16 de jun. de 2015

Pelotas, tradição de mulher bonita


   


 " Várias pelotenses conquistaram títulos de beleza no Estado, País e exterior como vem a seguir: 
     Miss Rio Grande do Sul: Yolanda Pereira (1930), Ezilda da Silva Lisboa (1939), Edda Loges (1960), Tânia Oliveira (1958), Vera Maria Brauner Menezes (1961), Rejane Vieira Costa (1972) e Andréia Fetter Zambrano (1985); A mais Bela Gaúcha 1954: Cládis Carúccio; Primeira Miss TV Rio Grande do Sul: Andréia Fetter Zambrano; Miss Simpatia Rio Grande do Sul 1969: Marly Gomes de Oliveira; Miss Turismo Infanto Juvenil do Rio Grande do Sul 2000: Letícia Letzow e Silva; Senhorita Imprensa Rio Grande do Sul 1998: Kelly Abreu Machado; Miss Brasil Juvenil 1998: Gimene Vieira da Cunha; Miss Brasil: Yolanda Pereira, Rejane Vieira Costa (1972) e Vera Maria Brauner Menezes (1961); Miss Universo 1930: Yolanda Pereira (1930); Vice-Miss Beleza Internacional 1961: Vera Maria Brauner Menezes."
     Texto e fotos do livro Pelotas - Um dos melhores municípios Brasileiros para investimento de Leon Carlos Schwonke Ribeiro, UCPel, Educat, 2002. 106p.





Yolanda Pereira

Rejane Vieira Costa
Vera Maria Brauner Menezes
Tânia Oliveira
Cládis Carúccio
Ezilda da Silva Lisboa

Gimene Vieira da Cunha

Kelly Abreu Machado

Letícia Letzow e Silva

Andréia Fetter Zambrano

Edda Loges
 Marly Gomes de Oliveira



15 de jun. de 2015

Grande Hotel a bico de pena por Rosali Colares.

Outro trabalho da ilustradora riograndina Rosali Colares sobre a arquitetura pelotense. Desta vez foi o Grande Hotel. Bico de pena sobre papel Canson 240gm, tamanho A4. Este trabalho está a venda por R$ 180,00.
Em breve exposição em Pelotas.
Confira mais sobre a artista e seu trabalho em: http://humorzerocartum.blogspot.com.br/


