15 de abr. de 2015

NOS TEMPOS DO “BULE MONSTRO” (1882 - 1968) - QUE FIM LEVOU O “BULE”?

Fig 1: Bazar e seu bule monstro na fachada. Foto de 1961, Rua Andrade Neves esq. Rua Sete de Setembro. Click na foto para ampliar
      A partir do ano de 1904, quem transitava no cruzamento entre as Ruas Sete de Setembro e Andrade Neves podia ver o “Monstro", por muitas décadas pairou sobre as cabeças das pessoas e ainda hoje permanece, porém agora no imaginário de quem conheceu.
    O monstro era um grande bule! Sinalizava que naquele local havia um comércio diferenciado e imponente, assim como representava seu símbolo, foi batizado de “Bazar Bule Monstro". Durante 86 anos [entre os anos de 1882 e 1968] esteve em funcionamento no coração da antiga Pelotas.
     No fim do século XIX Pelotas já convivia com o que havia de melhor na Europa em cristais, louças, talheres, lustres e tecidos. Um dos comércios que representava e mantinha toda essa grandiosidade da época de ouro, era o Bule Monstro, uma espécie de bazar onde até mesmo a Princesa Isabel esteve fazendo compras. [15 de fevereiro de 1885].
      O bazar quando inaugurado em 1882, pelos Srs. Alfredo Ferreira Sampaio e Antônio Francisco Madureira, tinha sede a Rua São Miguel n.177*, via que a muito tempo [desde 1895] chamamos de XV de novembro. A sociedade entre os dois proprietários só seria desfeita em 1885 quando o Sr. Pedro Afonso dos Santos se juntaria com o Sr. Alfredo para dar continuidade aos negócios. Em 1899 junta -se a sociedade o Sr. Alberto Sampaio.*
    Em 1912, após o falecimento do Sr. Alfredo Ferreira Sampaio [1911], estabelecimento o mais antigo é vendido por sua viúva, Sra. Fortunata de Faria Sampaio, ao Sr. Antônio Gigante*. No mesmo ano o Jornal A Federação noticia a iluminação do Bazar Bule Monstro, já a rua XV de Novembro. A instalação elétrica foi feita pela casa Bromberg & Cia., de Pelotas.*

*Fonte: pesquisador A.F. Monquelat

Fig.2: Notícia sobre a instalação da iluminação no BAZAR BULE MONSTRO. Extraída do jornal A Federação - 02.10.1912. Contribuição de Cinara Dias de Oliveira. Click na foto para ampliar
"aquele tempo, as maiores lojas de comércio exigiam instalação própria para o fornecimento de luz, e o Bule Monstro estava nesse número para poder ter, á noite, brilhantemente iluminadas as suas vitrines dando para a Rua Sete de Setembro e Andrade Neves, na era urbana da iluminação pública feita por lampiões a gás". (Nascimento,1989, p.293)

      Em uma entrevista ao “Blog Panorama Pelotas” (NETO, 2009), antes de falecer, o Sr. Eddy Sampaio Espellet relata que seu avô materno – Alfredo Sampaio – falecido em 1911, filho de portugueses, nascido em Rio Grande, foi quem criou o Bazar Bule Monstro, informação que vem ratificar a matéria publicada anteriormente no Diário Popular no ano de 2003, onde Renato Sampaio, em visita a Fenadoce, reconheceu na réplica de um bule a marca da empresa da família, onde lê- se na publicação que seu avô foi o primeiro proprietário da empresa.
     A propaganda do Bazar Bule Monstro sempre esteve presente nos Almanaques de Pelotas e nos reclames dos principais jornais da cidade. No ano de 1912 as publicidades da loja estavam em nome do Sr. Antônio Gigante (fig.7), nota-se que o endereço é “Andrade Neves, 619”. Já a partir de 1921 as publicidades aparecem junto ao nome de Patrício Simões Gaspar (fig.8), que vem a ser o último dono do bazar, no endereço de Andrade Neves, 628. 
   Nas fotos podemos constatar que o Bule monstro teve duas sedes, ambas no cruzamento das Ruas Andrade Neves com Sete de Setembro, uma em frente a outra, como mostram as três imagens a seguir, que aparecem o bule na fachada. Segundo o pesquisados A.F. Monquelat um dos endereços seria uma especie de depósito do bazar.



