"Seu passado, pretérito da Urbe. Você também faz parte da história de Pelotas!!"
4 de mar. de 2015
Seu passado, pretérito da Urbe!
Se tens fotos de Pelotas ou em locais de Pelotas, envia para a página Pretérita uRBe!
"Seu passado, pretérito da Urbe. Você também faz parte da história de Pelotas!!"
"Seu passado, pretérito da Urbe. Você também faz parte da história de Pelotas!!"
3 de mar. de 2015
Grupo acrobático alemão Zugspitz Artisten em Pelotas 1957
"Registro
da exibição em Pelotas do grupo acrobático alemão Zugspitz Artisten, ocorrida
nos dias 14, 15 e 16 de maio de 1957. O grupo era composto dos artistas Alex
Schack, Siegward Bach, Rudi Berg e Miss Sylvia. Seu nome era uma referência ao
monte Zugspitz, o mais alto da Alemanha, e palco de uma de suas primeiras e
mais notáveis façanhas. A inscrição “Guaspari” em seu uniforme faz referência à
firma “Roupas Guaspari”, patrocinadora da turnê regional do espetáculo.
À época em que esteve em Pelotas, o
grupo contava oito anos de atuação, e já gozava de fama internacional. Nesta
vertiginosa fotografia, é feita a travessia do alto do Rex Hotel para o
Edifício Del Grande, ao lado do Theatro Sete de Abril. As proezas acrobáticas
do grupo (as quais incluíam a travessia do cabo de aço também sobre uma
motocicleta) continuam bem vivas na memória de muitos pelotenses, ao som dos
gritos de “Cuidado, Alex!”.
O jornal Diário Popular de 10 de
maio de 1957 noticiara que se encontrava em Pelotas o Sr. Maximilian Von Haercken
(sic), empresário dos ‘Artistas Zugspitz’, tratando das respectivas licenças
para o espetáculo, junto à Prefeitura Municipal. Os acrobatas procediam
diretamente da Capital do Estado, onde haviam acabado de exibir seus feitos, e rumariam
depois à cidade de Rio Grande, para espetáculos nos dias 18 e 19 seguintes.
Para Pelotas, a ideia inicial, ainda segundo o periódico, era fazer-se a
travessia entre o Grande Hotel e o Edifício Del Grande. As fotografias
conhecidas parecem confirmar que, ao fim, foram escolhidos o Rex Hotel e o
Edifício Del Grande, possivelmente pela viabilidade, mais favorável. Nesta
fotografia, o registro da travessia de um dos equilibristas, auxiliado por uma
vara, desde o alto do Edifício Del Grande em direção ao Rex Hotel (sentido oposto
ao da figura da página 48). Acervo de Adriano Ortiz e Jeni Ortiz (in memoriam)."
Fotos: Acervo de Adriano Ortiz e Jeni Ortiz (in memoriam). Colaboração de Ana Lúcia Alt para Almanaque do bicentenário vol.3* e pesquisa iconográfica de Guilherme Pinto.
* O Almanaque do Bicentenário vol.3, exigiu o esforço de mais de 30 pesquisadores e historiadores, revendo a história da cidade, e contou também com a coordenação editorial do professor Luís Rubira, a pesquisa iconográfica de Guilherme Pinto de Almeida e montagem e arte gráfica de Valder Valeirão (Nativu Design).
Fonte de texto e fotos: Almanaque do bicentenário vol.3, acesso em http://www.almanaquedepelotas.com.br/volume3.htm em 3 de fevereiro 2015.
ainda,
Complementando a postagem, em pesquisa pela internet é possível achar uma menção a passagem em Pelotas do grupo acrobático, que leva o nome do monte mais alto da Alemanha. No blog do nosso conterrâneo, hoje morador na Finlândia, Sr. Paulo Franke, assim como o Prof. Pedro Teixeira nos relata nos comentários, o Sr. Paulo também foi testemunha presente do acontecido, na época com 15 anos.
" - Estávamos acostumados a assistir a espetáculos circenses, com muitos números de corda bamba, mas esse superava a todos! No final do espetáculo, pedi autógrafos a cada um dos artistas de Zugspitz. E guardo suas fotos até hoje." (Paulo Franke)Autógrafos nas fotos distribuídas no evento:
Obs: Veja uma matéria sobre a apresentação do Grupo acrobático Zugspitz Artisten em Porto Alegre em http://wp.clicrbs.com.br/santana/2013/11/21/os-zugspitzen-artisten/
1 de mar. de 2015
Praça Coronel Pedro Osório.