9 de jun. de 2015

"Pelotas, cidade histórica de história esquecida" por Carlos Pinheiro Martins

Estamos nos aproximando de mais um Dia do Patrimônio, isso me leva a lembrar um comentário que fiz na minha rede social no ano passado, comentei sobre o nível de despreparo que nossa cidade tem para lidar com o nosso belo, histórico e importante patrimônio e isso não tem nenhuma ligação com governo A ou B, partido A ou B, é histórico, nossa história foi se perdendo e se deixando esquecer com o passar dos anos sem que nada seja feito de forma contundente.
Como todos sabem, Pelotas já foi comparada a Paris, Pelotas já foi dita como polo turístico, Pelotas é patrimônio histórico, quantas vezes narrada e cantada. Onde foi parar esses títulos? Na história que está sendo esquecida. Garanto que, se nunca essa importância houvesse sido deixada de lado, Pelotas seria um polo turístico tão importante para o Estado quanto é Gramado ou as cidades da serra. A história ta aí, os prédios históricos estão aí, mas não são aproveitados, poucos têm acesso para visitantes, poucos tem histórias conhecidas.
A própria cidade tem subsídios para mudar radicalmente isso, somos uma cidade universitária com cursos importantes como turismo, história, teatro e tantos outros. Imaginem o turista chegar na cidade e ser recepcionado por artistas, devidamente trajados como na época perambulando pela cidade, como se ainda estivessem por aqui os moradores da época, com convites para conhecer suas casas e estas estarem abertas para que pudessem ser visitadas e ouvirem historias sobre elas. Fazer uma rota turística por dentro da cidade em carro aberto ou histórico passando pelas casas, charqueadas, praças, praias, enfim por onde houver história a ser contada, que diga-se de passagem é toda a cidade. Lindo seria se Pelotas fosse uma grande cidade cenográfica, quantas pessoas viriam nos visitar tendo certeza de que estaria vindo para dar uma volta no passado, que interessante seria ver crianças brincando na praça com roupas e brinquedos de época sendo reparados por suas amas, como ocorria no passado. Alunos do teatro poderia suprir essa ideia, atores ensinados por alunos de história, ou esses acompanhando sempre para dar as informações, contar as histórias. Como seria atrativo e bonito termos personagens aristocratas sentados no mercado comendo um doce, tomando um chá conversando e convidando as pessoas para irem ao seu trabalho no Banco Pelotense. Depois de uma volta pelos prédios históricos do centro, poder ir, convidado por uma bela e elegante senhora a conhecer a sua casa e descobrir que essa senhora é a Baronesa e sua casa é o museu ou convidado por um Senhor a visitar sua charqueada e ele ir junto até lá contando histórias sobre como construiu coisas que passou e ir até a praia, sabendo como ela surgiu. Como seria emocionante encontrar nosso celebre Simões Lopes pela rua ou na biblioteca contando histórias sobre seus Contos. Porto Alegre enaltece a Quintana, Rio de Janeiro a Drummond e tantas outras, por que nós não? Enfim, como disse antes, uma grande cidade cenográfica, atrativa, a final já temos os cenários prontos, eles precisam e deveriam ser usados.
Alguns poderiam dizer que isso sairia caro, mas se bem embasado, se bem feito, se houver todos esses atrativos, será pago com prazer. Praticamente todos que viajam já sabem e contam que irão gastar e terão prazer em gastar se for por algo com retorno interessante, quantos divulgarão a seus amigos, "vá a Pelotas! é lindo, parece que você voltou no tempo, você é recebido pelos moradores das casas com roupas de época que contam histórias da época!", o Dia do Patrimônio está chegando, mais um ano em que eu irei revisitar os prédios, certamente encontrarei pessoas mal preparadas como guias, que não saberão contar histórias interessantes, apenas dirão o básico, o bem básico e muitas vezes o óbvio ou alguns absurdos. Lembro de que no ano passado ouvi que nosso Arroio São Gonçalo chamava-se Rio São Lourenço. Esse ano garanto que está perdido, mas quem sabe alguém com força para movimentar isso consiga preparar para o próximo ano, por favor, faria tão bem para nossa cidade. E por final, de nada adianta isso acontecer só nessa data, boa parte das pessoas têm apenas o final de semana para viajar e se decidem vir para Pelotas, o que encontram são fachadas, pois nada está aberto, nem mesmo a biblioteca, prefeitura, outros prédios públicos e nem mesmo o mercado abre no domingo, esse último que está lindo depois da reforma, mas não é mais um mercado com cara de mercado, não há mais bancas com muitos cheiros, com muitos produtos pendurados, frutas, temperos, aquele sentimento de "só tem no mercado". Quantas vezes vejo guias, que muitas vezes são ótimo e podiam ser melhor aproveitados, contando histórias de um prédio fechado, com suas lindas portas tristes fechadas e trancando a história que está lá dentro, quantas pessoas não ficam sagazes por entrar no prédio e sentir aquela sensação de voltar no tempo de reviver a história. Emocionante.
Não deixemos que nossa história seja ainda mais esquecida, que ela caia junto com nossos prédios.

Texto de Carlos Pinheiro Martins
cpmmartins@yahoo.com.br

Pelotas comemora o dia do patrimônio nos dias 14, 15 e 16 de agosto de 2015. Fonte: http://www.pelotas.com.br/






O texto aqui publicado é de responsabilidade do autor. Caso queira enviar o seu, mande para o e-mail preteritaurbe@hotmail.com.

1 de jun. de 2015

Corintians Pelotense F.C - Futebol feminino pelotense




“Segundo vários sites, o Araguari Atlético Clube (MG) é considerado o primeiro clube do Brasil a formar um time feminino, que em meados de 1958, selecionou 22 meninas para um jogo beneficente.