Fig.4: Bule monstro fundado em 1882, nota-se que existiam dois endereços na Rua  de 7 de Setembro, um de fronte ao outro.Click na foto para ampliar
Fig. 5: Rua Andrade Neves, vista em direção a Rua Sete de Setembro. Bule monstro no detalhe a esquerda.Click na foto para ampliar
Fig. 6: Década de 60, Rua Andrade Neves, vista em direção a Rua Sete de Setembro. Bule monstro no detalhe a direita.Click na foto para ampliar
      Segundo o Sr. Eduardo Duarte Bernardes, bisneto de Patrício Simões Gaspar, o bazar bule monstro foi realmente comprado da família Gigante. 
      O Sr. Bernardes tem dois membros de sua família na história de Pelotas, o próprio Sr. Gaspar, que além de dono do bazar, fez parte do secretariado da criação do Banco Pelotense, na casa do Sr. Plotino Amaro Duarte, também bisavô de Bernardes, mas isso já é outra história. Sr. Antônio José Peres Bernardes, casado com a Sra. Cândida Gaspar, filha do Sr. Gaspar, assumiu a loja após a morte do sogro, tempo depois o Sr. Álvaro Gaspar Bernardes, em idade de trabalhar, entrou como sócio, o que aconteceu até o fechamento em novembro de 1968, quando a loja foi vendida ao Sr. Joaquim Adriano Júlio, dando lugar a Ótica Cristal, que declara que o nome de seu estabelecimento provém dos lindos cristais que eram vendidos no Bazar e que nunca esquecera.
 “No mesmo ano de minha chegada, 1968, eu e um sócio fundamos a Joalheria e Ótica Reunidas. A loja ficava no centro da cidade, em um prédio onde funcionava também um famoso bazar com o exótico nome de “Bule Monstro”. Lembro-me vivamente desse bazar, que comercializava produtos típicos desse ramo. Entre esses, despertavam-me interesse os puros cristais ingleses, uma raridade. Desse encantamento visual veio-me a inspiração para o nome fantasia” .(FILHO,2013)

Fig.7: Almanaque de Pelotas, 1915. Publicidade bule 
monstro em nome de Antônio Gigante. Andrade Neves, 619.Click na foto para ampliar
Fig.8: No Almanaque de Pelotas, 1921 a publicidade do Bule monstro já aparece com nome de Patrício Simões Gaspar. Andrade Neves, 628, assim como nos próximos almanaques.Click na foto para ampliar

Fig.9: Propaganda do Bule monstro no Almanaque de Pelotas, 1922. Click na foto para ampliar

Fig.10: Propaganda do Bule monstro no Almanaque de Pelotas, 1923. Click na foto para ampliar


QUE FIM LEVOU O “BULE”?

      Pelas fotos que chegaram até nós hoje, podemos conhecer como foi esse comércio, pelo menos sua fachada e o “tal monstro”. Até o momento não se tem conhecimento de algum registro da parte interna do comércio, inclusive podemos encontrar publicidades nos Simonianos “Almanach's de Pelotas” do início do século. O bule foi trazido da França, feito em madeira de lei, caixilhos de chumbo e vidros bisotê coloridos e sua luz era artificial e vinha de seu interior. Ao término do comércio foi vendido a uma casa que trabalhava com metais e antiguidades, na Rua Santa Tecla, cujo dono era o Sr. Argeu Fabres. O resto eu deixo o Sr. Eduardo Duarte Bernardes, filho do Sr. Álvaro Gaspar Bernardes, herdeiro do “Bule Monstro”, poderíamos dizer assim, explicar com suas próprias palavras:

