29 de out. de 2015

Pegando o bonde em Pelotas

A primeira fotografia, do final da década de 40,  provavelmente de 1949/50, mostra o bonde na Rua Benjamin Constant quase esquina 15 de Novembro. "Na esquina da quinze a calçada é curva e bem estreita, justamente por causa do bonde que passava por ali."  Na segunda fotografia podemos ver os trilhos descendo a Rua Benjamin Constant. Estas fotos são contribuição do Sr. José Lauro Dieckmann Siqueira. 







Click aqui: Bondes no Brasil

Aditivos Bardahl em Pelotas

1953 - Os produtos Bardahl são trazidos ao Brasil pelo hábil vendedor italiano Ernesto Baroni, contratado pela Bardahl Lubricants Mediterranea. O comprador do primeiro lote de aditivos Bardahl foi o Sr. Rubens Moreira, proprietário de um posto Texaco, em Pelotas (RS).



Fonte: http://bardahlbr.blogspot.com.br/2011/09/historia_19.html?spref=fb

2 de out. de 2015

PROPOSTAS PARA UM CARNAVAL POPULAR por Clovis Veronez

A questão da realização ou não do carnaval 2016 em Pelotas, tem gerado uma grande preocupação de parte das entidades e, se não gerou, ainda, deveria gerar ao poder público, ao qual cabe a responsabilidade de viabilizar uma estrutura mínima para que os festejos populares possam ocorrer.
A prefeitura dispõe-se a repassar as entidades um montante de R$ 300 mil. O valor é aceitável, visto que, corresponde ao que foi dotado em 2015. Penso que as entidades deveriam aceitar esse repasse como subvenção. Seria justo, face à crise e a situação excepcional alegada pelo poder público. A partir disso, discutir as condições minimas para que o evento ocorra.
Batido o martelo, sobraria a questão do local para os desfiles? Penso que não.
Há muito, as entidades e os governantes deveriam ter incluído na sua pauta de debates e reuniões a questão de um modelo de festa popular que favoreça o aprimoramento e ao desenvolvimento do produto carnaval integrando-o as políticas de desenvolvimento turístico e econômico do município. A excepcionalidade da situação poderia oportunizar, assumidas as responsabilidades, um “balão de ensaio”, sobre alternativas no modelo de festa.
Pelotas adota, a muito tempo, o modelo do Rio de Janeiro como padrão, ou seja, o concurso em arena fechada envolvendo todas as categorias e estilos que compõe nossa cultura carnavalesca (blocos e escolas mirins e adultas, burlescos, bandas) tudo no mesmo espaço e faixa aproximada de horários.
Além de reduzir a participação do público e absorver uma soma vasta de recursos, o modelo “sambódromo”, em sua precariedade, fortalece e alimenta as criticas de uma parcela da população, que não enxerga com bons olhos o evento.
Esse formato, não produz bom resultado. Ao mirarmos o inalcançável modelo “Made em Rio de Janeiro”, esquecemos aquilo que nos torna únicos (nossas raízes culturais e nossa história), não raramente sucumbindo à mediocridade de um “arremedo”.
O saldo é previsível: prejuízos a sustentabilidade da festa, enfraquecimento da sua cadeia produtiva e decadência continuada do carnaval.

Isso posto, apresento um conjunto de idéias, com olhar direcionado a discussão que se impõe agora, e adiante. Essas idéias, acrescidas de outras originadas no debate entre as entidades, poderiam ser “testadas” no carnaval de 2016, como alternativa a sua viabilização.
1-Faça-se a luz para abrilhantar a festa
Defendo, por diversos motivos, a realização de um carnaval diurno. Mas, destaco aqui, três aspectos: 
- Primeiro (referente à sua própria visualização) A luz do dia torna mais nítida a avaliação dos critérios estéticos dos cortejos, considerando-se que: impõe leveza e cuidadoso acabamento de fantasias e alegorias. 
- Segundo, diz respeito à segurança do público, e dos que desfilam.
- Terceiro, por que reduz a zero uma demanda técnica sempre insuficiente e cara. A participação popular, tenho certeza, ampliar-se-ia em escala geométrica.

