrente em Pelotas. Faltava tudo, a começar pela gasolina, que quase não chegava à cidade porque era desviada pelos produtores para o chamado “esforço de guerra”, por imposição do governo brasileiro."

A Pelotas que eu vivi em https://pelotascronicasurbanas.files.wordpress.com/2013/03/o-livro_edicao-consolidada.pdf



Fila de automóveis na rua Gen. Osório.

"Durante a Segunda Guerra Mundial a crise do petróleo atingiu Pelotas. Tal evento deu origem a extensas filas de automóveis em postos de gasolina entre os anos de 1944 e 1945."
Fonte: https://www.facebook.com/Olharessobrepelotas

20 de nov. de 2017

8 de nov. de 2017

A "Esperança" aguarda no mercado.

Antes do incêndio do Mercado e da morte do Simca Chambord. A Coca se apropriava do relógio e marcava seu espaço. Hoje a "Esperança" também já morreu, ficou a torre e o fusca!

Numa tarde de 1968, a torre do Mercado apareceu com propaganda de refrigerante. Eram tempos de guerra de colas multinacionais. Também era época de protestos em nome da liberdade de expressão.
Raul Gomes Nunes enviou a foto a página Olhares sobre Pelotas. Ele conta que Flaubiano Santos e outros funcionários da Coca-Cola pintaram os painéis, subiram na torre e, mesmo sem autorização, afixaram a publicidade à tardinha.
No dia seguinte veio a ordem para retirar o anúncio. Mas o golpe publicitário fora conseguido: fazer a foto e deixar a imagem gravada para sempre. 
O registro também é histórico para quem viveu os anos 60 e lembra os ônibus da empresa Esperança, os velhos fuscas e os Simca Chambord.
Postagem original em: http://pelotascultural.blogspot.com.br/2013/05/foto-do-mercado-antes-do-incendio-de.html

14 de fev. de 2016

Revolta dos Bondes - Um fato sem precedentes nos anais de Pelotas - 1914


Bondes incendiados

Com a matéria intitulada “Bondes incendiados” as páginas do Jornal Correio do Povo, de Porto Alegre, no mês de Dezembro de 1914, em plena primeira guerra mundial, noticiava que a companhia de Ferro Carril e Caes resolvera fazer greve suspendendo a circulação dos bondes. Antes disso Dr. Cipriano Corrêa Barcelos, o Intendente Municipal, como era chamado o prefeito, já havia mandado cortar alguns trilhos para que os bondes não pudessem circular, pois a empresa já não possuía a ordem para circular e a construção das linhas para os bondes elétricos pela empresa Light and Power já havia começado. A população encontrava- se dividida entre o atual e o novo tipo de transporte.
Exatamente em 14 de dezembro estudantes pelotenses, do lado da intendência, somado as insatisfações dos trabalhos oferecidos pela companhia, fizeram comício de protesto em praça pública, no qual promoveram o “enterro” do diretor da companhia Ferro Carril (Sr. José Máximo Corrêa de Sá) com direito a bateção de latas, apitos e fogos de artifícios. Findo o protesto, uma multidão em torno de 1.500 pessoas atacaram o depósito dos Bondes da Ferro Carril, sendo recebidos a tiros pelos guardas da companhia. Os depósitos tiveram seus portões arrombados e invadidos, de onde foram tirados e conduzidos “a pulso” pelas ruas da cidade sendo depredados e incendiados.

“A Estação foi invadida e tudo que se encontrava lá dentro foi destruído, soltaram os muares das cocheiras e destruíram os utensílios ali encontrados, retiraram do local vinte e sete bondes que foram espalhados pela cidade, e posteriormente quebrados e queimados, quatro destes foram jogados em chamas para dentro do arroio Santa Bárbara, nas proximidades da empresa. Enquanto um grupo de populares encarregava-se da estação dos bondes, na Praça da Constituição, o escritório central também foi apedrejado, por outro grupo que continuava a baderna, destruindo tudo que encontrava pela frente. O corpo de bombeiros foi acionado para combater os diversos pontos de incêndio nos bondes, pessoas foram atingidas por balas de revolver, várias casas foram apedrejadas. Todo este alvoroço e vandalismo pararam somente em torno de três horas da madrugada, quando um grupo de guardas da policia conseguiu conter a população .” (WITTMANN, 2006)