        - Infelizmente meu primo, Luiz Carlos Ferreira Bernardes de Porto Alegre, comprou o bule do Sr. Argeu Fabres e teve a infeliz ideia de levar para capital, estava ele reformando sua casa, ai houve uma fatalidade......desabou o forro da peça onde estava o bule e o destruiu, não tendo mais recuperação, uma grande perda para nossa família e memória de Pelotas. Hoje “ele” estaria exposto na sala da minha casa, com muito orgulho de 03 gerações terem trabalhado no bule monstro.1 
1. Depoimento em entrevista por e-mail de Eduardo Duarte Bernardesem 29 mar. 2015.

Fig.11: Foto provavelmente do final dos anos 60. Nota-se o bule ainda na fachada, mesmo com letreiros de ótica. Click na foto para ampliar
Texto de Fábio Zündler
Graduando em Conservação e restauro de bens culturais móveis/UFPel


REFERÊNCIAS:
FAMÍLIA aprova mudanças. Economia, DIÁRIO POPULAR, Pelotas, 5 abr 2003, disponível em: < http://srv-net.diariopopular.com.br/05_06_03/gm040608.html > . Acesso em: 30 mar. 2015.

NETO, Paulo Gastal. Panorama Pelotas [Blog Internet]. Entrevista - Almirante Eddy Sampaio Espellet. Pelotas: Paulo Gastal Neto. 21 mar. 2009. Disponível em: < http://pgneto.blogspot.com.br/2009/03/entrevista-almirante-eddy-sampaio.html >. Acesso em: 21 fev. 2015.

FILHO, Rubens. Amigos de Pelotas [Blog Internet]. Ótica Cristal, referência de qualidade, Pelotas: Rubens Filho. 6 fev. 2013. Disponível em: < http://www.amigosdepelotas.com.br/blog/otica_cristal_referencia_de_qualidade_1.html > Acesso em: fev. 2015.

MONQUELAT, A. F.. Pelotas de ontem [Blog Internet]. Bule Monstro: pequena história de um grande bazar, Pelotas: A.F. Monquelat. 12 dez. 2015. Disponível em: <http://pelotasdeontem.blogspot.com.br/2015/12/bule-monstro-pequena-historia-de-um.html>Acesso em: dez. 2015.

NASCIMENTO, Heloísa Assunpção. Nossa Cidade era assim. Pelotas: Editora Livraria Mundial, 1889.

MARTINEZ, Leonil. Xarque com assucar/ Pelotas com Nordeste: contraponto de extremos no paladar cultural brasileiro. Florianópolis, 2000. Tese mestrado. Pag. 23. Acessado em: <http://goo.gl/uB6f0G>.

BOTELHO, Daniel Moraes. Nos telhados de Pelotas/RS: revelando rasgos no espaço urbano através de fotografias e cartões postais. Pelotas, 2013. Tese doutorado. Pag. 205 e 206. Acessado em: <http://goo.gl/YgaauL>.
Almanaque de Pelotas. Pelotas, 1913, pag. 12.
Almanaque de Pelotas. Pelotas, 1915, pag. 52.
Almanaque de Pelotas. Pelotas, 1921, pag. 309.
Almanaque de Pelotas. Pelotas, 1923, pag. 347.
Atualizada em 18.12.2015


Fig.12: A esquerda nota-se outra loja bem conhecida dos pelotenses a" Camisaria Paris Londres" de propriedade do Sr. Germano Korn, na foto em frente do prédio. Click na foto para ampliar.