Almanaque do Bicentenário de Pelotas, volume 3
Dia 9 de março no átrio da secretaria municipal de cultura será lançado o 3° volume do Almanaque do Bicentenário de Pelotas. O trabalho já pode ser conferido pelo site do almanaque, acesso em http://www.almanaquedepelotas.com.br/.
Foi com muito prazer e honra que a página Pretérita Urbe colaborou com esse volume.
O Volume 3 do Almanaque do Bicentenário de Pelotas encerra o desafio da Gaia Cultura e Arte de resgatar e compreender os 200 anos da Princesa do Sul. Neste Volume, sob coordenação editorial do professor Luís Rubira e pesquisa iconográfica de Guilherme de Almeida, temas como índios, a história da doença, a paixão pelo futebol, a formação da classe operária, as religiões, as eleições municipais, as fábricas de compotas de pêssego, o período da ditadura militar em Pelotas, a música popular, os cartões postais, a sociabilidade e afirmação política dos afrodescendentes, o arroz, os ensinos primário, secundário e superior, a preservação patrimonial na cidade e personagens como João Simões Lopes Neto, Alberto Coelho da Cunha e Januário Coelho da Costa compõem, juntamente com um acervo iconográfico amplo, inédito e atual, uma interessante releitura da história de Pelotas.
O Almanaque do Bicentenário é um projeto da Gaia Cultura & Arte, produtora cultural Porto-Pelotense, que, através deste trabalho capitaneado pelos irmãos Keiber e por Alexandre Mattos, deixa um regalo à querida cidade de Pelotas pelo ano do seu bicentenário.
Financiado pelo Procultura-RS e Patrocinado pela Josapar, o Almanaque é composto por 3 volumes que resgatam a história da Princesa do Sul de 1812 a 2012.
No 1º Volume, o Almanaque resgata a Revista do 1º Centenário, obra rara e de cunho histórico de João Simōes Lopes Neto, que traz dados de Pelotas nos seus primeiros 100 anos. Além disso, conta com a coordenação editorial do professor Luis Rubira, com a apresentação da Revista Centenária por Luis Borges, a pesquisa fantástica de Adão Monquelat sobre a materialização de João Cardoso, personagem simoniano dos Contos Gauchescos, e também com um acervo iconográfico de 212 fotos da cidade antes de 1912.
Nos volumes 2 e 3, o Almanaque, com o trabalho de mais de 30 pesquisadores e historiadores, "atualiza" a história da cidade de 1912 até 2012, novamente sob organização do professor Luis Rubira.
Este projeto representa o legado ao terceiro centenário da cidade e um presente real e fático à Princesa do Sul por seus 200 anos.
9 de dez. de 2014
Banco da Província do Estado do Rio Grande do Sul em Pelotas
O antigo Banco da Província do Estado do Rio Grande do Sul, situado na Praça Coronel Pedro Osório esquina com XV de Novembro, foi construído em 1926 pela firma Azevedo Moura & Gertum, tendo como responsável técnico o engenheiro Fernando Azevedo Moura. Em 1972 funde-se com o Banco Nacional do Comércio (Banmércio) e o Banco Industrial e Comercial do Sul (Sulbanco), dando origem ao Banco Sul Brasileiro. O imóvel que em 1976, foi vendido ao Banco Itaú, que até hoje (2019) possui agencia no local.
![]() |
Foto atual da agencia. Foto internet. |
![]() |
Aspecto do Interior da filial do banco da província em Pelotas. |
![]() |
Detalhe da fachada, do atual Banco Itau, Floriano com XV de Novembro |
3 de dez. de 2014
Importadora Velocino Torres
Prédio em eclético da loja de tecidos Vellocino Torres, construída por Caetano Casaretto em 1914, influência do ecletismo na linguagem moderna, fachada já demolida, onde hoje se situa a loja Sul Center no calçadão da Andrade Neves.
Fonte foto: Monte Domeq & Cia.,1916. p. 220.
As lojas, com um ou dois pavimentos, passaram a ostentar amplas vitrines inseridas em armações metálicas que compunham os frontispícios, protegidas com toldos de lona, com “grades de gaita” * ou com cortinas também metálicas, onde eram exibidas as últimas novidades da moda feminina, masculina ou infantil.