Bondes de tração animal em frente a então Praça Pedro II.Acervos: CDOV-Biblioteca Pública Pelotense e Eduardo Arriada – A.F. Monquelat

Curiosidades:

“Os bondes em Pelotas por tração animal foram inaugurados em  Novembro de 1873.”
“Princesa Isabel em visita a Pelotas, em 1885, passeou com seus dois filhos em um bondinho puxado a burros. Como em todo o lugar por onde andava a nobre senhora, faziam-se manifestações de simpatia e às vezes um tanto exageradas. Os pelotenses, dados a homenagens, não fizeram diferente. Ornamentaram o bondinho com flores para os reais passageiros que os levaria ao parque Sousa Soares, o primeiro centro turístico do Rio Grande do Sul.(Viva o Charque - Zênia de León).

Fig. 2 Bonde elétrico na atual Av. Duque de Caxias.
Fontes:
Coleção do Arquivo Histórico de Porto Alegre.

Blog conselheiro X. Pelotas. Disponível em http://conselheirox.blogspot.com.br/ Acesso em fevereiro de 2016.

LEÓN, Zênia de. Os bondes em pelotas - A novidade no Rio Grande do Sul. Pelotas, 2012. Disponível em <http://www.vivaocharque.com.br/interativo/artigo22.php> Acesso em fevereiro de 2016.

WITTMANN, Maria Cristina Gonçalves. Trilhos Urbanos. Pelotas, 2006. Disponível em <http://wp.ufpel.edu.br/especializacaoemartesvisuais/files/2013/12/Maria-Cristina-Gon%C3%A7alves-Wittmann-%E2%80%93-2005.pdf>. Acesso em fevereiro de 2016.

6 de nov. de 2015

Joaquim da Costa Fonseca Filho, o "Louco do chapéu azul" da canção de Vitor Ramil

Joaquim Fonseca em viajem ao Rio de Janeiro
Filho de português e de brasileira, com estudo formal apenas até a 5ª série do primário, o mecânico JOAQUIM DA COSTA FONSECA FILHO tinha um sonho: voar. Mas não seria um voo qualquer – tinha que ser em um avião feito por ele. Nascido em 1909 em Pelotas, no interior do Rio Grande do Sul, o jovem gaúcho – que era autodidata – aprendeu mecânica e construção aeronáutica. Embora pouco conhecido, tornou-se um dos mais inventivos pioneiros na aviação civil brasileira.
Aos 17 anos fez sua primeira experiência em mecânica. Sua família inaugurava uma linha de transporte coletivo em automóveis no sul do estado. Na intenção de elevar os lucros da pequena frota de Ford modelo T, Joaquim fez uma intervenção: aumentou o chassi de um dos carros, tornando-o maior, mais lucrativo, e a grande sensação daqueles dias.

Oficina Fonseca, na rua Santa Cruz.
A novidade vinha acompanhada de outra atividade a que Joaquim Fonseca dedicava tempo e dinheiro: as corridas de automóveis. Após vencer várias competições, tornou-se conhecido como desportista, o que também era raro naquela pequena cidade, já que a maioria das pessoas se ocupava da agricultura e da pecuária. É desse período a construção da Magestoza, lancha com motor dianteiro, como dizia ser o correto. Nessa embarcação, Joaquim velejava pelas praias da Lagoa dos Patos, as mesmas que mais tarde sobrevoaria em dois aviões fabricados por ele próprio.

Interior da Oficina Fonseca, na rua Santa Cruz.

A Magestoza em São Lourenço do Sul. Década de 40.
Na época do alistamento militar, ingressou na Escola de Aviação Militar, no Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro, onde assistia a aulas de engenharia como aluno ouvinte, treinando na prática enquanto trabalhava nas oficinas da escola. De volta a Pelotas, criou a Oficina Mecânica Fonseca, e em 1935, durante uma viagem pelo sul do estado, conheceu Elda, com quem se casou e teve três filhos. Já familiarizado com a aviação, ele participou da fundação do Aeroclube de Pelotas, e logo obteve o brevê. Já era possível voar.
Dali até meados da década de 1940, Joaquim foi um dos três pilotos formados no Rio Grande do Sul. Ele alimentava um sonho que estava prestes a ser realizado: a criação da Sociedade Industrial de Aviões Pelotense. A iniciativa não demorou a ganhar força, e surgiram os primeiros esboços da máquina que seria o grande projeto do construtor.