O sucesso desta partida foi grande que a revista “O Cruzeiro” fez matéria de capa sobre o acontecimento, pois até então, partidas femininas só ocorriam em circos ou jogos de futsal. Em meados de 1959 a equipe feminina do Araguari foi desfeita, por pressão dos religiosos de Minas Gerias. Porém em Pelotas, muito antes, no ano de 1950, existiam dois times de futebol, e bem organizados: Corintians F.C e  Vila Hilda F.C. 
Essa, sem dúvida é a prova que Pelotas foi totalmente inovadora no que se refere ao futebol feminino, porém não usa muita, ou não usa nada, para promover a cidade como percussora.

No dia 23 de novembro de 1950, O Conselho Nacional de Desportos, em nota oficial anunciou a proibição de jogos de football feminino em todo país. Segundo a nota, aquele esporte não combinava com a formação física do “belo sexo”. 


Fonte: Jornal Diário Popular, 13 jul. 1950./ "NOTAS ACERCA DO FUTEBOL FEMININO PELOTENSE EM 1950:UM ESTUDO GENEALÓGICO"

Essa atitude conservadora, provavelmente explique, com os seus reflexos, a distância entre o sucesso do futebol masculino e o feminino no Brasil. A notícia foi estarrecedora, e acabaram com todo o processo de crescimento dos times pelotenses, já estavam confirmados jogos em São Paulo e Rio de Janeiro”.




Reprodução do jornal Folha da Tarde - Edição esportiva - Porto Alegre, 9 de setembro de 1950


Madalena Palombo Pruss, jogadora do Corintians F.C

Leia mais em: "NOTAS ACERCA DO FUTEBOLFEMININO PELOTENSE EM 1950:UM ESTUDO GENEALÓGICO" 


Texto: Hiltor Mombach - Correio do Povo em 7 de julho de 2013
Fonte e fotos: Paulo Roberto Palombo Pruss

26 de mai. de 2015

Novo livro de A.F. Monquelat

O Livreiro, pesquisador e escritor Adão Fernando Monquelat é um nome que se destaca quando falamos de estudiosos da cultura e da história de Pelotas, o dono da livraria Monquelat além de seus livros vem nos brindando atualmente com grandes textos no site "Amigos de Pelotas". No site aborda assuntos sobre a praça do redondo, religião, hotelaria, começou a série de postagem com "A Aéropostale, Mermoz e Pelotas". Seu mais recente trabalho "Pelotas dos excluídos" foi um grande sucesso que agora chega em sua 2ª edição e junto lança seu novo livro intitulado "As praças de Pelotas e suas histórias [Século XIX]" pela livraria Mundial. Para quem curte Satolep vale conferir.


22 de mai. de 2015

Reminiscências da Praça do Coronel (Carrinho do Sr. Nercy Franz)

Nos anos 70 (mais exatamente do dia 20 de dezembro de 1969) em diante este "Carrinho vermelho" (pequeno reboque puxado por um mini-automóvel) foi parte atuante da história da Praça Coronel Pedro Osório e da infância de tantas crianças da época. O senhor que guiava o carro distribuía alegria dando pirulitos a quem quisesse andar. A volta no "carrinho", que tinha capacidade de 12 crianças por vez, dava o direito a um pirulito. Toda essa memória se deve a um Sr. chamado Nercy Franz, que transmitia a sua felicidade aos passeios das crianças. Pura nostalgia! A diversão do seu Nercy foi mais ou menos até o ano de 1995. O vermelhinho foi vendido ainda em vida.

A pergunta que fica é "Onde estará o carrinho da Praça Coronel? Ele bem que caberia dentro do Museu da cidade de Pelotas. Ao que se sabe é que uma pessoa tem posse desse carrinho que fora restaurado, deve ser algum antigo apreciador que no carrinho andava suas tardes de domingo. 

A seguir reprodução de comentário feito neste post:
 Haviam dois pumas vermelhos e uma Lotus verde, que só esteve em serviço por uma semana enquanto os outros dois vermelhos estavam em pintura, aos fins de semana e feriados, um dos carrinhos fica na Praça Júlio de Castilho (Praça dos macacos), hoje Parque Dom Antônio Zattera. Quanto aos motores, haviam dois de reserva, mas que quase nunca eram colocados em serviço, pois raras as vezes que os carrinhos davam problemas! A única coisa que era chato pacas era o óleo que sempre lambuzava as "costelas" do motorista , fora isso tive em seu Nercy Franz, além de um ótimo patrão, um amigo e mestre. Saudades daquele tempo que não volta mais!!”