*Construções de ferro. DIÁRIO POPULAR. Pelotas, p. 3, 21 mar. 1925.
Fonte: Artigo - O ECLETISMO HISTORICISTA EM PELOTAS: 1870-1931 de Carlos Alberto Ávila Santo
*Construções de ferro. DIÁRIO POPULAR. Pelotas, p. 3, 21 mar. 1925.
Fonte: Artigo - O ECLETISMO HISTORICISTA EM PELOTAS: 1870-1931 de Carlos Alberto Ávila Santo
25 de nov. de 2014
Estilo: Produto do século 20 - O cimento penteado
![]() |
Casa da Lobo da Costa em cimento Penteado, foi restaurada, ou seria melhor dizer, reformada e tiraram o cimento Penteado. |
"O cimento penteado é uma técnica construtiva mais recente, produto do século 20 - primeira metade especialmente."
Se você é dos que gostam de observar o conjunto de bens culturais do município já percebeu que prédios revestidos com cimento penteado não estão entre aqueles tombados pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Nem poderiam. O cimento penteado é uma técnica construtiva mais recente, produto do século 20 - primeira metade especialmente.
"O cimento penteado é de uma época de transição entre o reboco à base de cal - utilizado na construção dos casarões neoclássicos da cidade - e o reboco à base de cimento", esclarece Annie Fernandes. Esse é um dos motivos pelos quais você não vai vê-lo na fachada dos suntuosos casarões da volta da praça Coronel Pedro Osório. Vai poder observá-los na Catedral e no Colégio São José - escolhido para estes ambientes para exaltar à época da construção o sentido de sobriedade das instituições; a exceções do Castelo Simões Lopes, na saída para Rio Grande, e do Theatro Guarany, se encontra cimento penteado em casas mais simples - porém, não menos importantes na composição da paisagem urbana. Até hoje é possível ver - cada vez menos, é verdade - em conjuntos geminados, residências "coladas" uma a outra que não raro abrigavam em cada uma pessoas da mesma família.
Talvez por isso, por se tratar de uma técnica construtiva ainda recente - não elevada ainda à condição de "histórica" - que as dificuldades não têm sido poucas para encontrar material de pesquisa.
Segundo Annie, que se dedica a levantar informações de ordem histórica no projeto a ser coordenado pela colega Margarete Gonçalves, a literatura sobre o tema é incipiente, não fornece análises mais profundas. Já procurou junto a colegas italianos e uruguaios. E até agora não obteve informações mais precisas. Por isso a importância de pesquisá-lo, de situá-lo historicamente. "Preservar esta técnica construtiva não se resume a questões de forma e estilo, mas a um conjunto de atividades de época, a um testemunho histórico", justifica. Sabe-se que veio da Europa, adotada principalmente para revestir grandes prédios, monumentais, devido ao seu baixo custo. Como sempre ocorre, a técnica construtiva passou a ser utilizada na arquitetura civil.
18 de nov. de 2014
6 horas de Pelotas - Década de 60
![]() |
Acervo: Memória Pelotas |
Acervo: Memória Pelotas |
Fonte das imagens: jornal Zero Hora - arquivo Francisco Souza e arquivo Francisco Feoli, conforme consta no blog acessado em http://blogdosanco.blogspot.com.br/2010/06/6-horas-de-pelotas.html em 3 de no novembro de 2015, salvo indicadas na legenda da foto.
Considerações extraídas de leitores da página Pretérita Urbe no facebook:
"Algumas considerações de Jaime Roberto Bendjouya... Na época chamava-se Avenida Argentina, e o trecho da foto provavelmente seja no sentido bairro centro, diagonalmente ao Posto Paulo Moreira, sendo que as obras correspondiam onde hoje existe a rótula e antigamente era onde foi erguida a estátua do Dom Joaquim ( posteriormente recuada). O circuito de corridas se estendia pela Fernando Osorio até a Praça Capitão Nestor Curbiniano de Andrade, pelo sentido da Professor Araújo, dobrando na Pinto Martins (daí chamar-se curva da morte), indo até a Andrade Neves, onde dobrava a esquerda e ia até a Dom Joaquim, retornando até a Fernando Osorio. Neste circuito eram realizadas provas em 3 classes, a primeira, formada basicamente por Sincas e JK's, a segunda por DKW's e Gordinis e a terceira chamada de força livre onde corriam as chamadas "carreteras", que eram basicamente Fords e Chevrolets americanos envenenados (os Hot cars de antigamente), onde se destacavam entre outros os irmãos Andreatta (Catharino e Julio), Breno Fornari e o pelotense José Madri."