9 de abr. de 2015

Os trapalhões sem Didi em Pelotas

       


     Há 35 anos, exatamente dia 13 de julho de 1980, em passagem por Pelotas, com alguns show feitos por aqui, como no Ginásio Paulista e no bailão Estrela Gaúcha no Fragata "Os trabalhões" almoçaram no restaurante "Tia Cecília", segundo o Sr. Serafim José Rodrigues Pedrosa, proprietário na época, cita os nomes de quem aparece: (iniciando pela esquerda da foto) Carla (filha do Sr. Serafim) e sua amiga Valesca, solicitando um autógrafo ao Mussum, Zerarias, os cronistas sociais Victor Hugo (já falecido) Marina Oliveira, Dédé e a esposa, de costas entrevistando Zacarias, Gilberto Gomes, Jorge Malhão, José Cunha, Dr. Carlos Schid e Ana Lucia. De pé Serafim José Rodrigues Pedrosa. Ao que se sabe a ausência de Didi se deu por exigência de cachê diferenciado (o dobro dos outros 3 trapalhões juntos).” 

Foto e fonte: Serafim José Rodrigues Pedrosa e Igor Vaz.

8 de abr. de 2015

Carro da Mesbla S/A em Pelotas - Foto inédita

Carro da Mesbla S/A em Pelotas 1951, época que tinha sede na Praça Coronel Pedro Osório (esq. Anchieta). 


Na foto Sr. Dináh Carvalho da Silva.


Foto enviada por Josiane Oliveira, acervo da família.

Abaixo anuncio da época.


6 de abr. de 2015

CANALETE DA ARGOLO

    Em 1927, o engenheiro sanitarista Saturnino de Brito aponta em seus estudos a existência de uma sanga na Rua General Argolo que resultava em frequente inundação transformando a rua em “torrentoso esgotamento”.




Canalete da Argolo (1928)

    Diante do problema ele sugere “Preferimos os canaletes abertos às galerias quando se tenham de esgotar águas pluviais volumosas. Podem constituir, quando bem tratados, elementos decorativos das ruas, com as pequenas pontes, passadiços e jardineiras... Façamos então um canalete.”
    O canalete começou a ser construído em abril de 1928. As obras avançaram lentamente devido a dificuldade em realizar o trabalho na estação chuvosa e o pessoal ser insuficiente. Assim em 30 de junho apenas 170 metros da obra estavam prontos.
    A obra do canalete causou descontentamento e reclamações na imprensa local que alegava que uma galeria subterrânea seria mais conveniente e que por ser a rua plana o canalete quase não teria declive. Saturnino rebateu as críticas afirmando que as galerias subterrâneas ocasionavam obstruções e que a inclinação do canalete era suficiente para manter o escoamento conveniente.




Construção Do Canalete (Julho 1928)

    Posteriormente, com o canalete concluído, foram feitas medições durante os períodos de precipitação e comprovada a sua eficácia na drenagem.
Inicialmente o canalete começava na Rua Marechal Deodoro, esquina Padre Felício, dobrando perpendicularmente na Rua Argolo vindo a desaguar no Canal do Pepino.
    No final da década de 60 e início de 70 o trecho na Rua Marechal Deodoro foi fechado, permanecendo apenas na Rua Argolo, a partir da esquina com a Rua Andrade Neves.
Tem 1,60 metros de altura por 2,10 metros de largura, seu contorno é preenchido por floreiras em cimento, decoradas com folhas de acanto e tulipas.




Detalhe do Canalete da Argolo (2004)
Fonte:
Saneamento de Pelotas. Relatório apresentado ao Governo do Estado por Saturnino Rodrigues de Brito, Pelotas, 1927.

Saneamento de Pelotas. Relatório apresentado ao Governo do Estado por Saturnino Rodrigues de Brito, Pelotas, 1929.

Saneamento de Pelotas (Novos Estudos). Relatório apresentado a Prefeitura de Pelotas pelo Escritório Saturnino de Brito, Pelotas, 1947.





*Extraída do Museu do Saneamento
http://www.pelotas.com.br/sanep/museu-do-saneamento/drenagem-urbana/canalete-da-argolo/


4 de mar. de 2015

Seu passado, pretérito da Urbe!