Construção do segundo avião, o F2, também conhecido como "Cidade de Pelotas", nos porões de sua casa na Gonçalves Chaves, onde também foi a Rodoviária de Pelotas
Foi no porão de sua casa que Joaquim trabalhou sozinho durante os fins de semana, em segredo, por três anos, para construir seu primeiro avião. O aparelho tinha motor de automóvel, e no trem de pouso, pneus de motocicleta. Era feito de madeira e algodão envernizado. Em 1939, sua criação veio a público: os jornais locais estampavam manchetes sobre o primeiro voo do F.1, o avião de Joaquim. A notícia era veiculada junto com outra novidade de peso: os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial. Essa estreia durou vinte minutos, a uma altura de 300 metros, sobre o Aeroporto Municipal, a 100 quilômetros por hora. Por motivo de segurança e devido à simplicidade dos instrumentos, eram voos baixos e solitários, que margeavam a praia do Laranjal. Na época, a maioria dos pilotos não utilizava instrumentos, sendo guiados pelo que podiam enxergar.
Após mais de 30 horas fora do chão, Joaquim considerou esse aeroplano pesado demais e o desmanchou. Sabe-se que já havia no centro do país algumas fábricas de aviões, mas não há notícia sobre modelos que tenham voado com motores de automóveis no Brasil, ainda que fosse um sistema já utilizado na Europa. Esta é uma das facetas que tornam peculiar o trabalho de Joaquim Fonseca.

Joaquim Fonseca no ato da recepção no Rio de Janeiro pelo então ministro da Aeronáutica Salgado Filho, a qual, no dia seguinte e após vários testes, homologou o "Cidade de Pelotas". Foto Diário Popular, 1943
Quando ficou pronto o segundo aparelho, o F.2, Joaquim já integrava a diretoria do Aeroclube de Pelotas como diretor técnico. Em 1942, o então desconhecido construtor quis mostrar seu novo aparelho em Porto Alegre. Joaquim e o presidente do Aeroclube de Pelotas chegaram à capital do estado exibindo o invento – a bordo do F.2. O avião foi testado pela primeira vez com o objetivo de seguir até o Rio de Janeiro, onde deveria ser exibido para a Aeronáutica. A aeronave era destinada a treinamento e turismo, de construção mista de aço e madeira, com dois lugares e com duplo comando, media 10,5m de envergadura e 6,68m de comprimento, pesando 320 quilos, com autonomia de voo de cinco horas e velocidade de 135 quilômetros por hora, atingindo teto de 3.800 metros. Além dessas diferenças em relação ao primeiro protótipo, tinha motor aéreo, do tipo Franklin – o grande motor americano da época, feito para aviões –, e rodas de avião. Nada parecia mais promissor. Jornais de circulação nacional passaram a noticiar as vantagens do novo aparelho. Dizia-se que Salgado Filho (1888-1950), ministro da Aeronáutica e também rio-grandense, poderia aproveitar Joaquim no novo ministério.
O inventor finalmente voou com o F.2, em 1943, para o Rio de Janeiro, onde foi recebido pelo ministro Salgado Filho. No Campo dos Afonsos, o aparelho foi testado durante uma semana por técnicos da Aeronáutica, que o aprovaram. Joaquim voltou para casa, acompanhado da mulher, pilotando o recém-batizado Cidade de Pelotas. No ano seguinte, foi outra vez ao Rio com o F.2. Motivado pela boa repercussão dos acontecimentos, declarou à imprensa que os projetos e cálculos da futura aeronave, de qualidade técnica superior ao modelo aprovado, já tramitavam no Ministério da Aeronáutica. No entanto, ele recebeu uma resposta negativa: a homologação do novo protótipo, o F.3, foi negada e, para piorar, ele também não conseguiu obter a licença e o financiamento para a instalação da Sociedade Industrial de Aviões Pelotense.
O ministério alegou que os materiais usados eram de baixa qualidade. Consta que Joaquim teria respondido: “Índio não tem que construir avião. Tem que comprar!”. A turbulência causada pela Segunda Guerra e a política de desenvolvimento aeronáutico dependente do modelo norte-americano, adotada pelo governo Vargas, selaram o destino do aviador.
Apesar das adversidades, Joaquim continuou com seu trabalho autônomo, não acadêmico, solitário e inventivo. Ampliou a oficina mecânica que, ironicamente, passou a consertar também aviões. No início da década de 1950, após visitar fábricas de carros nos Estados Unidos, consolidou-se como industrial do ramo de autopeças. Abriu duas lojas em Porto Alegre e uma em Pelotas para vender sua produção. No Brasil do pós-guerra, respiravam-se finalmente os ares da democracia com a eleição de Juscelino Kubitschek (1902-1976). Mas aviões genuinamente brasileiros só apareceriam bem mais tarde, por volta de 1969, um ano depois da morte de Joaquim.