"Sr. Carlos Silva lembra de ter visto algumas destas corridas quando criança.""Ela fazia um trajeto que usava a Dom Joaquim (terra, sem calçamento), uma curva brutal lá no Paulo Moreira para entrar no asfalto da Av. Argentina. Dali até a "curva da morte" que contornava o que é hoje aquela pracinha e ia pelos paralelepípedos da Rafael Pinto Bandeira até a Andrade Neves onde fazia uma curva de 90º e mais paralelepípedos até a D. Joaquim onde tinha uma enorme figueira (ainda tem os restos desta arvore lá). Não lembro do nome desta rua na época. Claro que não era Donja! Não era fácil para aqueles pilotos e seus carros, pois o trajeto era ruim e o calçamento era péssimo. Só folgavam no asfalto da Av. Argentina, onde baixavam o sarrafo. Mas era melhor assistir as curvas da Rafael!Seis horas de Pelotas! Um contraponto às 12 horas de Porto Alegre, na Cavalhada. E tiveram algumas corridas entre Pelotas e Porto Alegre, na estrada mesmo.Bons tempos onde a arte superava a segurança!"
"Paulo Luiz Rohrig Schuch: Esse JK da foto, à direita, tinha o número 25 pilotado por Lauro Mallman Jr, que venceu as 6 Horas de Pelotas em 1966."
17 de nov. de 2014
Skate nostalgia - O panelão da Bento
Pista de skate conhecida na época por "Panelão" pelo formato da pista, antiga Praça Julio de Castilhos mais conhecida como Praça dos Macacos, atual Parque Dom Antonio Zattera. Foto de 1986. Construída no início da década de 80 no mandato de Irajá Rodrigues e destruída no segundo mandato de Irajá Rodrigues em 1995.
Foto enviada por Bétto Fagundes.
17 de abr. de 2014
Visão sobre uma época de Pelotas
Compartilhe: https://www.facebook.com/preteritaurbe
CINEMA EM PELOTAS,TUFY E BAURU NA BENTO
Tenho saudades das sessões de domingo dos cines Capitólio, Pelotense, Guarani, Tabajara e Pelotense( O Cine Rei estreava seus filmes pornográficos nas quintas feiras!).Não existia, para um adolescente em Pelotas nos anos 80 nada mais vanguardista que ir na sessão das 22:00hs pois as sessão das 20:00hs somente iam crianças.Tinha os extremistas que iam na segunda-feira.Os Nerds iam à tarde.Eu era pop: Fliperama.Aquários.Zum-Zum.Capitólio as 22:00hs de domingo era sagrado.Lembro de ter assistido o Exterminador do Futuro e até hoje sonhar com a Sarah O’Connor em meus devaneios noturnos.Os Caça fantasmas, Amadeus, ET, Ghandi,O Império do Sol, Os Caçadores da Arca Perdida (Este eu assisti no já decadente cine Fragata nas sessão das 22:00hs de um sábado), Coisas Eróticas, Calígula entre tantos títulos inesquecíveis que estes cinemas foram palco.Exibições memoráveis com o Capitólio lotado em cima, em baixo e com gente sentada corredor.O Guarani metia gente pelo ladrão. Camarotes atulhados.Naquela época era proibido comer pipoca no cinema (????) e tínhamos que torrar uma boa grana em chocolates e balas de goma. Lembro que a maior revolução do cinema foi quanto o Cine Pelotense teve a fantástica e genial idéia de colocar um freezer para vender refrigerantes – Algo totalmente utópico e impensável na Pelotas da época. Todo o pelotense burguês se apresentava nos domingos no cinema, seja sozinho, com namorada ou com a família. All Star ou Samello nos pés. Calças Wlangler, Pierre Cardin, Calvin Klein ou IVS. Camisetas O.P. ou Lacoste compradas na Timpano, Trapos & Trekos ou na Denise no carne em 5 vezes sem juros(Cartão de crédito somente existia nos filmes!).As escolhas eram muito restritas. Poucos tinham carro ou moto e depois do cinema o pessoal ia para a Avenida Bento Gonçalves matar a larica com um bauru e no máximo uma da madrugada tava todo mundo dormindo porque tínhamos aula ou trabalho no outro dia pela manha.Gostaria que os mais jovens imaginassem uma Pelotas sem TV a cabo(Opções: Globo ou Bandeirantes cheia de chuviscos e deu) e sem internet.Agora eu entendo porque minha geração se viciou em leitura – Foi por falta de opção que livros difíceis de Milam Kundera e Umberto Eco viraram Best-Sellers em Pelotas. Bons tempos aqueles parodiando Franco Barreto na Tupanci. Lembrei do Participasom e outros programas onde durante anos tentei pedir uma musiquinha e nunca consegui tamanha era a audiência.Conseguir participar de um programa de radio em Pelotas era ser um BBB. Aparecer na televisão era um Oscar.Lembro que praticamente todo o pelotense que queria se informar bem sobre tudo o que ocorria mundo afora escutava o Tufy Salomão.O que o Tufy falava na Radio Cultura corria que nem rastilho de pólvora na cidade.