Se tens fotos de Pelotas ou em locais de Pelotas, envia para a página Pretérita uRBe! 
"Seu passado, pretérito da Urbe. Você também faz parte da história de Pelotas!!"


preteritaurbe@hotmail.com




3 de mar. de 2015

Grupo acrobático alemão Zugspitz Artisten em Pelotas 1957






"Registro da exibição em Pelotas do grupo acrobático alemão Zugspitz Artisten, ocorrida nos dias 14, 15 e 16 de maio de 1957. O grupo era composto dos artistas Alex Schack, Siegward Bach, Rudi Berg e Miss Sylvia. Seu nome era uma referência ao monte Zugspitz, o mais alto da Alemanha, e palco de uma de suas primeiras e mais notáveis façanhas. A inscrição “Guaspari” em seu uniforme faz referência à firma “Roupas Guaspari”, patrocinadora da turnê regional do espetáculo.
            À época em que esteve em Pelotas, o grupo contava oito anos de atuação, e já gozava de fama internacional. Nesta vertiginosa fotografia, é feita a travessia do alto do Rex Hotel para o Edifício Del Grande, ao lado do Theatro Sete de Abril. As proezas acrobáticas do grupo (as quais incluíam a travessia do cabo de aço também sobre uma motocicleta) continuam bem vivas na memória de muitos pelotenses, ao som dos gritos de “Cuidado, Alex!”.
            O jornal Diário Popular de 10 de maio de 1957 noticiara que se encontrava em Pelotas o Sr. Maximilian Von Haercken (sic), empresário dos ‘Artistas Zugspitz’, tratando das respectivas licenças para o espetáculo, junto à Prefeitura Municipal. Os acrobatas procediam diretamente da Capital do Estado, onde haviam acabado de exibir seus feitos, e rumariam depois à cidade de Rio Grande, para espetáculos nos dias 18 e 19 seguintes. Para Pelotas, a ideia inicial, ainda segundo o periódico, era fazer-se a travessia entre o Grande Hotel e o Edifício Del Grande. As fotografias conhecidas parecem confirmar que, ao fim, foram escolhidos o Rex Hotel e o Edifício Del Grande, possivelmente pela viabilidade, mais favorável. Nesta fotografia, o registro da travessia de um dos equilibristas, auxiliado por uma vara, desde o alto do Edifício Del Grande em direção ao Rex Hotel (sentido oposto ao da figura da página 48). Acervo de Adriano Ortiz e Jeni Ortiz (in memoriam)."

Fotos: Acervo de Adriano Ortiz e Jeni Ortiz (in memoriam). Colaboração de Ana Lúcia Alt para Almanaque do bicentenário vol.3* e pesquisa iconográfica de Guilherme Pinto.


* O Almanaque do Bicentenário vol.3, exigiu o esforço de mais de 30 pesquisadores e historiadores, revendo a história da cidade, e contou também com a coordenação editorial do professor Luís Rubira, a pesquisa iconográfica de Guilherme Pinto de Almeida e montagem e arte gráfica de Valder Valeirão (Nativu Design).
Fonte de texto e fotos: Almanaque do bicentenário vol.3, acesso em http://www.almanaquedepelotas.com.br/volume3.htm em 3 de fevereiro 2015.

ainda,

Complementando a postagem, em pesquisa pela internet é possível achar uma menção a passagem em Pelotas do grupo acrobático, que leva o nome do monte mais alto da Alemanha.  No blog do nosso conterrâneo, hoje morador na Finlândia, Sr. Paulo Franke, assim como o Prof. Pedro Teixeira nos relata nos comentários, o Sr. Paulo também foi testemunha presente do acontecido, na época com 15 anos.
" - Estávamos acostumados a assistir a espetáculos circenses, com muitos números de corda bamba, mas esse superava a todos! No final do espetáculo, pedi autógrafos a cada um dos artistas de Zugspitz. E guardo suas fotos até hoje." (Paulo Franke)
Autógrafos nas fotos distribuídas no evento:





















Obs: Veja uma matéria sobre a apresentação do Grupo acrobático Zugspitz Artisten  em Porto Alegre em http://wp.clicrbs.com.br/santana/2013/11/21/os-zugspitzen-artisten/

1 de mar. de 2015

Praça Coronel Pedro Osório.