Abaixo quatro diferentes registro do Sr. Nercy Franz e seu carrinho da alegria. No primeiro momento uma foto do Sr. Vitor Hugo Lautenschlager de setembro de 1984, em seguida foto de Leni Oliveira, na sequencia outro momento registrado por Fran Dilli em 1980, por último foto que saiu em um Guia Turístico de Pelotas também de 1980.


Foto de Vitor Hugo Lautenschlager em 1984.
Passeios de domingo na praça duraram até meados da década de 90. Foto de Leni Oliveira.
O carrinho da Praça em 1980.Foto de Fran Dilli

Foto (editada) de Arthur Victoria Silva. Carrinho do Sr. Nercy anos 80.


Reprodução de página do catálogo "ETURPEL - ENFOKE: Guia Turístico de Pelotas. 1980". Exemplar pertencente ao IHGCL. Reprodução por Arthur H Capão Do Leão.

16 de mai. de 2015

Dois momento do esporte pelotense

        Graças a fotografia e ao Sr. Nelcy Jambeiro (pai) temos dois momentos mágico do esporte de Pelotas registrados. A primeira foto mostra a partida entre Farroupilha e Brasil no campo do Bancário em 1954. A segunda foto também de Nelcy Jambeiro é torcida do Grêmio Atlético Farroupilha provavelmente da mesma década.

Farroupilha e Brasil no campo do Bancário em 1954. Acervo Nelci Jambeiro (Filho).

Torcida do Grêmio Atlético Farroupilha.Acervo Nelci Jambeiro (Filho).


12 de mai. de 2015

Um momento no passado da XV de Novembro

Nesta foto (algum evento esportivo do Colégio Gonzaga) podemos ver toda a fachada da primeira filial das Casas Procópio na rua XV de Novembro, provavelmente década de 40 ou 50. A esquerda Fruteira Frios. Foto gentilmente compartilhada por Letícia Arraldi Boscatto.

29 de abr. de 2015

Campeonato Gaúcho de 51 - Rio Grande e Pelotas

Fase Final do Campeonato Gaúcho em 16 de dezembro de 1951, no Estádio Arthur Lawson - Rio Grande 2x3 Pelotas


Fonte: TV Arquivo Lobão

28 de abr. de 2015

Filme Ângela, filmado em Pelotas (1951)




Filme Ângela, do ano de 1951, filmado em parte no interior do Solar da Baronesa, quando ainda residência dos Antunes Maciel.


Imagem filmada no portão do alpendre do solar da Baronesa.

Ângela é um filme brasileiro de 1951 dirigido por Tom Payne e Abílio Pereira de Almeida, com roteiro de Nelly Dutra Ruschel, baseado no conto "Sorte no Jogo", de Hoffmann.



Sinopse:

Dinarte, jogador incorrigível, ganha no carteado uma propriedade, à qual decide visitar na mesma noite. Chegando à fazenda, Ângela, enteada de Gervásio (o perdedor), comunica a morte da mãe. Dinarte envolve-se e casa-se com Ângela e promete não jogar mais, porém não consegue cumprir a promessa e a família entra em decadência, da qual Ângela tenta preservar seu bebê.

Curiosidades:

- O filme marcou a estreia de Inezita Barroso no cinema brasileiro.

- O dinheiro da produção acabou ainda durante as filmagens, em Pelotas. O cenógrafo Pierino Massenzi foi então enviado a São Paulo, para pedir mais dinheiro ao produtor Franco Zampari.

http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%82ngela_(filme)

24 de abr. de 2015

Minha casa, tantas casas por Pablo Rodrigues.

Este texto "Minha casa, tantas casas" de Pablo Rodrigues, é sempre bom ler e ouvir, ainda mais com a narração do grande filho acolhido por esta cidade, José de Abreu, que aqui viveu por um grande período nos anos 70. Zé Abreu sentiu tudo isso, que só quem esteve ou passou por aqui sabe como é. 