2- Faça-se “cultura” para encantar o público
Os desfiles temáticos e técnicos deveriam segundo essa idéia, eleger um tema comum para a mostra em 2016 , voltados à valorização de aspectos relevantes da cultura popular local.
Um tema que proporcionasse um mergulho na “Cultura carnavalesca da cidade de Pelotas”, me pareceria adequado a todas as categorias e simpático ao público, nesse momento de incerteza.
Isso em nada inibiria a inventividade, ao contrário, estimularia a pesquisa crítica da história e das suas referencias estéticas, servindo de base a construção da cena, proposta no “cortejo” carnavalesco.
O desfile teria, nas escolas de samba, caráter “épico” de critica e reinvenção da cultura popular. Nos burlescos o espaço adequado à sátira de comportamentos e costumes.
Nessa perspectiva, precisam ser avaliados os quesitos técnicos ou, considerados obrigatórios, para o desfile das escolas de samba locais (adultas e infantis) onde, também, nos orienta um organograma “importado” do carnaval carioca, em muitos aspectos, descolado da cultura carnavalesca local. Cito como exemplo o caso da obrigatoriedade de uma ala de “baianas” ou do próprio desfile organizado por alas.
Sobre esse aspecto, penso sobre alternativa hibrida entre o modelo dos clubes sociais (espetáculo plástico e alegórico), do final do século IXX e do inicio do século XX e aquele proposto pelas agremiações originadas nas comunidades negras em meados do séc XX (cordões), voltados ao envolvimento das comunidades e valorização do samba.
Penso, como proposta a ser discutida, que os quesitos obrigatórios deveriam ser: Estandarte, Alegoria temática (única), corte, passistas, Fantasias em destaque, cena de conjunto, mestre sala e porta bandeira, samba temático e bateria. A proposta visa resgatar os elementos estéticos que aproximam o carnaval a um conceito de espetáculo ou, se preferir, de uma ópera popular. Ficam valorizados os aspectos cenográficos, de dança e bailado, os musicais e os culturais/locais.
3- Diversifiquem-se os espaços para envolver a cidade e o público
É preciso distinguir os desfiles temáticos e técnicos daqueles não regulados por quesitos. Assim, vislumbra-se a possibilidade de espaços alternativos para as apresentações como por ex: o largo do mercado para as bandas, o entorno da praça Pedro Osório para as escolas e blocos infantis, a rua Osório para os burlescos e a avenida Bento para as escolas adultas.
Estas são idéias iniciais, que coloco a apreciação do universo carnavalesco da cidade e de todos aqueles que desejam o desenvolvimento da cultura popular em nosso município.

Texto de Clovis Veronez


* Foto Carnaval na Rua XV de novembro em 1968
O texto aqui publicado é de responsabilidade do autor. Caso queira enviar o seu, mande para o e-mail preteritaurbe@hotmail.com.


24 de set. de 2015

Cinemas de Pelotas na linha do tempo

12/Fev/1910: É inaugurado o cinema Coliseu que ficava localizado na R. Gen. Vitorino (atual Pe. Anchieta), entre as ruas D. Pedro II e Gen. Telles.

23/Abr/1910: É inaugurado o cinema Parisiense que ficava localizado na R. Gen. Neto, entre as ruas 15 de Novembro e Gen. Vitorino (atual Pe. Anchieta) onde mais funcionou o cinema Recreio Ideal.

Cineteatro Politeama, inaugurado em 1910. Foto Almanaque do bicentenário de Pelotas. Acesse em: http://almanaquedepelotas.com.br/almanaque-v2.pdf

25/Dez/1910: É inaugurado o cinema Polytheama que ficava localizado na Pça. da República (atual Pça. Cel. Pedro Osório) onde depois foi construído o prédio do Grande Hotel.