Texto de André Leite
A "Glória" de Pelotas
Na
década de 30 acontece em Pelotas a sua verticalização, esse processo
urbanístico começa na área central da cidade. Poderíamos marcar o início deste período com a construção do Edifício Glória em 1934, com mais de 4 andares, o último andar só foi construído em 1946 (note a diferença entre as fotos antiga e atual) e que tinha em seu projeto original cinco andares. Projetado pela firma Dahme, Conceição & Cia., localizado na esquina da Floriano com Andrade Neves.
A construção de edifícios começa se intensificar com a popularização
do uso do elevador. Nessa leva outros prédios começam a surgir, entre eles o do
Colégio Santa Margarida com projeto de Arthur B. Ward Jr. e execução
de Affonso Goetze Jr. e a residência de J. B. Barcellos, projeto e execução de Affonso
Goetze Jr.
18 de dez. de 2012
Os barões de Pelotas
Extraido do blog http://pelotascultural.blogspot.com.br
O baronato era o grau mais baixo na hierarquia aristocrática afim ao Império. Em sequência ascendente: Visconde, Conde, Marquês e Duque (acima dele, somente a família real).
Nesse regime absolutista, o Imperador concedia os títulos segundo a fortuna e o prestígio do agraciado. Assim como os grandes cafeicultores paulistas foram "barões do café", em Pelotas e região também houve empresários, políticos e fazendeiros que ficaram na História com a vulgar denominação de "barões do charque".
Segundo o artigo citado, dez charqueadores de Pelotas receberam o baronato, sendo que os dois primeiros (lista abaixo em ordem cronológica) também chegaram a Visconde. No site da UFPel, há mais detalhes sobre os aristocratas do charque, ali identificados em número de doze.
- Domingos de Castro Antiqueira foi Barão e Visconde de Jaguari - títulos de 1829 e 1846. Financiou o exército imperial. Sua casa ainda está na Félix da Cunha com Sete de Setembro, atual SANEP e Conservatório (dir.). A Rua Visconde de Jaguari recorda seu título (paralela à Garibaldi).
- João Simões Lopes foi Barão e Visconde da Graça - em 1872 e 1876. Apoiou o Império contra os farroupilhas. Morou onde hoje funciona a Casa da Criança São Francisco de Paula (Rua Uruguai 1651, esq. Quinze de Novembro, 1ª foto acima). A Avenida Visconde da Graça fica no bairro Simões Lopes.
- José Antônio Moreira, Barão de Butuí - 1873. Provedor da Santa Casa e benfeitor social. Sua casa era o nº 2 da Praça Coronel Pedro Osório - o Casarão 2.
- Francisco Antunes Gomes da Costa, Barão do Arroio Grande - 1884. Libertou seus escravos antes da Lei Áurea; foi deputado provincial e dono da Charqueada da Boa Vista (esq.).
- Felisberto Inácio da Cunha, Barão de Correntes (nome de rua no bairro Areal) - 1884. Também abolicionista.
- Leopoldo Antunes Maciel, Barão de São Luís - 1884. Outro abolicionista; morava na atual casa 6.
- Aníbal Antunes Maciel, Barão dos Três Cerros - 1884. Primo do anterior; sua chácara era o atual Museu da Baronesa.