Dedico esta postagem a todos que por aqui passaram e nasceram e hoje estão longe fisicamente mas perto de coração. Nunca é de mais parabenizar Pablo Rodrigues por suas palavras que mostram realmente o grande sentimento que os pelotenses sentem por sua cidade. 





Minha casa e tantas casas

― Digo ao senhor, sem o receio qualquer de errar: minha cidade é minha casa, o lugar onde me encontro. E crescem em mim incontáveis alegrias, abrem-se em mim inúmeras janelas quando volto pra lá: coração no compasso do mais certo. Aliás, o tanto e quanto mais sei e testo nesta vida de entreandanças é que tudo é viagem de volta... Minto? A saudade então não é a cada instante a sempre-presença? Ai, e tem maior que a saudade da casa da gente? Pois repito, para que não sobre assombro: minha casa é minha cidade. Toda doçura.
Essas lindas moças todas e suas finas feições e caminhares e perfumes são minha cidade: o crescer da lua, na Lagoa dos Patos, o inesperado irromper do amor. Lhe conto que não há nada igual no mundo. O senhor vá no Laranjal, comigo confirme, constate com os seus próprios olhos. E ponha o coração à larga. Depois sonhe com aquilo quando sonhar, toda a vida.
Uma casa e tantas casas, minha cidade, onde Ramilonga se fez canção, poema e estética profunda de frio, solidão e amor. Sim, minha cidade em mim não sei como, não saberia ser quando, onde quer que fosse, onde?, se não em mim, o que me faz mais eu: assim, minha casa e tantas casas, assim, aberto à esperança de tantos milagres e povos.
Olhe, veja - e me escute mais do que estou lhe dizendo. Escute cada pedra, cada árvore, cada banco de praça. Escute cada flor lilás dos jacarandás-em-dezembro da Coronel Pedro Osório, o silêncio das peças de xadrez, as mesas, os velhos senhores tão sempre donos do tempo, como se num quadro. Eternos. E Deus por todos os cantos. 
Escute o cheiro de infância que ainda circula pelo Café Aquário: um desejo enorme de debater o mundo com os amigos. Mudam-se apenas os assuntos. Todos somos crianças, porém, lá no fundo. O senhor faça o teste: pare diante do espelho e se olhe fixo, por cinco minutos. O que verá no fim? Pois lhe digo: um rostinho de menos que menino, como se pedisse ainda - toda a vida - o carinho, o colo e o cheiro da mãe. Mais: como se pedisse mais amor. 
Só o que me consola é a minha cidade e todas as suas belezas. 
Ah, subir pela Princesa Isabel, a mais bonita das ruas e ver as folhas caídas naquele chão de tanta história! Chegar à praça Coronel Pedro Osório... Como definir ao senhor?: o exato da beleza de se estar olhando para o chão e de repente erguer os olhos e topar com o Grande Hotel... ali, imenso, desde sempre, de portas abertas, um convite à elegância. 
Sei, certos momentos não são definíveis. Fosse lhe dizer mais, o tanto que minha cidade cultiva, muito mais conversa precisaria. O Sete de Abril e seus delicados contornos, as charqueadas que estão aí para dar testemunho, sal e sangue, luta e memória. 
O senhor preste toda a atenção no enorme da voz do Joca e saberá do que falo: raízes. 
Minha cidade é toda a alegria e beleza do mundo, mesmo quando a vida anoitece. Tholl em festa, o senhor sabe o que lhe digo. Como dizer ao senhor o encantamento de caminhar distraído pela Lobo da Costa e começar a ouvir o crescer dos violinos e violoncelos da Orquestra Filarmônica e os timbres das muitas vozes do Coro de Música pela Música? O Guarani guarda tantas histórias! 
E o que dizer então das histórias que guarda o Instituto, Casa do Capitão, minha casa... Blau Nunes mora ali! e ainda ensina a vida aos mais novos, patrício menos avisado do essencial do cotidiano, a esperança e a luz de Deus por todos os lados, de muitas onças. 
Como dizer ao senhor o tanto que minha cidade é? 
Desconheço. 
Sei e digo, apenas, que minha cidade é o que há de melhor em mim, a parte mais minha, o que em mim mais profundo habita. 
Em qualquer lugar: minha casa, sua casa, esta casa, Pelotas. 