23/Abr/1911: É inaugurado o cinema Popular que ficava localizado na esquina das ruas Gen. Osório e Gen. Argolo onde hoje fica as dependências da CIENAL. (34) 1912 é inaugurado o cinema Eldorado. O cinema ficava localizado na esquina das ruas Benjamin Constant e Gonçalves Chaves. (34).

21/Mar/1912: É inaugurado o cinema Recreio Ideal que ficava localizado na R. Gen. Neto, entre as ruas 15 de Novembro e Gen. Vitorino (atual Pe. Anchieta). Segundo o Diário Popular desta data, neste local havia funcionado antes o cinema Parisiense.

30/Mar/1912: É inaugurado o cinema Ideal-Concerto na esquina das ruas R. 15 de Novembro e 7 de Setembro onde hoje é o Clube do Comércio.
Notas: 1) Em Jul/1912 esta sala de cinema passou a se chamar Ponto Chic; depois veio a se chamar Arco-Iris e mais adiante voltou a ser Ponto Chic. (34) . 2) Conforme (56) o endereço do cinema Ponto Chic era R. 15 de Novembro, atual no. 602.

30/Abr/1921: É inaugurado o Theatro Guarany na rua São Paulo (atual Lobo da Costa, no. 849) esq. Gonçalves Chaves que também foi utilizado como sala de cinema.

04/Set/1925: O teatro Apollo passa a funcionar como sala de cinema.
Notas: 1) O cinema ficava localizado na R. Gomes Carneiro, nº. 939 ,atual no. 1661.

03/Jul/1927: É inaugurado o Cine-Theatro Avenida, localizado na Av. Bento Gonçalves.

9/Nov/1928: Passa a funcionar o cinema Capitólio na R. Gen. Vitorino (atual R. Pe. Anchieta, no. 2009).

12/Mai/1938: Passa a funcionar o cinema São Rafael na Av. Gen. Daltro Filho (atual Pça. 20 de Setembro, no. 846) . Em 1960 era propriedade da empresa Cine Pelotas Ltda., o cinema possuía 1000 lugares e utilizava um aparelho projetor para filmes de 35 mm. 

1947: Entra em funcionamento na Vila Dunas o cinema Ideal, na Av. Farroupilha. Em 1960 era propriedade de Waldemar Valente Gomes.

06/Jul/1949: Passa a funcionar o cinema Fragata, na Av. Gen. Daltro Filho (atual Duque de Caxias), ao lado da Casa Couto 

1950: Entra em funcionamento na Vila Santa Terezinha o cinema Para Todos, em endereço desconhecido. Em 1960 o cinema possuía 500 lugares e utilizava aparelho projetor para filmes de 16 mm.

14/Ago/1950: É fundado o Circulo de Estudos Cinematográficos de Pelotas. (Diário Popular, 29/Ago/1950). 1951

28/Jan/1954: Passa a funcionar o cinema Esmeralda na R. Domingos de Almeida, atual no. 2114.

12/Out/1956: Passa a funcionar o cinema América na R. 15 de Novembro quase esq. com a R. Benjamin Constant. Em 1960 era propriedade da Empresa Cinematográfica Cinesul Ltda., o cinema possuía 1050 lugares; utilizava um aparelho projetor para filmes de 35 mm e ficava localizado na R. 15 de Novembro, nº 205

17/Abr/1962: Passa a funcionar o Pelotense Cine-Rádio , na R. Andrade Neves, 2316 (atual 2330)

01/Out/1963: Passa a funcionar o cinema Tabajara, na R. Gen. Osório, atual no. 1094.

14/Jul/1967: Passa a funcionar o cinema Rei, na R. Andrade Neves, atual no. 1967.