Texto Sérgio Luiz Peres de Peres para revista de história em 1.8.2011, título original "O faz-tudo voador"
Sérgio Luiz Peres de Peresé professor da rede pública no Rio Grande do Sul e autor da dissertação “Uma história de invenções: memória, narrativa e biografia em Joaquim Fonseca” (UFPel, 2009).
Fonte: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/retrato/o-faz-tudo-voador
Fonte das fotos: www.flickr.com/photos/joquim/232475401/in/photostream/aaahttpsa//www.flickr.com/photos/joquim/232475401/in/photostream/:::www.flickr.com/photos/joquim/232475401/in/photostream/:::https://www.flickr.com/photos/joquim/232475401/in/photostream/

Fotos: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.1072467192766286.1073741855.472472029432475&type=1
Canção de Vitor Ramil adaptada a história de Joaquim Fonseca



Letra
Joquim (Vitor Ramil)


Satolep
Noite
No meio de uma guerra civil
O luar na janela
Não deixava a baronesa dormir
A voz da voz de Caruso
Ecoava no teatro vazio
Aqui nessa hora é que ele nasceu
Segundo o que contaram pra mim

Joquim era o mais novo
Antes dele havia seis irmãos
Cresceu o filho bizarro
Com o bizarro dom da invenção
Louco, Joquim louco
O louco do chapéu azul
Todos falavam e todos sabiam
Quando o cara aprontava mais uma

Joquim, Joquim
Nau da loucura no mar das idéias
Joquim, Joquim
Quem eram esses canalhas
Que vieram acabar contigo?

Muito cedo
Ele foi expulso de alguns colégios
E jurou: "Nessa lama eu não me afundo mais"
Reformou uma pequena oficina
Com a grana que ganhara
Vendendo velhas invenções
Levou pra lá seus livros, seus projetos
Sua cama e muitas roupas de lã
Sempre com frio, fazia de tudo
Pra matar esse inimigo invisível

A vida ia veloz nessa casa
No fim do fundo da América do Sul
O gênio e suas máquinas incríveis
Que nem mesmo Julio Verne sonhou
Os olhos do jovem profeta
Vendo coisas que só ontem fui ver
Uma eterna inquietude e virtuosa revolta
Conduziam o libertário

Dezembro de 1937
Uma noite antes de sair
Chamou a mulher e os filhos e disse:
"Se eu sumir procurem logo por mim"
E não sei bem onde foi
Só sei que teria gritado
A uma pequena multidão
"Ao porco tirano e sua lei hedionda
Nosso cuspe e o nosso desprezo!"

Joquim, Joquim
Nau da loucura no mar das idéias
Joquim, Joquim
Quem eram esses canalhas
Que vieram acabar contigo?