*Este texto foi uma homenagem do Diário Popular ao 197 anos da cidade de Pelotas, que parece ser uma homenagem eterna a cada pelotense.


Fonte do texto: http://pelotascultural.blogspot.com.br/2009/07/poema-de-amor-por-pelotas.html

22 de abr. de 2015

CASAS PROCÓPIO DE CALÇADOS LTDA

Infelizmente a história das Casas Procópio se perdeu no tempo, junto com o falecimento de seus idealizadores. O depoimento a página de Marcos Pereira de Souza, neto do Sr. Elysio (falecido em 1986), um dos fundadores, nos trás a lembrança desse estabelecimento que ainda hoje é lembrado quando se fala sobre o antigo comércio de Pelotas. 

Rua Andrade Neves, ainda sem o calçadão, na década de 70. Casas Procópio a esquerda, entre as lojas Modalam e Imcosul.
         Sr. Elysio Belchior Pereira (estaria completando 100 anos este ano) e seu irmão Sr. Wilson Belchior Pereira foram os fundadores das Casas Procópio, especializada em calçados, na década de 30 com uma pequena loja na Rua XV de Novembro. Nos anos 60 abriram uma Procópio na Rua Andrade Neves, conhecida como “A Feira de Calçados”, onde hoje localiza-se a C&A. No fim da década de 70 foi criada a Procopinho, filial especializada em calçados infantis, que assim como a Procópio, teve dezenas de filiais em cidades como Rio Grande e Bagé. Havia a loja chamada "Procópio Boutique" (3° Procópio), onde antes foi a loja chamada "John John", da familia dos donos da Procópio, especializada no jeans "Staroup" (durou poucos anos), no calçadão da Rua Andrade Neves, em frente a antiga Casa Beiro, foi ali naquele local que trabalhou Rejane Vieira Costa (Rejane Goulart), onde a convite da "Associação Atlética Casas Procópio" participou do concurso Miss Pelotas se consagrando campeã e vindo a disputar e também vencer os concursos de Miss Rio Grande do Sul e Miss Brasil, e por fim Vice-Miss universo (1972), Rejane era natural de Cachoeira do Sul, e criou-se em Pelotas, vindo a falescer em 2013. E por fim em 1981, em frente ao Café Aquários a Procópio inaugurou a Timesport, sua divisão de esportes. 
Em 1985 as Casas Procópio foi vendida a loja "Leila Calçados" de Porto Alegre, depois ainda funcionou naquele local a Empório de Tecidos. A loja C&A quando se instalou em Pelotas adquiriu três imóveis no centro no ano de 1997, sendo os dois onde ficavam a Feira de Calçados da Procópio, a Procopinho e um terceiro ao lado. 
A Timesport permaneceu com a família, nas mãos do Sr. Antônio Carlos Marroni Pereira, filho do Sr. Elysio Belchior Pereira. Em 1985 passou a ser de Vinícius Pereira e retornou a ser do Sr. Antônio Carlos em 1997 que veio a fecher em 2007 com seu falecimento.

Nesta foto pode-se ler a data 10-3-38. a frente de terno escuro está o Sr, Elysio Belchior Pereira. A foto foi tirada na frente da primeira loja, aberta nesta época. Atrás dele  seu irmão, Wilson Belchior Pereira.


Foto também da década de 30. Sr. Elysio Belchior Pereira de terno claro.

Nesta foto (algum evento esportivo do Colégio Gonzaga) podemos ver toda a fachada da primeira filial das Casas Procópio na rua XV de Novembro, provavelmente década de 40 ou 50. Foto gentilmente cedida por  de Letícia Arraldi Boscatto.
Fachada da primeira filial das Casas Procópio ampliada.

Inauguração da uma nova filial da Procópio. No verso, bem apagado, dá para ver uma anotação que seria dos anos 50.

Foto de uma promoção das Casas Procópio de 1982, na Rua Andrade Neves, com o ator Ferrugem (garoto propaganda da Ortopé).