     Nesta foto, ao centro aparece o tradicional Grande Hotel, uma das verdadeiras construções icônicas de nossa terra. Ao fundo ainda se podia ver, devido ao casario baixo, o Canal de São Gonçalo. Provavelmente tenha sido feita ainda no primeiro lustro dos anos 50.
(Adaptação de texto do comentário de Pedro Teixeira)

Praça Coronel Pedro Osório.
Fonte AEA (LAD/UCPel).

Almanaque do Bicentenário de Pelotas, volume 3


Dia  9 de março no átrio da secretaria municipal de cultura será lançado o 3° volume do Almanaque do Bicentenário de Pelotas. O trabalho já pode ser conferido pelo site do almanaque, acesso em http://www.almanaquedepelotas.com.br/.
Foi com muito prazer e honra que a página Pretérita Urbe colaborou com esse volume. 

O Volume 3 do Almanaque do Bicentenário de Pelotas encerra o desafio da Gaia Cultura e Arte de resgatar e compreender os 200 anos da Princesa do Sul. Neste Volume, sob coordenação editorial do professor Luís Rubira e pesquisa iconográfica de Guilherme de Almeida, temas como índios, a história da doença, a paixão pelo futebol, a formação da classe operária, as religiões, as eleições municipais, as fábricas de compotas de pêssego, o período da ditadura militar em Pelotas, a música popular, os cartões postais, a sociabilidade e afirmação política dos afrodescendentes, o arroz, os ensinos primário, secundário e superior, a preservação patrimonial na cidade e personagens como João Simões Lopes Neto, Alberto Coelho da Cunha e Januário Coelho da Costa compõem, juntamente com um acervo iconográfico amplo, inédito e atual, uma interessante releitura da história de Pelotas.

O Almanaque do Bicentenário é um projeto da Gaia Cultura & Arte, produtora cultural Porto-Pelotense, que, através deste trabalho capitaneado pelos irmãos Keiber e por Alexandre Mattos, deixa um regalo à querida cidade de Pelotas pelo ano do seu bicentenário.
Financiado pelo Procultura-RS e Patrocinado pela Josapar, o Almanaque é composto por 3 volumes que resgatam a história da Princesa do Sul de 1812 a 2012.
No 1º Volume, o Almanaque resgata a Revista do 1º Centenário, obra rara e de cunho histórico de João Simōes Lopes Neto, que traz dados de Pelotas nos seus primeiros 100 anos. Além disso, conta com a coordenação editorial do professor Luis Rubira, com a apresentação da Revista Centenária por Luis Borges, a pesquisa fantástica de Adão Monquelat sobre a materialização de João Cardoso, personagem simoniano dos Contos Gauchescos, e também com um acervo iconográfico de 212 fotos da cidade antes de 1912.
Nos volumes 2 e 3, o Almanaque, com o trabalho de mais de 30 pesquisadores e historiadores, "atualiza" a história da cidade de 1912 até 2012, novamente sob organização do professor Luis Rubira.
Este projeto representa o legado ao terceiro centenário da cidade e um presente real e fático à Princesa do Sul por seus 200 anos.

9 de dez. de 2014

Banco da Província do Estado do Rio Grande do Sul em Pelotas

O antigo Banco da Província do Estado do Rio Grande do Sul, situado na Praça Coronel Pedro Osório esquina com XV de Novembro, foi construído em 1926 pela firma Azevedo Moura & Gertum, tendo como responsável técnico o engenheiro Fernando Azevedo Moura. Em 1972 funde-se com o Banco Nacional do Comércio (Banmércio) e o Banco Industrial e Comercial do Sul (Sulbanco), dando origem ao Banco Sul Brasileiro. O imóvel que em 1976, foi vendido ao Banco Itaú, que até hoje (2019) possui agencia no local.