- Antônio de Azevedo Machado, Barão de Azevedo Machado - 1885. Uma rua recorda seu título. Morava na esquina de Gonçalves Chaves com Sete de Setembro; a casa se estendia até a Rua Barroso, hoje está em ruínas (dir.).
- Joaquim da Silva Tavares, Barão de Santa Tecla - 1886. Ganhou o título ao apoiar financeiramente a Guerra do Paraguai. Nome de rua central em Pelotas.
- Joaquim José de Assumpção, Barão de Jarau - 1888. A casa de sua esposa ainda existe, na esquina de Quinze de Novembro com General Teles. O título é lembrado numa pequena rua do bairro Três Vendas.
- Francisco Antunes Maciel, charqueador, Barão de Cacequi, é um dos não mencionados no artigo da Academia (o outro é o Barão de Piratini, listado abaixo como não charqueador). Francisco Maciel foi deputado e ministro do Império. Era irmão do Barão de São Luís e genro do Barão de Butuí. Morava na atual casa 8 da Praça Osório, esquina com Rua Barão de Butuí.
Outros senhores ricos residentes em Pelotas que tiveram o título de Barão, sem ser charqueadores:
- João Francisco Vieira Braga, Barão e Conde de Piratini - 1854 e 1885.
- Manuel Alves da Conceição, Barão da Conceição (título dado pelo rei de Portugal). Empresário português; morava no prédio de 3 andares, esquina de Quinze e Voluntários. Uma rua em Pelotas recorda seu título.
- Miguel Rodrigues Barcellos, Barão de Itapitocaí - 1888. Médico e benfeitor social, morava na rua que hoje leva seu nome.
- José Luís Cardoso de Sales, Barão de Irapuã, é citado pela residência de sua filha Branca Sales, na Rua Lobo da Costa, defronte ao Teatro Guarani (esq.). Veja a nota no site da Secretaria Municipal de Turismo.
José Júlio de Albuquerque Barros, cearense (1841-1893), Barão de Sobral, foi governador do Rio Grande do Sul de 1883 a 1885. Uma rua em Pelotas leva o nome de seu filho, o pelotense José Júlio de Albuquerque Barros (1886-1952), prefeito nosso, nomeado pelo Estado Novo, mas que não foi barão.
*A Wikipédia tem uma lista de baronatos no Brasil, com 744 barões e 10 baronesas, sem identificar os relacionados com o charque."
Fonte: http://pelotascultural.blogspot.com.br/2009/04/os-baroes-do-charque.html
29 de nov. de 2012
O sistema de esgotos sanitários de Pelotas
Define-se como sistema de esgotos sanitários o conjunto de obras e instalações destinadas a propiciar a coleta, condução, condicionamento e tratamento quando necessário.
![]() |
Foto tampas de esgotos da Av. Bento Gonçalves, 2012 |
As obras da rede de esgoto tiveram início em outubro de 1912, sob a orientação do engenheiro Antônio Lamy e fiscalização do engenheiro Octacílio Pereira, com algumas alterações no projeto do Engenheiro Civil Alfredo Lisboa. Foram feitas mudanças nas locações dos coletores a fim de harmonizar o projeto com os interesses da Companhia de Bondes que estava substituindo os bondes de tração animal por bondes elétricos.
A partir das obras de esgoto foi adotado uma medida geral para os proprietários de novos quarteirões, eles deveriam deixar uma faixa de dois a quatro metros de largura a frente de suas residências para a abertura das vielas (valetas) sanitárias.
Enormes foram as dificuldades encontradas para a construção da rede de esgotos, devido a grande quantidade de água no subsolo a esgotar-se que as bombas não davam vencimento, bem como os prejuízos no escoramento, que sofreu, por vezes, desmoronamento. Essa rede abrangia entre as ruas Manduca Rodrigues (atual Professor Araújo) e Almirante Barroso e entre a Zona da Luz (atual Rua Rafael Pinto Bandeira) e Conde de Porto Alegre.
Para o desenvolvimento das obras, foram criadas as oficinas e fábricas de cimento armado e betume, carpintaria e ferraria, também usou-se uma britadora e compressor locomóvel da Intendência, para fazer pedra britada. O transporte dos materiais para o serviço era feito com nove carroças e posteriormente foi utilizado um caminhão Saurer.