29/Jun/1968: Passa a funcionar o cinema Garibaldi, na R. José Garibaldi, nº660-A.


Fonte: Enviada por Silvia Regina Silva Bonow

Os pretéritos cinemas no presente:*


Cine Capitólio. Virou estacionamento. Pe. Anchieta 2009.
Cine Rádio Pelotense.Virou supermercado. Andrade Neves 2330.
Theatro Guarany. Não é mais cinema. Lobo da Costa 849.
Theatro Sete de Abril.Não é mais cinema. Pç Cel. Pedro Osório 160.
Cine Rei. Virou magazine. Andrade Neves 1967.
Theatro Avenida.Abandonado. Av. Bento Gonçalves 3972.
Cine Fragata. Hoje é casa noturna. Av. Duque de Caxias 668.
Cine Garibaldi. Galpão da Embaixador. Garibaldi 660-A.
Cinema Praiano. Abandonado. Tuparandi 366 (Laranjal).
Theatro São Rafael. Em ruínas. Pç 20 de Setembro 846.

Foram demolidos e em seu lugar há novos prédios:
Cine-Theatro Apollo. Gomes Carneiro 1661.
Cine América. Quinze de Novembro 205.
Cinema Politeama. Pç Cel. Pedro Osório 51.
Cinema Coliseu.Pe. Anchieta 1346.
Cinema Ponto Chic. Quinze de Novembro 602.

Foram ocupados por igrejas evangélicas:
Cine Tabajara. General Osório 1094.
Cine Esmeralda. Av. Domingos de Almeida 2114.
Cine Glória. Av. Cidade de Lisboa 245.
Os nomes das ruas e a numeração corresponde aos endereços atuais.

Fonte: Extraído do blogue P elotas Cultural em http://pelotascultural.blogspot.com.br/2009/02/os-antigos-cinemas-de-pelotas.html


Cine Tupy - Localizava-se nas Três Vendas, na rua São João, no bairro Santa Terezinha.

Cine Principal - Localizava-se nas Três Vendas, na rua Santo Antônio primeiramente, quase esquina com a avenida 25 de julho, na época mais conhecida como a Estrada da Barbuda, depois foi para a rua São Francisco.
    Uma hora antes do início do filme, o auto-falante anunciava o respectivo filme a ser apresentado e os em cartaz para semanas futuras, assim como era levado ao ar a boa música da Jovem Guarda.


Fonte: Enviado por Paulo Fiss.



17 de set. de 2015

Retrato de Família de Carlos Drummond de Andrade

Retrato de Família

Este retrato de família
está um tanto empoeirado.
Já não se vê no rosto do pai
quanto dinheiro ele ganhou.
Nas mãos dos tios não se percebem
as viagens que ambos fizeram.
A avó ficou lisa, amarela,
sem memórias da monarquia.
Os meninos, como estão mudados.
O rosto de Pedro é tranqüilo,
usou os melhores sonhos.
E João não é mais mentiroso.
O jardim tornou-se fantástico.
As flores são placas cinzentas.
E a areia, sob pés extintos,
é um oceano de névoa.
No semicírculo de cadeiras
nota-se certo movimento.
As crianças trocam de lugar,
mas sem barulho: é um retrato.
Vinte anos é um grande tempo.
Modela qualquer imagem.
Se uma figura vai murchando,
outra, sorrindo, se propõe.
Esses estranhos assentados,
meus parentes? Não acredito.
São visitas se divertindo
numa sala que se abre pouco.
Ficaram traços da família
perdidos nos jeitos dos corpos.
Bastante para sugerir
que um corpo é cheio de surpresas.
A moldura deste retrato
em vão prende suas personagens.
Estão ali voluntariamente,
saberiam – se preciso – voar.
Poderiam sutilizar-se
no claro-escuro do salão,
ir morar no fundo de móveis
ou no bolso de velhos coletes
A casa tem muitas gavetas
e papéis, escadas compridas.
Quem sabe a malícia das coisas,
quando a matéria se aborrece?
O retrato não me responde,
ele me fita e se contempla
nos meus olhos empoeirados.
E no cristal se multiplicam
Os parentes mortos e vivos.
Já não distingo os que se foram
dos que restaram. Percebo apenas
a estranha ideia de família

viajando através da carne.
Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1987) foi um dos mais importantes poetas brasileiros, além de cronista, contista e tradutor.