Foto atual da agencia. Foto internet.

Fachada do banco da província em Pelotas, na época de sua inauguração.
Aspecto do Interior da filial do banco da província em Pelotas.
Detalhe da fachada, do atual Banco Itau, Floriano com XV de Novembro

3 de dez. de 2014

Importadora Velocino Torres




Prédio em eclético da loja de tecidos Vellocino Torres, construída por Caetano Casaretto em 1914, influência do ecletismo na linguagem moderna, fachada já demolida, onde hoje se situa a loja Sul Center no calçadão da Andrade Neves.


Fonte foto: Monte Domeq & Cia.,1916. p. 220.
As lojas, com um ou dois pavimentos, passaram a ostentar amplas vitrines inseridas em armações metálicas que compunham os frontispícios, protegidas com toldos de lona, com “grades de gaita” * ou com cortinas também metálicas, onde eram exibidas as últimas novidades da moda feminina, masculina ou infantil.

*Construções de ferro. DIÁRIO POPULAR. Pelotas, p. 3, 21 mar. 1925.

Fonte: Artigo - O ECLETISMO HISTORICISTA EM PELOTAS: 1870-1931 de Carlos Alberto Ávila Santo
*Construções de ferro. DIÁRIO POPULAR. Pelotas, p. 3, 21 mar. 1925.
Fonte: Artigo - O ECLETISMO HISTORICISTA EM PELOTAS: 1870-1931 de Carlos Alberto Ávila Santo

25 de nov. de 2014

Estilo: Produto do século 20 - O cimento penteado

Casa da Lobo da Costa em cimento Penteado, foi restaurada, ou seria melhor dizer, reformada e tiraram o cimento Penteado.


"O cimento penteado é uma técnica construtiva mais recente, produto do século 20 - primeira metade especialmente." 

Se você é dos que gostam de observar o conjunto de bens culturais do município já percebeu que prédios revestidos com cimento penteado não estão entre aqueles tombados pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Nem poderiam. O cimento penteado é uma técnica construtiva mais recente, produto do século 20 - primeira metade especialmente. 
"O cimento penteado é de uma época de transição entre o reboco à base de cal - utilizado na construção dos casarões neoclássicos da cidade - e o reboco à base de cimento", esclarece Annie Fernandes. Esse é um dos motivos pelos quais você não vai vê-lo na fachada dos suntuosos casarões da volta da praça Coronel Pedro Osório. Vai poder observá-los na Catedral e no Colégio São José - escolhido para estes ambientes para exaltar à época da construção o sentido de sobriedade das instituições; a exceções do Castelo Simões Lopes, na saída para Rio Grande, e do Theatro Guarany, se encontra cimento penteado em casas mais simples - porém, não menos importantes na composição da paisagem urbana. Até hoje é possível ver - cada vez menos, é verdade - em conjuntos geminados, residências "coladas" uma a outra que não raro abrigavam em cada uma pessoas da mesma família. 
Talvez por isso, por se tratar de uma técnica construtiva ainda recente - não elevada ainda à condição de "histórica" - que as dificuldades não têm sido poucas para encontrar material de pesquisa. 
Segundo Annie, que se dedica a levantar informações de ordem histórica no projeto a ser coordenado pela colega Margarete Gonçalves, a literatura sobre o tema é incipiente, não fornece análises mais profundas. Já procurou junto a colegas italianos e uruguaios. E até agora não obteve informações mais precisas. Por isso a importância de pesquisá-lo, de situá-lo historicamente. "Preservar esta técnica construtiva não se resume a questões de forma e estilo, mas a um conjunto de atividades de época, a um testemunho histórico", justifica. Sabe-se que veio da Europa, adotada principalmente para revestir grandes prédios, monumentais, devido ao seu baixo custo. Como sempre ocorre, a técnica construtiva passou a ser utilizada na arquitetura civil. 
Por aqui o fenômeno se repetiu. De repente, havia um teatro revestido em cimento penteado na cidade (o Guarany, em 1920). E assim se sucedeu até a década de 1950. Por ser uma novidade, por apresentar baixo custo, pouca manutenção e, também, por cumprir muito bem sua função estética.