Podemos ver a fachada da "Casas Procópio" no calçadão em um registro da apresentação da banda musical, da Escola Técnica Federal de Pelotas (ETFPEL), no ano de 1986. Reprodução da foto do Memorial IFSul.

Logomarca da casa de calçados da Procópio nos anos 80, a Procopinho.

Esta logomarca é datada de 1981, quando aconteceu a inauguração da Timesport.




Curiosidades:
         - Na inauguração da Procópio de Rio Grande causou um alvoroço na cidade pois foi contratado o ator Castrinho, que na época fazia um quadro no programa do Chico Anysio como personagem Cascatinha. Foi um tumulto tão grande que tiveram que fechar as portas da loja e na saída as pessoas queriam tocar no Castrinho e acabaram rasgando a roupa que ele usava.


        - Em épocas de Dia das Crianças e Natal alguns funcionário da loja saiam no centro vestindo fantasias do Pato Donald e Mickey, cujas cabeças eram enormes, feitas em fibra.


        - Também foi da rede das Casas Procópio, talvez a primeira Surf Shop de Pelotas, a Caiaque Surf Shop, que viveu o verão de 1983 ao lado da Timesport, onde depois foi a loja do Brasil de Pelotas, havia uma filial no Cassino.


         - A Loja Ofertão, que se localizava na Mal. Floriano, entre Osório e Deodoro, também pertencia aos donos da procópio. Tinha como objetivo atingir um público de menor poder aquisitivo, com venda de pontas de estoques e marcas mais baratas. Em 84 foi vendida a dois ex-funcionários e mantiveram até a década de 90, quando então foi vendido o prédio. Um dos ex-funcionários que comprou o Ofertão foi o Luis Oliosi que depois de encerrar as atividades da loja fez o Restaurante Batuva, junto com o Alfredo Mello.

Texto de Fábio Zündler

Reprodução de propaganda das lojas Procópio em jornal local.
Reprodução de Leni Dittgen de Oliveira

Lápis lembrança ofertado aos clientes na época.


atualizada em 
23.4.2015 sobre Rejane Vieira Costa
27.4.2015 curiosidades
2.5.2015 sobre Caique Surf Shop
4.5.2015 sobre Ofertão
12.05.2015 Add foto rua XV de Novembro.
14.5.2015 Foto lápis e fachada ampliada.
24.6.2015 Foto da banda da ETFPel do Memorial IFSul.
10.10.2016 Reprodução de propaganda em jornal local

19 de abr. de 2015

Caminhando por Pelotas lembrei de ...



Homenagem de Cleiton e Cledir a Pelotas


Caminhando por Pelotas
Lembrei de quando eu nasci,
Um quarto da Santa Casa,
O palco do Guarany.
Contei paralelepípedos
A caminho da escola,
Sonhei ladrilhos hidráulicos,
Paredes de escariola.
Pião, bolinha de gude
Pandorga, ioiô, gibi,
Bici, carrinho de lomba,
Eu sou o mesmo guri.
Comi tanta pessegada,
Fios de ovos e bem-casados,
E pastéis de Santa Clara,
Que fiquei cristalizado.
E voei até a praça
Passei no Sete de Abril,
Os pardais faziam festa,
Naquela tarde de frio.
Tomei um café no Aquário
Bem quente pra ver se aquece,
Agradeci obrigado,
E a moça disse merece!
Andei até na Avenida
Entrei na Boca do Lobo,
Fui até à Baixada,
Pois era dia de jogo.
Naveguei pelo Porto
Fragata e Areal,
Três Vendas e São Gonçalo,
E Praias do Laranjal.
É muita guria linda
Eu fico até espantado,
Nunca vi tanta beleza,
Por cada metro quadrado.
O vento nos teus cabelos
Desenha outra escultura,
Junto à Fonte das Nereidas,
E aos traços da arquitetura.
Terra de todos meus sonhos
Princesa do Sul bonita,
O meu amor não tem fim,
Como uma rua infinita.
Pelotas minha cidade
Lugar onde eu nasci,
Ando nos braços do mundo,
Mas sempre volto pra ti!

Fonte letra: http://letras.mus.br/kleiton-e-kledir/1490260/