9 de set. de 2015

Luis Carlos Fernandes Freitas - Um pelotense campeão pelo Flamengo

    "O processo migratório que se instituiu no futebol contribuiu para que os principais times da região misturassem jogadores procedentes do próprio clube com os que iniciaram nos times menores de bairros e vilas e outros que vinham de fora da cidade. As equipes de Pelotas, ao mesmo tempo que aproveitavam os jogadores oriundos de times menores da região, também importavam e exportavam jogadores para Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo, Uruguai e Argentina. Após a consolidação do profissionalismo, que na região de Pelotas ocorreu somente em meados dos anos 40, intensificou-se a saída de craques da região para as equipes maiores. Conhecedores da situação proporcionada pela profissionalização, muitos jogadores migraram em busca de melhores contratos. Mesmo afastados da cidade, muitos jogadores permaneceram vivos na memória daqueles que compartilharam do início de suas carreiras. Resistindo ao tempo, os jogadores que alcançaram um sucesso maior chegando às grandes equipes do País, tornaram-se ícones na lembrança dos mais antigos e passaram a fazer parte da cultura futebolística da cidade." Fonte: Nomadismo e miscigenação no futebol pelotense por Luiz Carlos Rigo, em http://www.seer.ufrgs.br/Movimento/article/download/2815/1430, acessado em 9.9.2015.

Luis Carlos Fernandes Freitas pelo Flamengo

Um dos ícones "na memória dos mais antigos dentro da cultura futebolística pelotense" como diz Luiz Carlos Rigo em seu texto, extraído do trabalho chamado "Nomadismo e miscigenação no futebol pelotense", é o zagueiro central, Luis Carlos Fernandes Freitas, nasceu em Pelotas em 24 de junho de 1937, iniciou sua carreira no Xavante, onde ficou por um ano e foi transferido para o Farroupilha, clube de onde jogava quando foi convocado para que representar a C.B.D no Pan-Americano de Costa-Rica (III Campeonato Pan-Americano, em 1960), infelizmente não pode participar, pois foi diagnosticado com apendicite. Do Farroupilha, onde atuou por 4 anos, saiu direto ao Flamengo, onde seu passe custou 6 milhões de Cruzeiros, a maior transação do futebol gaúcho até tal momento, pelo Cel. Plácido Nogueira (ver nota 1). No Flamengo foi Zagueiro entre 1962 e 1967, sua estréia foi em 4 de abril de 1962 (Flamengo 1x3 Seleção da Itália), fez 144 jogos e não marcou gols. No time Carioca formou a zaga na reta final do Campeonato Carioca de 1963, quando o rubro-negro conquistou seu 14º título estadual. Em 1962 já havia participado do Torneio Triângular da Tunísia onde o Flamengo se consagrou campeão. Em 1964 ganhou o Troféu Naranja, competição realizada desde 1959 na cidade de ValênciaEspanha, no Estádio Mestalla. É um dos diversos torneios amistosos de verão que ocorrem na Europa. O Sr. Luis Carlos viajou o mundo com Flamengo e registrou vários momentos, vindo a falencer em Pelotas no ano de 2004.


O zagueiro do Flamengo em entrevista a uma revista da época.


Luis Carlos Fernandes Freitas Campeão da Guanabara (1963)
Luis Carlos Fernandes Freitas  em viajem pelo Flamengo na Holanda (03.03.1964)

Madri - Espanha (1.09.65) Fefeu, Silva, Dida, Luís Carlos.