18 de nov. de 2014

6 horas de Pelotas - Década de 60







Acervo: Memória Pelotas


Acervo: Memória Pelotas






Fonte das imagens: jornal Zero Hora - arquivo Francisco Souza e arquivo Francisco Feoli, conforme consta no blog acessado em http://blogdosanco.blogspot.com.br/2010/06/6-horas-de-pelotas.html em 3 de no novembro de 2015, salvo indicadas na legenda da foto.




Considerações extraídas de leitores da página Pretérita Urbe no facebook:

"Algumas considerações de Jaime Roberto Bendjouya... Na época chamava-se Avenida Argentina, e o trecho da foto provavelmente seja no sentido bairro centro, diagonalmente ao Posto Paulo Moreira, sendo que as obras correspondiam onde hoje existe a rótula e antigamente era onde foi erguida a estátua do Dom Joaquim ( posteriormente recuada). O circuito de corridas se estendia pela Fernando Osorio até a Praça Capitão Nestor Curbiniano de Andrade, pelo sentido da Professor Araújo, dobrando na Pinto Martins (daí chamar-se curva da morte), indo até a Andrade Neves, onde dobrava a esquerda e ia até a Dom Joaquim, retornando até a Fernando Osorio. Neste circuito eram realizadas provas em 3 classes, a primeira, formada basicamente por Sincas e JK's, a segunda por DKW's e Gordinis e a terceira chamada de força livre onde corriam as chamadas "carreteras", que eram basicamente Fords e Chevrolets americanos envenenados (os Hot cars de antigamente), onde se destacavam entre outros os irmãos Andreatta (Catharino e Julio), Breno Fornari e o pelotense José Madri."


"Sr. Carlos Silva lembra de ter visto algumas destas corridas quando criança.""Ela fazia um trajeto que usava a Dom Joaquim (terra, sem calçamento), uma curva brutal lá no Paulo Moreira para entrar no asfalto da Av. Argentina. Dali até a "curva da morte" que contornava o que é hoje aquela pracinha e ia pelos paralelepípedos da Rafael Pinto Bandeira até a Andrade Neves onde fazia uma curva de 90º e mais paralelepípedos até a D. Joaquim onde tinha uma enorme figueira (ainda tem os restos desta arvore lá). Não lembro do nome desta rua na época. Claro que não era Donja! Não era fácil para aqueles pilotos e seus carros, pois o trajeto era ruim e o calçamento era péssimo. Só folgavam no asfalto da Av. Argentina, onde baixavam o sarrafo. Mas era melhor assistir as curvas da Rafael!Seis horas de Pelotas! Um contraponto às 12 horas de Porto Alegre, na Cavalhada. E tiveram algumas corridas entre Pelotas e Porto Alegre, na estrada mesmo.Bons tempos onde a arte superava a segurança!"


"Paulo Luiz Rohrig Schuch: Esse JK da foto, à direita, tinha o número 25 pilotado por Lauro Mallman Jr, que venceu as 6 Horas de Pelotas em 1966."

"Marco Aurélio Crespo Albuquerque: A Curva da Morte ganhou esse nome em função de José Madri também, que numa derrapada matou alguns assistentes atrás da "corda de proteção".






17 de nov. de 2014

Skate nostalgia - O panelão da Bento

Pista de skate conhecida na época por "Panelão" pelo formato da pista, antiga Praça Julio de Castilhos mais conhecida como Praça dos Macacos, atual Parque Dom Antonio Zattera. Foto de 1986. Construída no início da década de 80 no mandato de Irajá Rodrigues e destruída no segundo mandato de Irajá Rodrigues em 1995.

Foto enviada por Bétto Fagundes.