No meio da madrugada, sozinho
Ele foi preso por homens estranhos
Embarcaram num navio escuro
E de manhã foram pra capital
Uns dias mais tarde, cansado e com frio
Joquim queria saber onde estava
E num ar de cigarros
De uns lábios de cobra, ele ouviu:
"Estás onde vais morrer"

Jogado numa cela obscura
Entre o começo do inferno e o fim do céu
Foi assim que depois de muitas histórias
A mulher enfim o encontrou
E ele ainda ficou ali por mais dois anos
Sempre um homem livre apesar da escravidão
As grades, o frio, mas novos projetos
Entre eles um avião

O mundo ardia na guerra
Quando Joquim louco saiu da prisão
Os guardas queimaram
Os projetos e os livros
E ele apenas riu, e se foi
Em Satolep alternou o trabalho
Com longas horas sob o sol
Num quarto de vidro no terraço da casa
Lendo Artaud, Rimbaud, Breton

Joquim, Joquim
Nau da loucura no mar das idéias
Joquim, Joquim
Quem eram esses canalhas
Que vieram acabar contigo?

No início dos anos 50
Ele sobrevoava o Laranjal
Num avião construido apenas das lembranças
Do que escrevera na prisão
E decidido a fazer outros, outros e outros
Joquim foi ao Rio de Janeiro
Aos orgãos certos,
Os competentes de coisa nenhuma
Tirar um licença

O sujeito lá
Responsável por essas coisas, lhe disse:
"Está tudo certo, tudo muito bem
O avião é surpreendente, eu já vi
Mas a licença não depende só de mim"
E a coisa assim ficou por vários meses
O grande tolo lambendo o mofo das gravatas
Na luz esquecida das salas de espera
O louco e seu chapéu

Um dia
Alguém lhe mandou um bilhete decisivo
E, claro, não assinou embaixo
"Desiste", estava escrito
"Muitos outros já tentaram
E deram com os burros n'água
É muito dinheiro, muita pressão
Nem Deus conseguiria"
E o louco cansado o gênio humilhado
Voou de volta pra casa

Joquim, Joquim
Nau da loucura no mar das idéias
Joquim, Joquim
Quem eram esses canalhas
Que vieram acabar contigo?


No final de longa crise depressiva
Ele raspou completamente a cabeça
E voltou à velha forma
Com a força triplicada
Por tudo o que passou
Louco, Joquim louco
O louco do chapéu azul
Todos falavam e todos sabiam
Que o cara não se entregava

Deflagrou uma furiosa campanha
De denúncias e protestos
Contra os poderosos
Jogou livros e panfletos do avião
Foi implacável em discursos notáveis
Uma noite incendiaram sua casa
E lhe deram quatro tiros
Do meio da rua ele viu as balas
Chegando lentamente

Os assassinos fugiram num carro
Que como eles nunca se encontrou
Joquim cambaleou ferido alguns instantes
E acabou caído no meio-fio
Ao amigo que veio ajudá-lo, falou:
"Me dê apenas mais um tiro por favor
Olha pra mim, não há nada mais triste
Que um homem morrendo de frio"

Joquim, Joquim
Nau da loucura no mar das idéias
Joquim, Joquim
Quem eram esses canalhas
Que vieram acabar contigo?


Desenho de Danilo Zasimowicz, baseado no avião F-2, construído por Joaquim Fonseca em Pelotas-RS - Acrílico sobre tela.

29 de out. de 2015

Pegando o bonde em Pelotas

A primeira fotografia, do final da década de 40,  provavelmente de 1949/50, mostra o bonde na Rua Benjamin Constant quase esquina 15 de Novembro. "Na esquina da quinze a calçada é curva e bem estreita, justamente por causa do bonde que passava por ali."  Na segunda fotografia podemos ver os trilhos descendo a Rua Benjamin Constant. Estas fotos são contribuição do Sr. José Lauro Dieckmann Siqueira. 







Click aqui: Bondes no Brasil

20 de jun. de 2015

Registro da 1ª Bomba de Gasolina na Praça Coronel Pedro Osório



   Uma foto bem interessante, que como diz Ricardo de Assumpção no seu compartilhamento, inédita entre as fotos antigas de Pelotas. Que até o momento só tinha sido postada no perfil do Sr. Ricardo no Facebook, que no intuito de colaborar com a memória de Pelotas nos permitiu fazer a reprodução da mesma. Já postamos esta foto na fanpage Pretérita Urbe em 3 de fevereiro de 2015, agora reproduzimos no blog. Grato.
        Na rede social do Sr. Assumpção esta foto foi postada com o seguinte texto:

 "Na foto, entre as baixas árvores da Praça e os trilhos dos bondes, 6 carros posam para foto na inauguração da 1ª bomba de gasolina no ano de 1936, na Praça Coronel Pedro Osório, que assim já era intitulada, desde de 07 de março de 1931 quando o prefeito João Py Crespo homenageou o charqueador, agricultor e político de Caçapava do Sul, Pedro Luís da Rocha Osório."