Luis Carlos em Varsóvia - Polônia (01.05.1965)


























Copenhague-Dinamarca (10.01.1963)




























Imagens de Flamengo x Fluminense - Campeonato Carioca 1963 onde o Sr. Luis Carlos participou. 



Nota 1 - Plácido Nogueira, nascido em 1912, foi general do exército. Assíduo dirigente do Grêmio Atlético Farroupilha e torcedor fanático do time. Desde que chegou à Pelotas, em 1933, passou a fazer parte do clube do "militares" na função de Tesoureiro, como ele mesmo dizia, "foi de tudo ali". Presidente por 15 anos. A última vez foi em 1960. Fonte: Nomadismo e miscigenação no futebol pelotense por Luiz Carlos Rigo, em http://www.seer.ufrgs.br/Movimento/article/download/2815/1430, acessado em 9.9.2015


Fontes: 

  •  Fotos e informações do Sr. Luis Carlos Fernandes Freitas através de Maria Cristina Freitas Silva (Filha), Paulo César Dos Santos Silva (Genro) e Cristiano Ferraz Freitas (Filho);
  •  Nomadismo e miscigenação no futebol pelotense por Luiz Carlos Rigo, em http://www.seer.ufrgs.br/Movimento/article/download/2815/1430, acessado em 9.9.2015;
  •  http://flapedia.com.br;


Quem tiver informações para esta postagem pode deixar seu depoimento ou enviar e-mail para preteritaurbe@hotmail.com