Em 14 de maio de 1913, foi reincidido o contrato com firma H. B. Reissner pela impossibilidade desta cumprir o contrato, ficando as obras por conta da Municipalidade, que reiniciou-as em 28 de junho. Trabalharam nas obras de esgoto os engenheiros Benjamin Gastal, José Avancini, Angelo Martinelli, Trajano Ribeiro, Felipe Osório e Hugo Veiga.
Primeiras ligações
Em 2 de maio de 1914, com as obras de esgoto bastante adiantadas foi publicado um edital de intimação para as primeiras ligações, na qual o proprietário dos imóveis situados dentro do perímetro urbano, nas ruas onde houvesse canalização de água e esgoto era obrigado a comparecer a Seção de Águas e Esgotos apresentando seu requerimento de instalação da rede de esgoto.
Caso não o fizesse dentro do prazo estipulado ficaria sujeito ao pagamento de taxas e teria de fazer a obra por conta própria. Os pelotenses acolheram a intimação com boa vontade. As obras de esgoto foram concluídas em 09 de abril de 1915, com 39.980 metros de rede.
Usina Elevatória de Esgotos
Em novembro de 1913 foi chamada a concorrência para apresentar as propostas para a construção da Usina Elevatória de Esgotos (Rua Almirante Tamandaré), após o julgamento optou-se pelo projeto dos Senhores Gastal, Vaz & Cia. As obras começaram em março de 1914 e teriam um prazo de cinco meses para conclusão. O edifício consistia de três partes, a casa do maquinista, a casa de bombas e as câmaras e ante-câmaras, para sua construção empregaram-se blocos de cimento fabricados na oficina da Intendência. A chegada das máquinas para a casa de bombas atrasou devido a guerra Européia. A montagem da Usina esteve a cargo dos engenheiros João Gabriel Ubatuba e Edmundo Gastal. A linha de recalque da Usina Elevatória até o São Gonçalo foi concluída em agosto de 1914.
A inauguração ocorreu no dia 20 de setembro de 1915 com a presença do Intendente Municipal Cypriano Côrrea Barcellos e dos conselheiros municipais. O chefe da casa de máquinas era o Sr. Marasciulo Cosmo.
Regulamento Sanitário
Em 18 de novembro de 1913, foi aprovado o ato 718 que dispunha sobre o Regulamento Sanitário e em 24 de Setembro de 1915, pelo ato 771, este Regulamento sofreu algumas modificações.
Com 144 artigos e 15 páginas, o regulamento tratava sobre a rede de esgotos, as canalizações, os aparelhos essenciais as latrinas, o caso dos hotéis, restaurantes, cafés e assemelhados e o abastecimento de água.
Segundo o Regulamento Sanitário, cada proprietário de imóvel teria de instalar um sanitário num cômodo de alvenaria, sem ligação com a cozinha ou com os dormitórios, deveria ter um meio de fechamento conveniente e uma abertura com ventilação direta para o exterior. O piso seria revestido de material liso e impermeável. Cada instalação sanitária deveria possuir uma Water-closets (privadas ou latrinas) e um mictório de material resistente, superfície lisa, polida, impermeável e cor clara, sem revestimento de alvenaria ou madeira, com caixa de lavagem de capacidade de 9 a 12 litros, com altura de 1,88 a 2,50 metros de altura acima do aparelho. Para as pias e lavatórios deveria haver uma caixa de escoamento de água com ralo.
Fonte:
Site do SANEP, Museu do Saneamento . Disponível em: http://www.pelotas.com.br/teste/sanep/esgoto/. Acesso em 28/11/2012.
Primeiro Sistema de Esgotos
Em 1899, havia na cidade de Pelotas, 4731 prédios com apenas 1700 casas com esgoto retirados por cabungos e as demais em buracos nos fundos dos quintais.As primeiras obras de Esgoto foram a criação de dois coletores gerais: o coletor Ocidental, a direita do arroio Santa Bárbara e o coletor oriental, ao Norte da Avenida Bento Gonçalves, a rede implantada ficava no perímetro central numa área de 237,45 hectares e capacidade total de 141,4 litros por segundo.