Fonte texto e foto: Facebook sob permissão de Ricardo de Assumpção Osório Magalhães.

8 de abr. de 2015

Carro da Mesbla S/A em Pelotas - Foto inédita

Carro da Mesbla S/A em Pelotas 1951, época que tinha sede na Praça Coronel Pedro Osório (esq. Anchieta). 


Na foto Sr. Dináh Carvalho da Silva.


Foto enviada por Josiane Oliveira, acervo da família.

Abaixo anuncio da época.


18 de nov. de 2014

6 horas de Pelotas - Década de 60







Acervo: Memória Pelotas


Acervo: Memória Pelotas






Fonte das imagens: jornal Zero Hora - arquivo Francisco Souza e arquivo Francisco Feoli, conforme consta no blog acessado em http://blogdosanco.blogspot.com.br/2010/06/6-horas-de-pelotas.html em 3 de no novembro de 2015, salvo indicadas na legenda da foto.




Considerações extraídas de leitores da página Pretérita Urbe no facebook:

"Algumas considerações de Jaime Roberto Bendjouya... Na época chamava-se Avenida Argentina, e o trecho da foto provavelmente seja no sentido bairro centro, diagonalmente ao Posto Paulo Moreira, sendo que as obras correspondiam onde hoje existe a rótula e antigamente era onde foi erguida a estátua do Dom Joaquim ( posteriormente recuada). O circuito de corridas se estendia pela Fernando Osorio até a Praça Capitão Nestor Curbiniano de Andrade, pelo sentido da Professor Araújo, dobrando na Pinto Martins (daí chamar-se curva da morte), indo até a Andrade Neves, onde dobrava a esquerda e ia até a Dom Joaquim, retornando até a Fernando Osorio. Neste circuito eram realizadas provas em 3 classes, a primeira, formada basicamente por Sincas e JK's, a segunda por DKW's e Gordinis e a terceira chamada de força livre onde corriam as chamadas "carreteras", que eram basicamente Fords e Chevrolets americanos envenenados (os Hot cars de antigamente), onde se destacavam entre outros os irmãos Andreatta (Catharino e Julio), Breno Fornari e o pelotense José Madri."


"Sr. Carlos Silva lembra de ter visto algumas destas corridas quando criança.""Ela fazia um trajeto que usava a Dom Joaquim (terra, sem calçamento), uma curva brutal lá no Paulo Moreira para entrar no asfalto da Av. Argentina. Dali até a "curva da morte" que contornava o que é hoje aquela pracinha e ia pelos paralelepípedos da Rafael Pinto Bandeira até a Andrade Neves onde fazia uma curva de 90º e mais paralelepípedos até a D. Joaquim onde tinha uma enorme figueira (ainda tem os restos desta arvore lá). Não lembro do nome desta rua na época. Claro que não era Donja! Não era fácil para aqueles pilotos e seus carros, pois o trajeto era ruim e o calçamento era péssimo. Só folgavam no asfalto da Av. Argentina, onde baixavam o sarrafo. Mas era melhor assistir as curvas da Rafael!Seis horas de Pelotas! Um contraponto às 12 horas de Porto Alegre, na Cavalhada. E tiveram algumas corridas entre Pelotas e Porto Alegre, na estrada mesmo.Bons tempos onde a arte superava a segurança!"


"Paulo Luiz Rohrig Schuch: Esse JK da foto, à direita, tinha o número 25 pilotado por Lauro Mallman Jr, que venceu as 6 Horas de Pelotas em 1966."

"Marco Aurélio Crespo Albuquerque: A Curva da Morte ganhou esse nome em função de José Madri também, que numa derrapada matou alguns assistentes atrás da "corda de proteção".