25 de ago. de 2015

Dom Antônio Zattera pelo Prof. Wallney Joelmir Hammes

 Dom Antônio Zattera: Fundador da Universidade Católica de Pelotas, viveu 88 anos, deixando inscrito, na mente e no coração dos contemporâneos e dos pósteros, com o cinzel de um temperamento marcante, o dístico de seu brasão episcopal Omnia possum in Eo qui me confortat. Sim, ele tudo pôde, com fé inquebrantável e determinação férrea, no exercício do mais eficaz instrumento de evangelização – a educação.
Esse abençoado ministério já fora exercido desde muito cedo quando, em Bento Gonçalves, RS, sua segunda paróquia, fundou o Ginásio Nossa Senhora Aparecida e a Escola Nossa Senhora Medianeira.
Ele próprio, como pároco, dirigia peças teatrais sobre temas educativos, entusiasmando de tal forma a juventude que mal se conseguia conter a multidão que afluía aos espetáculos.
A catequese, a cultura, a arte, a educação do povo, a visita às famílias, a presença constante entre os jovens, tudo era importante para ele.
Era essa inquietude, traço peculiar de seu caráter, que o tornava admirado por seus colegas e notado por seus superiores. Tomando parte como capelão do exército na revolução de 1930, entre os dezesseis padres nomeados pelo arcebispo Dom João Becker, o cabo Zattera desincumbiu-se com galhardia de sua missão, retornou com as forças vitoriosas e reassumiu a sua paróquia, sendo, em seguida, nomeado Cônego Honorário do Cabido de Porto Alegre. E mais uma vez nova e árdua missão foi-lhe reservada: em 31 de maio de 1942, na igreja matriz de Santo Antônio, em Bento Gonçalves, foi sagrado bispo em cerimônia presidida por Dom João Becker, acolitado pelos bispos Dom José Barea e Dom Cândido Bampi. Em 9 de julho, chegava a Pelotas para assumir a diocese que lhe fora destinada pelo papa Pio XII, como terceiro bispo, em substituição ao saudoso Dom Joaquim Ferreira de Melo.
Logo após tomar posse no governo da diocese, Dom Antonio já se deparava com o angustiante problema do menor abandonado. Foi procurado pelo juiz de menores, Dr. José Alsina Lemos, e o delegado de polícia, Dr. Galeão Xavier de Castro, que lhe solicitaram o apoio à iniciativa de dotar Pelotas de uma casa que abrigrasse esses meninos. Compreendendo a nobre finalidade, Dom Antônio imediatamente pôs-se a campo, convocando uma reunião de representantes de todas as associações católicas locais, ocasião em que sugeriu a formação de diversas comissões para angariar os fundos necessários à concretização da obra, o que efetivamente aconteceu, com inauguração em 26 de março de 1944.
Oito anos após ter assumido a diocese, Dom Antônio, emocionado, viu inauguradas as obras de reforma da Igreja Catedral de Pelotas, cartão de visita da cidade e consagração da arte à religiosidade. Em 1910, a velha Matriz da Freguesia de São Francisco de Paula recebeu o título de Igreja Catedral, em vista da elevação de Pelotas à sede de bispado. A construção, terminada em 1853, serviu de Catedral até o ano de 1934. Diante da deterioração do prédio, após um referendum popular solicitado por Dom Joaquim, decidiu-se preservar a fachada e demolir todo o resto do templo, para dar lugar a uma construção nova, mais condizente com as necessidades dos fiéis. Assim, construiu-se o que é hoje o corpo da Igreja Catedral. Coube a Dom Antônio a realização das ampliações: o presbitério com sua alterosa cúpula em harmonia com as torres, a cripta, as sacristias e o salão paroquial. A decoração é obra-prima no seu gênero de pintura clássica, executada pelo artista Aldo Locatelli e pelos decoradores Emilio Sessa e Adolfo Goldoni. Foram recomendados a Dom Antônio por Dom Bernaregi, bispo de Bérgamo, donde os artistas eram naturais, por sugestão do núncio apostólico de Paris, Dom Giuseppe Roncalli, futuro papa João XXIII. O majestoso altar foi confeccionado em ótima oficina de Bérgamo com os melhores mármores da Itália. Os recursos foram angariados, segundo Dom Antônio, "do generoso povo pelotense por donativos e quermesses na praça da Catedral, no Centro Português e no Clube Caixeiral". A inauguração deu-se na noite de Natal do ano 1950.
Quando Dom Antônio assumiu, em 1942, o governo da diocese que abrangia também as cidades de Rio Grande e Bagé, nenhuma escola superior existia, fora da capital, para formação de professores do ensino secundário (atual ensino médio). Após dois anos de contínuas viagens ao Rio de Janeiro, conseguiu, em 1953, a primeira Faculdade de Filosofia no interior do Estado. Idênticas faculdades fundou Dom Antônio nas cidades de Bagé e Rio Grande, respectivamente em 1958 e 1961. Em 1960, foi autorizada a funcionar a Faculdade de Direito "Clóvis Bevilacqua" em Rio Grande. Com a Faculdade de Ciências Econômicas, fundada em 1937, pelo Irmão Fernando, lassalista, e incorporada à Mitra Diocesana em 1955, e o curso de Jornalismo, criado em 1958 e transformado em Faculdade de Comunicação Social, em 1960, já havia o número necessário de unidades para a criação de uma universidade. Criada em 7 de outubro de 1960 pelo decreto n.º 49.088, assinado pelo presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, a Universidade Católica Sul-Rio-Grandense de Pelotas (posteriormente denominada Universidade Católica de Pelotas com o desmembramento das faculdades de Rio Grande e Bagé) foi instalada oficialmente em sessão solene no Teatro Guarany em 22 de outubro de mesmo ano, presidida pelo núncio apostólico Dom Armando Lombardi, com a presença de altas autoridades do município, do estado e do país.
Em 1965, Dom Antônio assumiu a reitoria. Ascensionalmente desenvolvia-se a novel universidade movida pelo entusiasmo de seu criador e reitor. Ele simplesmente avançava. Vencer obstáculos era a sua especialidade. Quanto maior o desafio, mais se fortalecia a sua tenacidade. Foi um reitor sem salário porque, segundo dizia, a Mitra já lhe dava casa e comida. Permaneceu no cargo de reitor até a sua renúncia como bispo diocesano, em 1977. O seu único pedido foi o de permanecer em Pelotas, residindo num pequeno apartamento no Instituto de Menores. Ali, entre os seus meninos e adolescentes, continuou a prestar assistência religiosa, social e profissional até a sua morte ocorrida no dia 15 de outubro de 1987.
Dom Antônio tinha uma personalidade forte. Uns admiravam-no sem restrições; outros olhavam-no com reservas. É sempre o bônus e o ônus da liderança. A todos Dom Antônio respondia com ação: ação pastoral, ação social, ação educativa. Muitas vezes, a crítica dirigia-se ao fato de ele não se dedicar por inteiro às obrigações religiosas próprias de um bispo, colocando-as em segundo plano ao favorecer com sua atenção a Universidade e as demais instituições que fundou ou obras que mandou construir. Críticas, evidentemente, que partiam de pessoas nem sempre sinceras na sua própria conduta e convicções. Afinal, muito antes de ser um asceta, um contemplativo, Dom Antônio, durante toda a vida, serviu; foi um servidor tão dedicado a Deus e aos homens que continuamos a colher os frutos sazonados de sua obra. Permaneceu sempre fiel a Jesus Sacramentado, dedicando-lhe três congressos eucarísticos, e à Medianeira, a quem se consagrou por toda a vida.
Seus feitos são mais perenes que o bronze, mais duradouros que o granito. Viveu a vida em plenitude, combateu o bom combate. Não somente criou instituições, não somente construiu, não somente administrou mas, acima de tudo, formou homens e mulheres no espírito de solidariedade e de participação humana e cristã, os quais são os herdeiros e os continuadores de sua obra e de seus ideais na construção de uma sociedade mais justa e mais fraterna.