![]() |
Construção Do Canalete (Julho 1928) |
Projeto de Alfredo Lisboa
Em abril de 1900, foram feitos estudos pelo Engenheiro Civil, proveniente do Rio de Janeiro, Alfredo Lisboa, a pedido do Intendente Municipal Antero Victoriano Leivas, sobre um projeto definitivo de águas e esgotos para a Intendência Municipal. Esse projeto foi apresentado ao Intendente Francisco de Paula Gonçalves Moreira. As principais sugestões para o sistema de esgotos feitas pelo Engenheiro Alfredo Lisboa eram: a construção de um edifício de máquinas elevatórias de esgoto e a criação de coletores secundários e terciários ligados aos dois coletores gerais de esgoto já existentes. O sistema adotado na rede de esgotos seria o de separador absoluto, separando-se as águas pluviais dos despejos do esgoto cloacal.
Apesar da urgência na realização das obras elas foram retardadas por motivos de ordem econômica. Na tentativa de sanar o problema foram ampliados os serviços de coleta do material fecal.
Em 1904, os projetos de água e esgoto do Dr. Lisboa foram submetidos ao parecer da Secretaria do Estado de Obras Públicas, mas somente foram aprovados e devolvidos a Intendência Municipal em 1906. Em 31 de março de 1906, foi publicado no Diário Popular o edital de concorrência pública para a execução do projeto. O edital foi ainda publicado na Alemanha, Bélgica, França, Inglaterra, Rio de Janeiro, Montevidéu e Buenos Aires. A abertura das propostas foi em 10 de setembro de 1906, ganhando o engenheiro William Brown. Infelizmente o contratante não aceitou as condições da caução do empréstimo necessário para a realização das obras. Em 1910, o Dr. José Barbosa Gonçalves, Intendente Municipal, convidou o engenheiro Alfredo Lisboa para revisar seu projeto. Em junho de 1910, estando o engenheiro Lisboa em Montevidéu, fez novas alterações no seu projeto original. Um relatório atualizado com os devidos orçamentos foi apresentado ao Dr. José Barbosa Gonçalves. Neste novo projeto o engenheiro recalculou as declividades e as dimensões de todas as canalizações da rede de esgotos, aumentando suas dimensões. Optou também pelo uso do betume nas juntas das manilhas, material este que estava sendo usado em Santos e Porto Alegre em detrimento do cimento, mais oneroso para Intendência. Far-se-ia uma economia de 160 toneladas de cimento. Projetou um quadro de calçamento de paralelepípedos de granito em torno dos poços de alvenaria, para evitar o choque pelo trânsito de veículos pesados.
Com o acréscimo de novas quadras foi previsto um aumento na extensão das canalizações terciárias, pois os prédios já haviam sido aumentados de 5000 para 6000 na cidade de Pelotas.
Financiamento e aquisição dos materiais
Em 21 de outubro de 1910, a pedido da Intendência Municipal foi autorizado e concedidas garantias pelo Governo do Estado para a cidade de Pelotas contrair um empréstimo para as Obras de Saneamento da cidade.
A Intendência Municipal tomou propostas de firmas e banqueiros de Londres, Paris, Banco da Província do Rio Grande do Sul e de São Paulo. Optou-se pelo Banco da Província do Rio Grande do Sul nas seguintes condições: Capital: 600.000 libras, com juro anual de 5% e amortização de 50 anos.
Resolvidas as questões financeiras, foi publicado em 24 de maio de 1911, um edital de concorrência para a compra de materiais para as obras e para a chamada da mão de obra. Chegaram 26 propostas. Ficando escolhidas a Compagnie Generale des Conduits d'Eaux de Liége (França), para o fornecimento dos materiais de ferro fundido, Bromberg & Cia Pelotas, para o fornecimento de 200 toneladas de chumbo, Lawson Son, de Rio Grande, para o fornecimento de 5000 barricas de cimento, Herm Stoltz, do Rio de Janeiro para o fornecimento de mais 5000 barricas de cimento, Souza & Barros de Porto Alegre, para o fornecimento de material cerâmico e tubos de ferro. Para a mão de obra dos serviços de água foi aceita a proposta do engenheiro Edward Simmonds, firmada em 07 de novembro de 1911. A mão de obra contratada para os serviços de esgoto foi da firma H. B. Reissner.
Fonte:
Site do SANEP, http://www.pelotas.rs.gov.br/sanep/museu-do-saneamento/esgoto/primeiro-sistema-de-esgoto/ acessado em 29/11/2012.
Assinar:
Postagens (Atom)