Texto elaborado pelo Prof. Wallney Joelmir Hammes. Atualmente é professor titular da Universidade Católica de Pelotas. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Língua Portuguesa. Informações coletadas do Lattes em 23/06/2015.

23 de ago. de 2015

Kleiton & Kledir - Mistérios do Bule Monstro - Brincando na Praça dos Enforcados de Lourenço Cazarré


Kleiton & Kledir - Mistérios do Bule Monstro - Brincando na Praça dos Enforcados de Lourenço Cazarré


Lá no fim do arco-ìris
Caixas de lápis de cor
A professora ensinava
"Foi Nabucodonosor"
-
Lembro do ataque de asma
A sirene da ambulância
O vento abrindo as janelas
Do nosso jardim de infância
-
O frio tentava uma fresta
Pela japona de couro
Na casa da vó Marieta
Serviam feijão com louro
-
No inverno, sorvete quente
No outono, folhas no chão
Na primavera eu sonhava
Com as férias de verão
-
Na igrejinha da Luz
O padre rezava em latim
Com batina de capuz
Rodeado por querubins
-
Se alguém no jogo de víspora
gritava: "é vinte e dois"!
Tia Sinhá cochichava
"Marrequinha com arroz"
-
Fiz curso de molecagem
Na Vila dos Agachados
Brinquei de papai-mamãe
Na Esquina do Pecado
-
Bate-bola no campinho
Perna de pau, só no golo
Enfrentei o precipício
Do canalete da Argolo
-
Balneário dos Prazeres
Segredos das Carmelitas
Fadas dançando no mato
Eu conto e ninguém acredita
-
Diz a lenda que há fantasmas
No Solar da Baronesa
Na Praça dos Enforcados
Na cerração da Princesa
-
Mistérios do Bule Monstro
Bicicleta do Alfredinho
Corcel, Judite, Miloca
Eu era só um mandinho
-
Deus proteja os malucos
E as "loucas" do mictório
Eu vou terminar meus dias
Num quarto do Sanatório